Não se lembram de V. Gaspar grunhir em médio tom, recordando aos esquecidos – todos os Partidos – que ajudar um nadinha as pessoas que estão a entregar as suas casas aos bancos como escravos sem direitos era mauzinho para os interesses dos bancos? Pois…

É raro assistir-se a um processo político e legislativo assim. Os tempos são maus e para muitos são de horror. O poder político tem o dever moral de pensar em soluções. Todos os dias.

Sabemos que o direito fundamental à habitação está ameaçado em termos de verdadeiro alarme social. Efetivamente, todos os dias são entregues aos bancos centenas de casas – habitação própria permanente – porque os que em tempos idos e seguros fizeram empréstimos para comprar casa hoje não têm como pagar as prestações mensais. Este drama pode ser visitado no Fisco, que anda em corrida lenta, vendendo cerca de 70 casas por dia.

Para piorar a situação de quem sem emprego não pode pagar a prestação do seu crédito à habitação (para além de todas as outras despesas mensais), quando se dá a entrega da casa ao banco, que a avaliou no momento inicial, acontece o previsto na lei: o banco pode proceder a segunda avaliação do imóvel e concluir que ficando com o mesmo a dívida não se extingue. Temos pois uma pessoa sem nada, que entrega a sua casa ao banco, sem emprego, mas com uma nova dívida às costas.

É evidente que pelo menos no PAF este cenário tinha de ser revisto. Durante meses o PS pensou em soluções, ouviu as partes interessadas, motivado por um projeto de lei que evitasse a entrega da casa através de mecanismos razoáveis, que alargasse a mora do incumprimento, que permitisse em situações delimitadas a dação em cumprimento – cumprimento com a entrega da casa. Também o BE entregou um projeto-lei.

Às tantas a direita acordou, primeiro pela voz do CDS, também queriam fazer um projeto sobre este massacre social. Vai daí também o PSD quis salvar as pessoas. Óptimo, ouviu-se da esquerda. Haveria que criar um grupo de trabalho e limar as diferenças entre os projetos e dar às pessoas uma lei que realmente as ajudasse. Poucos se lembram da única voz discordante: V. Gaspar. É que isto de se pedir sacrifícios a todos, tudo bem, mas ai de quem toque nos bancos, mesmo depois de ter reunido com eles, mesmo tendo tido sempre em conta a sustentabilidade da banca.

Pois é. Hoje a maioria PSD/CDS suspendeu o grupo de trabalho sobre crédito à habitação.

15 thoughts on “Não se lembram de V. Gaspar grunhir em médio tom, recordando aos esquecidos – todos os Partidos – que ajudar um nadinha as pessoas que estão a entregar as suas casas aos bancos como escravos sem direitos era mauzinho para os interesses dos bancos? Pois…”

  1. Grandes filhos da puta! Cabrões de deputados vendidos!
    Os partidos de esquerda, por uma vez na vida!!!, não podem unir-se numa conferência de imprensa para denunciar a trambiquice?
    Infelizmente, não espero nada, nadica de nada, dos três designados partidos de esquerda, supostamente defensores dos mais desprotegidos, neste caso, os desempregados endividados, porque enganados.
    Isabel, se nâo fizer um estardalhaço dentro do seu partido que ponha tudo em verdadeiro alvoroço, mais valia não ter tocado no assunto e continuar sentadinha a deixar correr o marfim.
    Estamos fartos de palavras, denúnicias e pronúncias. Aqui ou em qualquer outro lugar. Nâo se pode assistir passivamente à degola do cordeiro, com o país transformado num gigantesco caso Freeport.

  2. . 1 – a quantidade de erros neste poste é proporcional à consideração que tens pelos leitores. noutro dia era do computador velho, hoje deve ser do teclado ou mesmo das nails que não muito jeito para teclar.

    . 2 – sei lá o que é o paf, praí primo do puf

    . 3 – quando apanhares o gaspar na assembleia pede-lhe para grunhir uma resposta já que…

    . 4 – … ainda não te apercebeste para que serve ter maioria no parlamento…

    . 5 – … vai fazer queixa ao camões.

  3. A fazer queixa é á comunicação social.
    Concordo com o leitor Fernando acima, jogar sem obrigar o adversário a mostrar o jogo só pode levar ao que se têm passado no ultimo ano : a interiorização por parte das pessoas das mentiras contadas pela maioria.
    Convoquem uma conferencia de imprensa com pompa e circunstancia, á hora dos telejornais e denunciem a questão.

  4. Tens aqui no aspirina um ombro sempre disponível para os teus lamentos e para divulgares as notícias que vêm nos jornais. Diz-me em que posso ajudar, para além de ter contribuido para te pôr lá no assento e dar um modesto contributo para o estatuto remuneratório especial.(atenção, não que eu o cobice, porque acho que ninguém merece tanta excepção).

  5. a da conferência de imprensa é uma boa ideia. Mexam-se. Que saudades do grupo parlamentar PS nos tempos de governação em minoria: não davam tréguas.
    Outra achega: agora que tens porta aberta no Crespo, mete uma cunha para ir lá denunciar a situação.
    Que mais? Pessoal, brainstorming para ajudar a Isabel e o PS a ter ideias, vá lá.

