– Não há evidências de que o Governo não cumpre aquilo que prometeu;
– Não há uma situação financeira de ruptura em Portugal;
– Não há evidências de que o país esteja num impasse ou num beco sem saída.
Deixem o Governo de Sócrates continuar. Não há razões para a direita ir para o Governo.
Mas quem é esta criatura, para vir falar da cátedra? Acaso tem alguma consistência? Acaso tem algum crédito? Acaso é presidente da República, com poderes para dissolver o Parlamento? O único trunfo com que se apresenta são umas sondagens que lhe são favoráveis na proporção directa do seu silêncio. Parece-me pouco.
Não quer ir para o governo porque não saberá o que fazer nestes tempos difíceis, possivelmente nem nos fáceis. Até o PC (!) o reconhece em público (ontem, TVI24, deputado João Oliveira (penso que é ele): «o PSD não lhe interessa ir para o governo, deixa o odioso do trabalho para o PS» (deputada do PSD arregala os olhos)).
Com este dscurso, Passos Coelho já cavou a sua sepultura. Os cavaquistas não pensam assim e não lhe perdoam. Estes dizem que cada dia é um dia de desgoverno e só esperam a hora exacta para passar a “rasteira”. Cavaco comanda as tropas e vai dar a ordem para avançar, encarregando-se de montar um conflito institucional, agora que já treinou com as escutas….
Coelho é carta fora do baralho
É Aníbal Cavaco Silva, ou Aníbal, cavaco e Pirro?
Cordeiro e Coelho, como também “coelhinho branco”, são óptimos nomes para vítimas, ou para o que acaba frito, cozido, ou assado, em lume mais ou menos brando…
O adversário não deve ser substimado. Deve ser tomado a sério, mas provar que o facto de ele ser sério não o torna capaz. A opinião pública gosta e ri-se das graçolas e das palhaçadas, e baba-se até com as intrigalhadas, mas não são elas que os covencem e arregimentam.
Ora, abóboras! O discurso do Passos seria outro se as últimas sondagens dessem já uma maioria parlamentar à direita. Mas, como essa maioria tarda, o gajo espera pelo desgaste do governo de Sócrates e o descontentamento da populaça, em massa.
Sócrates é um político incómodo – é um Corajoso, um Determinado, um não-desistente, um Abnegado por Portugal.
Pessoas deste calibre assustam qualquer um, principalmente quando esses “um” é gente que está sedenta de poder mas é incapaz de tomar medidas impopulares.
Engraçado. Depois da derrota do Poeta Alegre, falta-nos alegrarmo-nos com a mais que previsível hecatombe do pateta triste.