Devido a circunstâncias laborais, tenho conhecido muitos espanhóis. Os espanhóis são, dizem-me eles, muito supersticiosos. Já conheci uma boa dezena de casos que ficam histéricos com gatos pretos, espelhos e coisas afins. Há um hábito em particular a que eu acho piada, que é o de colocar alhos em locais estratégicos. O pai de um amigo punha-lhe alhos no porta luvas do carro para o livrar de acidentes e maus encontros. Também lhe adiou bastante a saída de casa, já que a moça de quem ele gostava na altura achava que ele andava sempre a cheirar a comida e que arrotava no carro, o guarro. Também conheci um cientista que usa as mesmas técnicas, e coloca alhos junto a locais estratégicos do seu laboratório, particularmente quando acha que as experiencias lhe correm mal e quer que lhe comecem a correr bem. Esta história deu-me uma particular vontade de rir, ao imaginar artigos na Nature descrevendo, entre os mais diversos aparelhos de cromatografias, espectrofotometrias, ressonâncias e infravermelhos, a presença de uma cabeça de alho de cerca de 100 g, colheita de 2007, Junho.
No entanto, e como me fez notar uma amiga, qual será a diferença entre um cientista que coloca alhos ao pé dos aparelhos, e um cientista que reza e pede a deus que o ajude?
a história também me deu vontade de rir. quanto à pergunta, hum…
a diferença é que os alhos dão sorte e deus dá alento?
a diferença é que deus está em todo a parte, incluindo o cientista, e os alhos… enfim?
a diferença é que deus criou os alhos e os alhos não criaram deus?
:D
Devido a circunstâncias laborais, tenho conhecido muitas espanholas. As espanholas são, sei-o eu, umas atrevidas. Já conheci uma boa vintena de casos que ficam histéricas com cabelos grisalhos, gostos requintados e coisas afins. Há um hábito em particular a que eu acho piada, que é o de colocar a lingerie em locais estratégicos. A mãe de uma amiga punha-lhe a lingerie no porta-luvas do carro para a livrar de apertos depois de maus encontros com saídas apressadas. Também lhe adiou bastante a saída de casa, já que o rapagão de quem ela gostava na altura achava que era uma depravação e que aquele hábito de guardar lingerie no porta-luvas era um convite ao contorcionismo, o otário. Também conheci uma executiva que usa as mesmas técnicas, e coloca lingerie junto a locais estratégicos da sua sala de reuniões, particularmente quando determinado jornalista se prepara para a entrevistar. Esta história deu-me uma particular vontade de rir, ao imaginar artigos no Diário Económico lá do sítio descrevendo, entre os mais diversos gráficos de futuros do Nasdaq, cotações de Brent, análise do Dow Jones e previsões para a retoma do dólar, a presença de lingerie vermelha, modelo deste ano, igualzinho ao do anúncio da Cláudia Vieira.
No entanto, e como me fez notar uma amiga, qual será a diferença entre uma executiva que dispersa lingerie pelo sua sala de reuniões e outra que pura e simplesmente me pede que lhe mostre o céu?
Lamento desapontar-te, mas convivo todos os dias com espanhóis pelos mesmo motivos do que tu e nunca lhes denotei tais propensões.
A única diferença é entre escrever «deus» e «Deus» que não é a mesma coisa, obviamente.
Vim só deixar umas cabeças de alho…
O cheiro?
Nenhuma Isabel…
só o Deus é que muda de figura, transforma-se em alho…
bom, visto por outro prisma, deus muitas vezes bem parece uma cabeça de alho chocho…
Quem é esta isabel que não costumo ler por aqui? Uma ajudante de laboratório armada em escriba? E logo com um post que tresanda a alho? Elucidem-me, please!
O alho, dizem, prolonga a vida sexual. Tinha um amigo, que já se foi, que comia em jejum alguns dentes de alho para ter vigor…E também há quem diga que o seu cheiro afugenta os maus espíritos. Vá-se lá saber!
Eu prefiro o cientista que reza a Deus ou até a Alá ao cientista que reza a alhos.
