Ainda ontem era governante, e já hoje pagaria para o não ser. Que desabou a máquina do mundo e a coisa é de arrecear. O presidente em sítio num quartel, o ministro descomposto, a secretária apavorada em casa. Há blindados a galopar nas ruas, multidões em alarido, comunicados que ninguém autorizou…
O homem deixou de entender o mundo, mas é secretário de estado. E o presidente reclama, na emergência, que alguém lhe desencante um interlocutor. Algum general de peso, não caia o poder na rua, tão frágil que é, o poder.
Arrisca até à praça sublevada, forceja entre a multidão, chega à fala com um soldado que dispara um ultimato ao megafone.
– Sou secretário de estado, trago um mandato do presidente do conselho!
– Apresente-se no PC e exponha as suas razões! – diz-lhe o outro, a fazer a continência.
O homem aguentou o abanão, mas esgazeia o olhar.
– Sempre são eles quem manda?!
O soldado abre um sorriso, dá ordens ao condutor, embarca o homem num jipe.
– Leva sua excelência ao posto de comando! Põe-me os olhos no caminho, que há gente de ideias fixas!
E esticou o prazo ao ultimato.
Jorge Carvalheira
A grande literatura é isto: cada sachadela, mínima que seja, uma minhoca. Não desdenhando, Jorge.
“Esta Revolução só se recupera através da violência exercida implacavelmente contra (…) quem quer que sejam” – José Saramago in “Diário de Notícias”, 1975.
Há 32 anos atrás meia dúzia de capitães com medo de ir para a guerra defender a pátria resolveram fazer uma Revolução. Estava no Poder um Governante medroso que tinha a Força suficiente para resolver o problema. Fugiu e deixou a pátria a homens que se revelaram terroristas e traidores uns anos depois. Milhões de Portugueses de todas as raças morreram por causa deles! Foram os responsáveis pelo Holocausto Africano.
Hoje as bandeiras estão a meia-haste na República Independente do Alto de Paço de Arcos, por ordem do Exmo. Comandante Guélas, Potestade da Net.
Esticar é sempre uma solução a ter em consideração.
Abraço, Jorge.
Ah, Bigornas, a tua noção de ‘História’ é marada, a tua linguagem basto ‘rétro’, mas hoje gozarás, aqui, de alguma amnistia.
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Bigornas, apaguei-te os enlatados que enviaste agora. És mesmo um gajo limitado, não tentes voltar a prová-lo.
Mas – mais grave ainda – continuas a mandar spam comercial para aqui. Além de parvo, és um vendido.
Muito bom. E como de costume.
Muito bom, sim senhor.
Bela homenagem ao 25 A!