Savita levou-nos à Embaixada da República da Irlanda

Como se pode ler nesta notícia, hoje, uma delegação de Deputadas representando as 28 signatárias de uma carta dirigida ao Embaixador da República da Irlanda foi recebida pelo próprio.

A carta naturalmente condena a morte de Savita, expressa a nossa total solidariedade para com a sua vida e a sua famíla, mas faz mais.

Pode ler-se no escrito como temos memória de um Portugal sem legislação alguma, da sua evolução deficiente, do calvário do aborto clandestino, das suas consequências, e da situação presente.

O texto mostra um caminho para uma solução enquadrada no espírito que nos rodeia e revela o consenso social que felizmente vivemos.

Não temos saudades de um Portugal violento para com as mulheres, de um Portugal que as perseguia e que com isso conseguia a sua morte em números assustadores.

Escrevemos uma carta de empatia e de testemunho útil, não nos resignando a que um caso de direitos humanos como o sucedido em Irlanda ficasse em conversas de corredor sem qualquer iniciativa.

Assinaram a carta Deputadas de todas as bancadas.

Fiz parte das quatro Deputadas que se deslocaram hoje à Embaixada.

O Embaixador mostrou-se extremamente interessado no caso, quis conversar detalhadamente sobre a evolução legislativa em matéria de IVG em Portugal, e fez questão de se manter em contacto com as Deputadas portuguesas, nomeadamente para nos dar conta pela sua voz dos resultados de dois inquéritos que nos disse terem sido abertos.

Morreu uma mulher. A carta foi, por empatia e por simbolismo, assinada por mulheres.

 Aqui, podem ler a carta e ver quem assinou