Nik, estou de acordo. Se não há Deus, é menos rezar-Lhe do que pôr alhos, ferraduras, cornos de veado ou seja o que for a guardar a porta. Mas, se há, talvez dê algum resultado…
Eu acho que vai por aqui alguma confusão entre Deus e o Demónio. Se de um ponto de vista científico ou naturalista o alho, segundo dizem, possui poderes curativos ou vitamínicos que actuam, benéficamente, sobre o corpo humano, proporcionando-lhe longevidade e vigor, por outro, o mesmo alho, parece estar relacionado com as «entidades nocivas» (no conceito de quem acredita), de modo a afastá-las de nós pelo cheiro, do qual as «entidades» parecem não gostar. O mesmo acontece com a cânfora, utilizada com o mesmo fim. Isto, repito, num conceito do mundo espírita ou espiritual – que é quase a mesma coisa.
Allan Kardec, que não li, nem tenciono ler, parece que fala nisto na sua obra. Se não fala, desde já peço perdão. Pelo menos, não há dúvida de que os espíritas aconselham o alho – dentro da mala, na algibeira, no porta-luvas do carro, etc. -«para nos livrar dos espíritos malignos que vagueiam pelo
mundo para nos prejudicar».
Deus é aqui chamado não sei porquê. Na religiao católica não se incute nos crentes a utilização do alho, mas a oração. Teria sido pelo facto de a Susana lhe ter chamado «cabeça de alho chocho»?
O Daniel de Sá fica-se pelas evasivas. Sim, que o maia sensato é não emitir opiniões decisivas sobre este assunto. Por isso é que se diz: «Estar de bem com Deus e com o Diabo»!
Saudações polémicas.
Eu acho que poderia entender-se que a minha resposta foi irónica. Se tal não foi entendido, aqui fica claramente dito: este “post” não tem qualquer lógica sob nenhum ponto de vista. Comparar a crença em Deus com a superstição é uma parvoíce. Por mais descrente que se seja, o que não é o meu caso. Mas está na moda, tal como está na moda a “vulvização” dos costumes. E a esta moda a simpática Susana, o meu Lírio, também não resistiu.
daniel, meu girassol, o que é a «vulvização dos costumes»? é não ter preconceitos em relação a qualquer representação e ter interesse em falar sobre ela?
quanto à comparação que referes, não é uma parvoíce. eu não a faria, e na minha brincadeira do comentário a este post falei a sério quando perguntei «a diferença é que os alhos dão sorte e deus dá alento?». no entanto tudo, a arte, o sexo, deus, a morte, as batatas, pode ser sujeito ao mesmo olhar e ao mesmo humor. para uma cientista que não seja crente pode fazer tanto sentido confiar em deus como na sorte, para a prossecução do seu trabalho. e o post é brincalhão, mas para além disso podemos ver olhares diferentes dos nossos sem os considerarmos parvos, basta que os vejamos a partir do lugar do outro. claro que às vezes pode mesmo haver parvoíce, mas aqui discordo de ti, onde há apenas humor e ligeireza.
Pois, Susana, eu também fui irónico primeiro, mas o “Eu Acho” não compreendeu. E o “post” da Isabel, se é ironia (e como tal o li) é um bom “post”, mas se é a sério não tem ponta por onde se lhe pegue. O problema, aqui, é que parece que não se pode falar a sério. Eu tentei fazê-lo em relação à pintura ou foto que “postaste”, e logo apanhei com umas classificações a cujo direito não me arrogo. Entretanto, e estranhamente, tu insistes em que o teu nu provocou pruridos que já não se justificam. Repito que aquele tipo de pintura só tem sucesso não pela qualidade mas pelo que expõe. Que está na moda. E há um desequilíbrio no que quer que seja quando um tema se torna dominante. A vulva, bem como os caminhos que a ela conduzem, tornou-se dominante absoluta na literatura, no cinema, na arte em geral. Se fossem os olhos ou as mãos, a minha crítica seria a mesma. Percebeste, meu Lírio?
