Os pingos de chuva são uma oração ao contrário, lágrimas de Deus em direcção à terra.
Nos telhados da grande cidade a água perde-se e entra, minutos depois, nas sarjetas do fim das ruas. Ou travessas. Ou praças. Ou avenidas.
Nas velhas províncias, nos barracões e nas adegas, entre fumo e frio, a água multiplica-se nos pátios interiores, nos regatos, nas ribeiras e, por fim, nos rios maiores a caminho do mar.
As gaivotas aparecem no telhado do prédio em frente. Fácil de explicar: o Tejo está apenas a mil e cem metros de distância. Chegam tarde para anunciar a tempestade que já se instalou nos telhados da Travessa André Valente.
No pormenor do óleo de Estrela Faria (datado de 1934) surge o esplendor da cor da cidade, arco-íris de telhados onde a chuva que não pára se assemelha a um óleo capaz de eternizar a força do momento e o mistério do quadro – pequena superfície que aspira a registar para sempre um lugar e as suas cores felizes.
“Os pingos de chuva são uma oração ao contrário, lágrimas de Deus em direcção à terra” Gostei!
A avaliar pelo chuva que tem caído, Ele deve estar farto das palhaçadas que se passam cá abaixo.
As cócegas devem ser um bom método para fazer regressar o sol.
Viva as cócegas! Abaixo os palhaços!
se soubesses como gosto da chuva, Zézinho.:-)
(e agora ainda fiquei a gostar mais por causa dos teus chuvingos).:-)