  6. Edie eu não disse que tinha ódio, disse que o seu sentimento se estava a aproximar do ódio, mas afinal já é ódio.
    Só tenho que estar satisfeito porque ganho menos 30%, e trabalho mais do que trabalhava à 20 anos, pois tenho muita sorte em não estar no desemprego. Sinceramente, este é um pensamento típico da direita. A edie devia estar satisfeita por não estar a morrer à fome na etiópia.
    P.S. Esta também serve para a Maria Rita, a minha ex-companheira disse-me à pouco: uma das coisas que aprendeu comigo, foi a não falar do que não sabe.

  7. “Só tenho que estar satisfeito porque ganho menos 30%, e trabalho mais do que trabalhava à 20 anos, pois tenho muita sorte em não estar no desemprego”

    quando o problema nacional é desemprego, tu estás preocupadíssimo com o teu ordenado e ter trabalho. bota aí quanto é que ganhas e quantas horas trabalhas a fazer o quê para teres acesso ao banco alimentar e férias na etiópia. pela tanga que tapa a umbiguidade deves ser da tribo moreirita.

  8. joaquim rato,

    não te preocupes tanto com os meus sentimentos,obrigado.

    Quanto ao resto, acho que andas um nadinha baralhado. por exemplo quando dizes. “Só tenho que estar satisfeito porque ganho menos 30%, e trabalho mais do que trabalhava à 20 anos, pois tenho muita sorte em não estar no desemprego. Sinceramente, este é um pensamento típico da direita. A edie devia estar satisfeita por não estar a morrer à fome na etiópia.” Are you talking to me? Eu disse que devias sentir-te com muita sorte por nâo estares no desemprego?
    Por acaso não disse, mas essa imputação parece-me uma atitude típica de quem não tem ponta de ética na moleirinha.

    Eu só te disse que também perdi dinheiro nos últimos anos, Rato. Aconteceu a muitos, até a trabalhadores privados, logo membros da direita radical como eu. E aconteceu, como diz o ignatz, desemprego, o que é bem pior do que te aconteceu, e a mim: 300.000 famílias sem rendimento.

    Espero que não sejas professor, pelo menos. Treina o português, ou vai bricar com a pilinha. O meu stock de paciência para ti esgotou-se.

  9. Edie, ética é coisa que eu não imagino na tua cabecinha, presunção e ressábio, sim, muito. Deixa de olhar para o teu umbigo, para começares a crescer.

    Ainda não percebi se és de esquerda ou de direita, mas nem tu deves saber. Eu sou de esquerda, a minha vida fala por mim, sempre votei com o objectivo de tornar a sociedade mais justa, e contornando as demagogias. Nunca votei com o pensamento em obter ganhos materias. Aliás, sei por experiência que não sou feliz numa sociedade injusta.

  10. “Eu sou de esquerda, a minha vida fala por mim, sempre votei com o objectivo de tornar a sociedade mais justa, e contornando as demagogias.”

    bués de* poético, tive um presidente de câmara comuna que de quando em vez debitava coisa parecida para justificar que o interesse público não passava à minha porta, eu virava as costas e deixáva a sua própria vida a contornar rotundas pela esquerda. com essa embalagem toda tamém deves passar diplomas de esquerda, tipo lusofoda.

    * o artigo partitivo dá estilo

  11. é esta a semelhança entre os comunas que levam a lavagem ao cérebro e só falam por frases feitas e o nosso Cavaco direitola: a crença na sua própria ética inatacável e acima dos outros comuns mortais, no seu interesse exclusivo e único pelo bem da sociedade, tão só. Eles estão no caminho do bem.

    O sacrifício consiste em viver numa sociedade que não lhes reconhece esses méritos quase sobrehumanos, e que é constituída por inconscientes que não compreendem a doutrina verdadeira e por maus – que sabem que estão a atacar o bem.

    A História explica o resto.

  12. A quantidade de brutidades neste comentário é proporcional à consideração que temos por uma escarreta como tu. Noutro dia era a tatuagem, hoje deve ser do Rato ou mesmo do par de cornos, que não lá muito muito jeito para teclar (nem sequer para ver o monitor…).

    Sei lá o que é o paf, praí primo do puf, ou fosse o que fosse (ignorante uma vez, ignorante para sempre…)!

    Quando apanhares o neurónio que deixaste caír no Barbeiro pede ao Ferrador para to aparafusar de novo na pinha, já que…

    Ainda não te apercebeste de para que serve ter dois dedos numa testa…

    Vai emborcar licor de ameixa na esplanada do Lg. Camões!

  13. agradeço os nomes que me chamaste, mas como não respondeste ao que perguntei ou sequer contestaste as afirmações que fiz, não dá para me sentir ofendido com os pretensos insultos.
    para que serve “ter dois dedos numa testa…”, não sei, não tenho defeitos físicos desses. não frequento a esplanada da tua amiga e muito menos licor de ameixa, preconceitos ideológicos, tás a ver?

    quanto a isto “… à consideração que temos por uma escarreta como tu.”, estás a falar em nome de quem? da aspirina ou dos portugueses em geral.

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