O teu Girassol.
sim, daniel e eu percebi a ironia do teu comentário. insisto nos pruridos e a tua frase indicia as razões da minha leitura. repara: «e a esta moda (estás a classificar o tema como moda, o que é depreciativo, mas esqueces-te que o mesmo se poderia dizer das paisagens, dos interiores habitados ou dos retratos sem perfil, relativamente a diversos períodos) a simpática (valorização da susana) susana, o meu lírio (a pureza da susana), também não resistiu (ou “cedeu à tentação”, ou outra coisa qualquer implícita na “não resistência” que aponta uma qualquer fraqueza, quiçá uma cosnpurcação). ora não se trata de uma cedência a qualquer coisa que seja um erro do nosso tempo, mas apenas o ser do meu tempo, como tu és e foges, e olhar para ele com a naturalidade de quem olha interessada. mas eu vou voltar ao tema, quanto mais não seja por saber que foi a moral que impediu representações belíssimas do sexo e do corpo de virem a público e que em alguns casos levou até à sua destruição. os artistas eram os mesmos, ao representar uma natureza-morta ou uma penetração, portanto a qualidade artística não se alterava. o tema era tabu – e ainda é, pelo menos dentro do que se pretende “elevado”. a representação do sexo é tão dominante na pintura como a representação da degradação dos objectos inanimados, por exemplo, ou a representação da comida. a paisagem e o retrato estão tão na moda, na pintura, como estará o sexo. basta abrires várias revistas sobre pintura contemporânea para confirmares que não há excesso nenhum, a não ser do ponto de vista de alguém para quem um pouco já é demais. e não é pela qualidade/pelo que expõe – a representação e aquilo de que fala sempre foi parte integrante da pintura. não há figuração sem tema, mesmo que o tema seja a ausência de tema. o que podes dizer é que sem qualidade a representação não iria a lado nenhum.
Pois, Susana, esta é a chave: “o que podes dizer é que sem qualidade a representação não iria a lado nenhum.” Nem mais. Mas sempre adianto um pouco a propósito de referires a presença generalizada da paisagem, superior mesmo aos nus, por exemplo. E não será isso o resultado de a paisagem ser muito mais frequente à nossa vista do que uma mulher nua (ou um homem)? E quando foi que a “moral” impediu os pintores de pintarem nus? Miguel Ângelo? Rubens? Goya? Parece-me um exagero atirar sempre para a moral a falta de algo. Faz-me lembrar os famosos manuscritos, qual “Parnaso” mítico camoniano perdido algures, que antes do 25/04/74 se dizia abundarem nas gavetas dos nossos escritores, à espera da liberdade. Vai-se a ver… nada se viu. A não ser um auto de Calderón de la Barca representado em nu integral. E o nu faz tanto sentido lá como vestir Lady Godiva.
Por isso à tua frase que citei eu acrescantaria “e sem pretexto justificável”. Posso ser burro, mas nunca entendi o que faz aquele nu e meio no “Déjeuner sur l’herbe”, de Manet.
Daniel de Sá:
Quando os “residentes” não querem perceber, são os comentadores que passam por não terem percebido. Pois eu acho que percebi muito bem. O Daniel tem apenas razão quando refere a “vulvização” – à qual eu acrescento “vaginação”, “clitorização” e tudo o que diz respeito ao sexo dito sem tabus. Trata-se de uma moda – e de um negócio – a indicar-nos que estamos na Era do Sexo. Muitos dos que escrevem em blogs e noutros locais, entendem que para além desse tema não existe mais nada com interesse. Que não há inspiração que suplante o sexo. É o sexo que vende. É o sexo que chama o leitor e, ao que parece, o comprador de “arte”. É moda e é um modo de estar na vida. Quanto mais chocante e desbragado, melhor
Eu acho que com um pouco mais de decoro, de respeito, daquela “reserva” de outros tempos, ainda recentes, todos ficaríamos a ganhar. O sexo tornar-se-ia mais apetecível, quer figurado, quer descrito por palavras. Assim, a tocar pública e abertamente as raias do promíscuo, do chocante, do obsceno, do provocante, do chocante, do indecente, do sem-regras, vamos de mal a pior. Não havia, por exemplo, tantos casos de mães com 11 ou 12 anos de idade e pais com 13 ou 14 anos. Vamos chamar a isso “evolução” de costumes”? Tudo o que ultrapassa os limites é exagero. Lésbicas e homossexuais sempre os houve. Aberrações também. Não será daí que vem maior mal ao Mundo. Mas não a falta de decoro a que se assiste actualmente, o exibicionismo barato, ostensivo e chocante, que nos bate à porta todos os dias.
