Rua de Baixo, meu mundo
Onde eu regresso cansado
Quando o olhar é profundo
Já andou por todo o lado
São casas sem ninguém
De famílias desligadas
Não se ouve a voz da mãe
Na névoa das madrugadas
Meu berço e minha escola
Minha casa e minha igreja
O amor não pede esmola
Nas esquinas da inveja
Minha paisagem saudosa
Povoada por destroços
Duma sede mais gasosa
Que a água destes poços
Filarmónica formada
Manhã cheia de brancura
Há festa não tarda nada
Na rua desta amargura
Sete ondas repetidas
São sete beijos do mar
Na areia das nossas vidas
Já só podemos cantar
Pode-se cantar um fado
Feito só de melodia
Um homem fica calado
Ao ver a fotografia
Minha rua inicial
A vida, anos primeiros
Onde passou triunfal
A paixão dos baleeiros
Na minha Aldeia também há uma Rua de Baixo, mais vazia do que a sua, José do Carmo Francisco, onde eu regresso muitas vezes e a habito, “manhã cheia de brancura”,
agora que é o tempo dos pássaros e das cerejas, um destes dias.
Jnascimento
o amor não pede esmola. mas dá. :-)
E quando não se dá amor, vai-se pó caralho.
mas as quecas, intelectual, são na rua escura. :-)
E bem às claras, Sinhã!
então não tragas para aqui, isolado, o caralho. obrigada.:-)
Sinhã – isto de intelectual não tem nada. É rebotalho e do pior. Safa!
:-)