Balada das Escadinhas de S. Cristóvão

S. Cristóvão, escadinhas

Na esquina da Madalena

Sem prateleiras sozinhas

Na Livraria tão pequena

Toda a riqueza do Mundo

Teatro, poesia ou ficção

Cabe num olhar segundo

Se o primeiro é confusão

Já os turistas do Castelo

Descem e ficam a olhar

Depois de quebrar o gelo

Não há pressa para pagar

Levam seus sacos repletos

De saldos e livros antigos

Os dias ficam completos

Quando chegam os amigos
Rubem Braga, a saudade

«O conde e o passarinho»

Nas encostas da cidade

É que faço o meu caminho

No «Morro do isolamento»

Em Manaus há gente morta

O cronista é pressentimento

Olha o Mundo, abre a porta

De repente oiço-lhe a voz

Passa por aqui de raspão

Rubem Braga, somos nós

A ler teu «Poeta cristão»

Já digo adeus à livraria

E continuo a caminhada

Levo nas mãos a poesia

Mas ninguém dá por nada

3 thoughts on “Balada das Escadinhas de S. Cristóvão”

  1. Pois mas tu és uma pessoa especial, tens intuição para isso e muito mais. O vulgo que sai da Polux com uma mariquice para a cozinha é que não dá…

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