Outra coisa: não utilize tantas vezes a palavra «ironia» para tapar buracos. Nem sempre o leitor está à altura de detectar as suas “ironias” nos seus comentários. Chamar, em certos casos, a “ironia” para resolver situações mais controversas, é quase como dar o dito por não dito.
Susana:
Pois terá sido a moral «que impediu representações belíssimas do sexo e do corpo de virem a público». Estou de acordo. Não vem daí novidade. Mas como vamos nós incutir nos nossos filhos a moral que não temos? Os princípios que não nos regem? Que desplante será o nosso ao exigir-lhes condutas que não seguimos? Mesmo que o corpo não seja tabu entre pais e filhos? Sim, porque isso é outra coisa.
O sexo sempre foi tema na arte: pintura, escultura, literatura. Mas não atirado de qualquer maneira à cara de cada um! Hoje, qualquer bicho-careta aborda o tema, quer figurado, quer pela escrita, com grosseria, sem qualidade, sem beleza. Antes com obscenidade, sem pudor, sem preconceitos, como pseudo-arte. Porque é moda? Porque toda a gente o faz? Por dinheiro? É essa a liberdade de expressão artística de que usufruímos hoje?
Poderá dizer que o meu ponto de vista pertence a um passado conservador. Pergunto: passa a evolução das sociedades pelo arrasar de preconceitos lógicos, estéticos e morais? Não vamos, certamente, comparar, na pintura, um cesto de morangos com a representação de uma vagina. O pintor pode ser o mesmo e a sua arte também. Mas ir tão longe, mesmo tendo em conta o «impedimento moral de vir a público» – com as consequências que se entendem por morais ou de bom-senso – poderá tornar-se imoral, ou não?
Saudações polémicas.
Eu Acho…
Apeteceu-me bater palmas. Palavra de honra, este foi um dos comentários mais dignos, mais bem escritos, mais valiosos de quantos já se viram no Aspirina. Concordo com tudo, até com a nicadela que me diz respeito quanto à ironia. É que, meu Caro, embora muitas vezes não apeteça falar a sério, este aasunto era demasiado sério para se ironizar acerca dele. Obrigado pela lição de frontalidade. Penso exactamente o mesmo. Por isso subscrevo. E mais, se eu fosse administrador do blog, passava este texto para a primeira página. Aliás, gostaria que a Susana o fizesse. Aqui fica o pedido.
O meu abraço, grato.
Daniel
daniel, «Susana, esta é a chave: “o que podes dizer é que sem qualidade a representação não iria a lado nenhum.” Nem mais.»? mas foi o contrário o que disseste: que sem sexo aquela pintura não iria a lado nenhum. eu não digo que haja presença de paisagem superior à do nu, mas que o sexo apenas pode «estar na moda» porque deixou de ser omitido. quando tudo se torna comum, o olhar muda. nem falei dos nus, pois claro que a moral não impediu esses nus. mas disso falarei mais tarde. sem pretexto justificável? 1. porquê é preciso um pretexto para representar um nu que não seja necessário para pintar qualquer outra coisa? porquê não tem justificação? que justificação tem uma taça de fruta do cézanne que não tenha uma vulva de outro qualquer? 2. se achas que os nus do déjeuner sur l’herbe estão lá sem justificação, essa pintura deixou de ser uma boa pintura para ser uma obrazeca por causa disso?
quanto ao comentário do eu acho, não é preciso ser-se administrador do blog. se quiseres publicá-lo na primeira página, é só fazeres copy/paste, como habitualmente. podia também fazê-lo eu no teu user, se quisesses, mas talvez queiras acrescentar algumas palavras de introdução, ou assim, e fica mais fácil.
