Tinham água e fogo mas também sangue pisado
Os olhos de Afonso depois do golo em Alvalade
Ele regressou do Inferno, foi traído e humilhado
Mas marcar este golo foi escrever uma verdade
Poderia ter sido a explosão da revolta ou o grito
Mas foi mais do que isso; foi a festa e foi o golo
Ele foi o pastor de um rebanho perdido e aflito
No campo da amargura sem luz e sem consolo
Foi um livre marcado por um homem renascido
Regressado de uma morte civil mal decretada
Hoje é livre o jogador que andou como perdido
Os autores do seu martírio, esses não são nada
Minutos depois numa conferência de imprensa
Os olhos tinham água, fogo, sangue e alegria
Ele soube vencer toda a força da indiferença
Ganhou o pão da esperança à espera deste dia
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