Poema do centenário

Ainda reinavam os príncipes e os reis
Ainda sorriam as princesas e rainhas
Naquele ano de mil novecentos e seis
Tu Sporting sabias bem ao que vinhas

Vinhas do Campo Grande e de Belas
Para chegar à Europa e a todo o Mundo
Para dar ao Desporto as novas estrelas
Fazendo ouvir o teu grito tão profundo

Dum leão que saltou dos emblemas
Para correr nas pistas e nos relvados
A derrotar opositores e problemas
Que ficam vencidos e ultrapassados

Mesmo nos campeonatos pequeninos
Ouve-se na cabina uma suave melodia
É a música já eterna dos cinco violinos
Não morreu e nasce de novo a cada dia

Há quem corra veloz ou devagarinho
Para chegar cedo à meta da verdade
Como Lopes, Mamede ou Agostinho
Estradas do campo, pistas da cidade

E mesmo quando surgem desgraças
E aquelas derrotas mais imerecidas
Aparece logo uma Taça das Taças
A dar novo sentido às nossas vidas

Clube que pratica estes desportos
Entre tantos países e tantos povos
Sente que são os velhos e os mortos
A força que empurra os mais novos

Há quem veja as coisas ao contrário
Mas ele que é antigo e tão moderno
No ano de celebrar seu centenário
Já sabe que nasceu para ser eterno

9 thoughts on “Poema do centenário”

  1. Gosto muito deste poema. Extraordinário.

    Quadra favorita:

    Clube que pratica estes desportos
    Entre tantos países e tantos povos
    Sente que são os velhos e os mortos
    A força que empurra os mais novos

  2. Ainda reinavam príncipes e reis
    Ainda riam princesas e rainhas
    Corria mil novecentos e seis
    Sporting, sabias bem ao que vinhas

    Vinhas do Campo Grande e de Belas
    Para chegar à Europa e a todo o Mundo
    Para dar ao Desporto as novas estrelas
    Fazendo ouvir teu rugido profundo

    Dum leão que saltou dos emblemas
    Para correr nas pistas, nos relvados
    A derrotar opositores, problemas
    A deixá-los vencidos, estraçalhados.

    Mesmo nos campeonatos pequeninos
    Ouve-se na cabina a melodia:
    É a música dos cinco violinos…
    Não morreu – e renasce a cada dia

    Uns correm preste, outros devagarinho
    Chegando cedo à meta da verdade
    Como Lopes, Mamede ou Agostinho
    Estradas do campo, pistas da cidade

    E mesmo quando surgem as desgraças
    E as derrotas mais vis, imerecidas
    Surge-nos logo uma Taça das Taças
    A dar novo sentido às nossas vidas

    Um Clube que pratica estes desportos
    Entre tantos países, tantos povos
    Sente que são os velhos e os mortos
    Que dão força e empurram os mais novos

    Há, sei, quem veja as coisas ao contrário:
    Mas ele, que é antigo e tão moderno
    No ano em que celebra o centenário
    Já sabe que nasceu para ser eterno.

    Porra até eu faço melhor! JCF, dedica-te à pesca…

  3. Francamente é preciso ter lata. Um «eu» que se esconde num pseudónimo, ainda por cima. Não vais a lado nenhum.

  4. Quem quer ir a algum lado, pelo menos enquanto poeta, és tu, pá. Eu estou bem como estou: mas o facto de ter chegado aqui e em 2 minutos ter feito um poema que bate o teu aos pontos em ritmo, estética, e qualidade literária, mostra que, sinceramente, devias dedicar-te a outra actividade qualquer. Sugeri a pesca, mas se quiseres també podes ser pica da Carris.

  5. Estás armado em António Silva quando dizia «Ó Amália, tu com a tua voz e eu com a minha garganta, podemos ir longe!» O poema é meu, tu fazes um comentário que nada vai mudar. Dito por outras palavras – é melhor ficar por aqui.

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