eu acho, é óbvio que não podemos incutir aos nossos filhos valores que não tenhamos. mas o que é que isso tem a ver com a questão? por outro lado, falas de se poder falar, ou representar o sexo, mas apenas com arte. e aqui entramos num problema bicudo. quem é que decide o que é, ou não, arte? entras aqui numa grosseira injustiça, pois pode haver alguém que o refira com uma intenção artística e não se produzir qualquer consenso de legitimação artística do objecto. estará a arte na intenção ou na consagração? ninguém decide. felizmente usufruímos dessa liberdade de expressão – se artística ou não é todo um programa. no entanto diria, sem te conhecer, mas arriscando estar certa a partir do conhecimento revelado no que dizes, que não és tu quem pode apontar o dedo da pseudo-arte. eu também não, mas nem quero.
eu não posso considerar um preconceito lógico, estético, ou moral. tira-lhe o prefixo e passamos a entendermo-nos. sim, do ponto de vista da pintura podes comparar uma vagina com um cesto de frutas. mas sobre a representação não há olhares inocentes, quando se implica o seu reconhecimento.
quanto ao sexo, acho que rende tanto, em atenção, porque é preciso que se fale sobre ele.
Isabel – nem com alhos isto lá vai
com alhos num sei mas kpk’s ainda dá
Z
explica lá o que é isso das ou dos kpk’s…
capicuas
eu também acho que as lésbicas e os homossexuais são uma aberração.
e que por isso o quadro, a que continua a referir-se esta caixa de comentários, é santificado e nada aberrante.
e dos links todos fiquei com imensa pena de não ter sabido a tempo do leilão do filme com a marilyn como protagonista.
(e acho ainda que a susana fez um óptimo post, tem produzido belíssimos comentários, e nada tenho a acrescentar nem a um nem aos outros.)
olá, isabel. sê bem voltada. usa os alhos mas não os comas antes de irmos todas outra vez jantar, vale?
eu acho, há bocado, por falta de tempo, só tinha lido a parte do teu comentário que me era dirigida. a que estatística foste buscar essa de haver agora mais mães dessas idades do que no suposto tempo dos bons costumes? exactamente o contrário: quanto mais se fala de sexo mais ele tende a ser responsável. e se te lembrares dos casos mais frequentes em que as meninas dessas idades engravidavam (viessem ou não a ser mães…), em que os pais não eram esses meninos de 14 anos, como deveria ser, mas os paizinhos das mães ou outros familiares, irás constatar que a liberdade e o conhecimento do que é o sexo leva a muito mais denúncias.
e a parte dos homossexuais e das lésbicas é uma grande aberração no teu comentário.
sem-se-ver, obrigada pelo que me diz respeito.
EU ACHO que mães aos 12 e 13 anos não lêem blogs. Aliás, até acho que as que não são mães aos 12 e 13 anos também não lêem blogs, tem mais que fazer, embora não estejam a fazer a mesma coisa que as mães de 12 e 13 anos, ou então estão, mas são mais cautelosas.
EU TAMBÉM ACHO que aquela criatura ali em cima a quem o Daniel de Sá (aquele que no post abaixo já estava na choradeira que o estavam a atacar e ele nem tinha dito nada de mal, como de costume) bateu tanta palma também devia ir para a página de cima. Eu até a linko e tudo, com o texto “aqui está um anónimo e novo comentador do Aspirina que só comentou porque se tratava de sexo, coisa que deve ter muita falta”.
EU ACHO é que a rapaziada ainda não percebeu o seguinte: podem não gostar da pessarinha escarchada, mas não têm capacidade ou conhecimentos ou currículo para dizerem que se trata de arte ou não.
qual era este post mesmo? Ah, o da Isabel, bons olhos te vejam por aqui. :) E ainda me estou a rir com a resposta da Clara. :D
ah e também acho que a parte do comentário sobre lésbicas e homossexuais foi uma verdadeira tristeza. Para não dizer mais.
Grato Cláudia
Catarina, Deus te dê sempre saúde nesses dedos para escrevers tão ajuizadamente, e a mim devolva a sensatez (ou ma dê também, se acaso nunca tive) que perdi ao aceitar colaborar no Aspirina. Porque isto dos blogues, com raras excepções, transformam-se todos, mais dia menos dia, num lodaçal de palavras. Gostas de charco, encharca-te à vontade. Parece-te que me queixei, pois que te agrade o pensamento. Agora que posso reservar-me o direito de não vir para aqui com muita frequência, porque não tenho paciência q. b. para certas coisas, lá isso é comigo. Porque, quando me parecer que estão abusando de mim, coisa que não costumo fazer a ninguém, pelo menos propositadamente, digo adeus e passem bem. Tanto mais que quem me convidou já por cá não está, e ainda não percebi se os outros simplesmente me toleram, e eu não gosto de ser pesado para ninguém. Portanto, Catarina, se conseguires chatear-me até me fazeres desandar daqui para fora, estarás, talvez, a fazer-me um favor.
Podem ter contribuído para este meu azedume os 4-1 de Leiria, mas não muito.
daniel, quem está abusando de ti? e como? e porquê as críticas que te são feitas aparecem mais lodosas do que as que diriges aos outros?
a minha mana não gosta de charco, nem se encharcou em nada. és tu quem a está a colocar nesse lugar.
quanto ao convite que te foi feito, ele foi colocado à consideração dos outros e todos concordaram. não devias estar a pôr aqui em causa a tua presença no aspirina nesses termos. só nos termos do teu prazer em aqui estares.
Susana:
Não disse no meu comentário que ser-se lésbica ou homossexual era uma aberração. Tu é que o dizes. Tenho amigos que o são e, realmente, não é por isso que deixo de pensar que a Natureza errou. Só isso. Não os entendo como uma aberração. A frase é tua. Mas não aceito fantochadas. Casamentos entre dois homens ou duas mulheres são contra-natura. Ontem, hoje e amanhã, como diz a canção. Os «bons costumes» de hoje aceitam na boa, embora muito se tenha lutado e lute para a sua concretização.
De tal modo é algo de errado que, de início, as próprias lésbicas ou os homossexuais, quando descobrem a sua tendência, ficam apavorados, passam por fases horríveis de interrogação, de sofrimento, de medo. Sentem que algo em si não se ajusta, não se enquadra nos parâmetros chamados normais. Mas, nesse aspecto, ainda bem que a sociedade e as mentalidades tendem a mudar. Se é que não mudaram já.
Conheço uma jovem que enchia a companheira de pancada por ciúmes. Até que a ligação acabou. Uma delas tinha uma filha pequena. A situação era muito mais estranha e inesperada do que se o mesmo drama fosse passado entre um homem e uma mulher.
Parece-me também que tu é que não estás a par das estatísticas que apontam os inúmeros casos de mães/meninas e pais/meninos que refiro no meu comentário. Apoio uma obra de auxílio a casos destes. E tu, guias-te pelo que lês? O teu comentário sobre os «paizinhos das mães», não passa de casos de pedofilia familiar, que nos levaria muito longe. Isso, é outra ponta da meada. Hoje não tenho paciência para tanto.
Falei, sim, de sexo entre crianças e isso acontece cada vez mais cedo. Porque a liberdade é cada vez maior no que respeita à sua sexualidade. Sem o menor conhecimento a não ser o do prazer. Não o das consequências. O que vêem é o que fazem. O que lêem é o que praticam. Quase mal saem do Ensino Básico as meninas começam a tomar a pílula. A mais das vezes aconselhadas pelas próprias mães na intenção de evitarem males maiores.
Não te entusiasmes pelo facto de teres dois filhos rapazes, segundo julgo. No caso das raparigas, o caso sempre foi e será muito mais complicado. Os rapazes não engravidam! Elas e eles despertam cedo demais para o sexo. Cedo demais irão cansar-se dele. Depois, quem sabe, talvez as demais opções…Há um tempo para todas as coisas, Susana. Não queiramos, à sombra da liberdade de expressão e de comportamentos ignorar consequências e desaires em vez de assumirmos a responsabilidade de os evitar. Ou minimizar, pelo menos.
E não me venhas falar dos países africanos e na emancipação sexual dos jovens. São outras culturas e outras misérias também. Actualmente, estou ligado a Angola por laços familiares – seis anos – e amigos – há muitos mais anos – e poderia contar-te aquilo que, naturalmente, já é do teu conhecimento.
Daniel de Sá:
Grato pelas suas palavras. Não merecia tanto. Pelos comentários da Catarina C, mana da Susana, não merecia mesmo. Mas os termos por ela utilizados falam por si.
Não se deixe incomodar com meninas armadas em modernas, liberais e extrovertidas, quando nem sabem o que tal significa.
Fique bem. E continue por cá. Sem si, se calhar, era o fim do Aspirina. Valha-nos São Valupi! E já agora, porque não, Santa Susana…
Saudações polémicas
eu acho, foi a tua sequência que induziu a leitura. acredito no que me dizes sobre a sexualidade dos jovens, uma vez que te relatas por dentro do assunto. só que não havia dados anteriores, era ao que me referia quanto às estatísticas. mesmo o que referes revela a importância do sexo, e o que é importante deve ser discutido. tenho dois filhos, sim, mas fui rapariga. assim, tenho que saber desse acréscimo de complicação, como imaginas. tento educá-los para respeitarem as mulheres.
tenho procurado dar educação sexual aos meus filhos e, no caso do mais velho, converso amiúde com ele sobre as relações sexuais, sempre sem as dissociar do amor e da responsabilidade. há sempre maneiras, mesmo sem personalizar. fala-se no caso x, que até pode ser inventado, e disto sai conversa, pareceres, esclarecimento, reflexão. se há algo de que ele está bem ciente é do facto de uma eventual gravidez de uma sua namorada ser tanto dele como dela. mas diz, e há alguns anos, que não vai ter relações sexuais enquanto se sentir criança, e que quando as tiver irá ser com preservativo, pois tem medo da sida e é contra o aborto. e isto di-lo por sua iniciativa, por sua inquietação.
mas tá mal falares no incómodo do daniel com meninas isto ou aquilo. os rótulos ficam sempre pior em quem os põe.
A Susana fala muito dos filhos, mas nunca do marido. O que é que aconteceu ao bicho, senhora matriarca?
Daniel, eu não digo que é uma choradeira a tua sempre que alguém te responde em termos que não aprecias? Olha, agora a culpa de saires do Aspirina era minha?! AHAHAHAHAHAHAHAHAH!
De qualquer forma, estou agora à espera que eleves o comentário do EU ACHO a post. Porque diabo haveria de ser a Susana se tu é que achaste que merecia honras de primeira página e tens o teu próprio user? Não é preciso ser administrador do blog: basta fazeres copy-paste do comento e metes no teu.
Quanto ao resultado em Leiria, plenamente solidária.
Susana
Eu não me importo de ser bobo. Mas prefiro sê-lo quando me apetece e não quando outros decidem que eu o seja. Só isso. Eis por que razão pus a hipótese de deixar o grupo. Por orgulho ferido? Não, por uma questão de dignidade.
mas daniel, quem fez de ti bobo? limitaram-se a discordar de ti, ou a criticar a tua atitude/palavras. se te deres ao trabalho de ler por aí abaixo, vais encontrar situações semelhantes com todos nós, incluindo todos aqueles que já não estão cá. dou-te um conselho, aquele que eu procuro seguir: se te chateia porque eles até têm alguma razão, reflecte sobre o assunto; se te chateia porque não têm razão, deixa o ónus do lado deles.
crótalo, não te preocupes, que os meus filhos têm um pai.
Quem não quer ser bobo, não lhe veste a pele.
Susana
Estás a fazer confusão. Teimaste em levar os comentários à pintura como exagero de pudores ultrapassados, quando a maior parte das críticas se refreia à qualidade artística que ela não tem. Imaginas-me aborrecido com quem discorda de mim, quando eu reclamo é contra os comentários ofensivos. Os que me são dirigidos e os que são dirigidos a outros. Aliás, já várias vezes aqui me insurgi contra comentários desse género que tiveram por alvo amigos do Aspirina. Por isso é que eu pus a hipótese de abandonar a boa companhia quando o incómodo de cá estar superar o prazer com que o faço. Simplesmente isso. Não preciso de público, já o tenho que baste e muito mais do que pensarás, podes crer, estou farto de baboseiras do género de que a Igreja só dá maus exemplos, e ponto final.
daniel, interpretei as tuas críticas assim, sim, porque tu só questionaste o imaginário e não a pintura propriamente dita. claro que o imaginário faz parte da pintura, mas tu classificaste-a sem aludires à subjectividade do teu gosto, como já disse e reafirmei. chegaste a questionar a sua publicação, trouxeste o meu filho à baila como elemento de uma suposta vergonha que eu deveria sentir pelo meu acto e, gentilmente, lamentaste que o lírio tivesse sucumbido à tentação de uma moda deplorável. só falaste sobre a pintura condenando a excessiva exposição dos genitais. puseste até em causa que pudesse ser erótica por causa do excesso de exposição – e eu pergunto: que obrigação tinha a pintura de ser erótica, ou de apelar à tua concepção de erotismo para ser boa?
não encontro aqui comentários ofensivos dirigidos à tua pessoa, mas se os encontrasse, seria banal. aliás no meu post da celeuma há vários, e olha, problema de quem os fez.
já agora: eu não gosto especialmente da pintura em questão, embora não a considere má. mas acho-a inteligente. para mim o tema é interessante, e merece ser falado. e, se leres o post, não encontrarás lá nada que celebre a obra, mas a representação. acho muito bem que a arte represente os genitais, o sexo, o desejo, a escatologia, seja lá o que for que a arte queira representar. é esse o seu lugar, o da absoluta liberdade, mas também o de pôr na linha de fogo as perversões, os tabus, os preconceitos, até o feio.
não sei porque imaginas que eu te pensarei com menos público do que aquele que tens. nunca te mostrei qualquer desconsideração, daniel.
Isabel,
agora era o momento de apareceres, de esclareceres todos estes mal entendidos e de dizeres que apenas tinhas encostado o alho, quase ao lado do território dos deuses…
e de dizeres que o sexo é óptimo… enquanto acendias um cachimbo de paz, para que o Daniel e a Susana, dessem umas passas, e começassem a sorrir…
luiseme, mas quem te disse que a Susana e eu precisamos de fumar o cachimbo da paz? Olha, acabei de fumar um simples Além Mar. E não me passou pela cabeça que tivesse alguém de mal comigo, muito menos a Susana. Nem sequer a irmã, que me pareceu abespinhada na defesa da honra da família (está no seu direito e é o seu dever), ou tão-pouco esse camarada que tentou acautelar-me de Belzebu. Lá que também sou humano e perco o bom humor de vez em quando, isso é verdade. Mas não mais do que isso. Claro que não gosto de perder o bom humor muitas vezes, confesso, porque faz mal à saúde. Daí que abandone os ambientes ou as companhias que me transtornam a disposição, e foi isso que eu pus como hipótese. Mas sem ódios. Apenas por amor a mim mesmo.
super
tições
Estás enganado num ponto, Daniel. Eu não venho aqui na qualidade de irmã. Venho aqui comentar na qualidade de comentadora e fellow blogger. Já comentava alguns dos bloggers do Aspirina ainda nem o Aspirina existia. Não comento outros posts porque nem sequer os leio ou porque não tenho tempo ou porque não me apetece. Agora não cometas o erro de pensar que, quando comento, comento para “defender a maninha” (somos todos adultos aqui). Se alguma coisa será, antes o oposto, por respeito a ela e ao blog onde ela escreve (e já agora ficas sabendo, onde eu não escrevo porque não aceitei o convite – com o acordo colectivo e que não me foi feito pela mana -, visto que tenho os meus blogs e nem para esses tenho o tempo que gostaria), não te dou a sova que às vezes merecerias e terias mais é que te aguentar à bronca como toda a gente que escreve e se sujeita aos comentários se aguenta, melhor ou pior em vez de armar em dama ofendida e ainda vir amuar e choramingar que a culpa é minha se saires do Aspirina. Olha se toda a gente que aqui troca flores e estocadas amuasse também! Havia de ser bonito! “ele foi mau pra mim, já não comento mais!” Santa paciência!
Mas vá, sabendo-te solidário na desgraça em Leiria, enfim, sempre temos alguma coisa em comum.
Só isso em comum, Catarina? Que pena… (Mas podes bater à vontade.)