Lutar contra as diferenças que anulam as diferenças

Repetir o dito: o repúdio. Sabemos que o ataque à liberdade ocorrido em Paris não foi o único. Temos assistido a muitos, a muitas mortes, de jornalistas, de civis sem nome, distantes. Agora estamos a olhar para Paris.

O ataque não foi um ataque à liberdade de expressão. Foi um ataque à liberdade. À mais forte das liberdades, à que incomoda, à que causa repulsa a muitos dos que se juntaram à indignação.

Satirizar o divino incomoda quem adere ao divino e muitos dos que aderem ao divino encerram em si a intolerância, porque aderindo ao divino aderem ao exclusivo da verdade. Se forem democratas, podem virar a página, não comprar a sátira, mas têm de aceitar que o humor não tem limites quanto ao objeto, que é veia da liberdade espetar com um preservativo no nariz de João Paulo II.

Assistimos a um ataque à liberdade.

O pior que podemos fazer é assistirmos impávidos ao discurso eficaz do fascismo, da frente nacional, que oferece às pessoas essa coisa apetecível: – segurança.

Enquanto a Europa não sair do politicamente correto e não construir o seu próprio discurso podemos ver reunidas as condições dos anos 20 e 30 de florescimento do nazismo.

A Europa integra anulando.

A Europa anula os imigrantes.

O barril de pólvora está dentro da Europa.

Os imigrantes estão separados fisicamente e intelectualmente.

Basta viajar para compreender isto.

Existe um avanço civilizacional na Europa que tem justamente a ver com a liberdade e não podemos acatar as diferenças à conta de retrocessos civilizacionais.

O inimigo não é a Europa. O inimigo é o fascismo que explora a islamofobia e o antissemitismo.

A Europa deve lutar contra as diferenças que anulam as diferenças.

 

 

19 thoughts on “Lutar contra as diferenças que anulam as diferenças”

  1. «O inimigo não é a Europa. O inimigo é o fascismo…».

    Fico mais tranquilo, mas à falta de fáxistas para pendurar pelo pescoço ou pelos artelhos, não seria boa ideia começar a encorajar a emigração dos autóctones para outro sítio qualquer, para esta terra finalmente cumprir seu ideal?

  2. Ontem enviaram-me, via email, uma caricatura sobre o ex-PM Sócrates: “Recordação de Évora”. Uma caneca com a imagem de Sócrates atrás das grades e agarrado a estas. Pensemos que esta “recordação” satírica é enviada à mãe e aos filhos de Sócrates. Ou aos amigos que acreditam na sua inocência. É brincadeira, é humor. E liberdade de expressão. Mas eu fiquei indignado e apeteceu-me dar um par de estalos ao autor do humorista. Os terroristas deram tiros. É uma questão de grau? Pois é! Como escrevia o autor do blog “O Jumento”, os mesmos jornalistas que fazem disto e muito pior a um presumível inocente, em nome da liberdade de expressão, perfilaram-se em Lisboa de “Je suis Charlie” ao peito.

  3. A Europa integra anulando.
    A Europa anula os imigrantes.
    O barril de pólvora está dentro da Europa.
    Os imigrantes estão separados fisicamente e intelectualmente.

    Não percebi o poema, mas deve ser profundo. Quer dizer que a Europa deve anular a imigração ou que deve anular-se adoptando exclusivamente os usos e costumes dos imigrantes? Será possível clarificar essa pólvora toda sem recurso à palavra mágica «fascista»?

    (?)~~ :^(

  4. Alguém consegue decifrar isto? Citação: «O ataque não foi um ataque à liberdade de expressão. Foi um ataque à liberdade. À mais forte das liberdades, à que incomoda, à que causa repulsa a muitos dos que se juntaram à indignação.

    Então se a liberdade de expressão não é precisamente isso, o que vem a ser a liberdade de expressão na mente da douta professora das liberdades?

    Que andará ela a fumar…?

  5. O terrorismo é todo igual: islâmico ou sionista! Transmita, quem quiser, isto ao sr. Hollande. O homemzito é mesmo o que parece,de braço dado ao Nataniau.

  6. vivam os antídotos da anti-liberdade! viva o anti-terrorismo físico e intelectual! viva o anti-terrorismo racial e religioso! viva o anti-terrorismo social! viva a anti-psicose individual e colectiva!

    (e viva a Isabel, salvé salvé aleluia!, que fez uma pausa na cara do FB pelo nome no Aspirina!) :-)

  7. Ainda a propósito de diferenças e fáxistas e bla-bla-bla…

    Souvenir de Cavanna

    « Sa curieuse absence d’esprit critique sur cette épineuse question lui a permis de mener une longue et bienheureuse carrière de pamphlétaire sûr de ses droits illimités au rire. Ceux qui n’ont pas eu la lucidité d’entretenir cet opportun trou noir dans les méninges éprouvent plus de difficultés à mener la leur, puisqu’ils perdent tous leurs contrats, deviennent des réprouvés universels et risquent à tout instant de tâter du cachot. Ce n’est pas un mince sujet que ce sujet. Et on me demande pourquoi il m’intéresse ! »

    A entrevista interdita de Simon Crokfeld, Caçador de Fáxistas

  8. Ok,
    Deixem-se estar embrulhados na palhaçada dos atentados encenados e convenientes que eu vou ali e já volto.
    Os meus sinceros sentimentos pelas vítimas do atentado, mas não me posso afectar com estas do que os largos milhares na Palestina, Iraque, Irão, Afganistão, Paquistão, Iémen, Somália, etc, etc…
    Isto tudo alimentado com ataques terroristas do género desta palhaçada.
    Além disso não entendo bem como é que o pessoal do Charlie se deixa albergar num Liberation cujo maior acionista é o filho da puta do Edouard de Rothschild.
    Irreverentes do caralho!
    PS-Já se entende melhor o porquê do artigo que emporcalhava o Sócras.

  9. Sorry, no Irão refiro-me aos cientistas nucleares assassinados pela Mossad. Pelos vistos ninguêm se indignou.

  10. [Mensagem do «terrorista» Dieudonné ao ministro do Interior Cazeneuve (em 4 línguas)]

    http://quenelplus.com/a-la-une/liberte-dexpression-dieudonne-repond-a-bernard-cazeneuve.html

    Hier, nous étions tous Charlie, à marcher, à se tenir debout, pour les libertés. Pour que l’on continue à rire de tout.

    Tous les représentants du gouvernement, vous compris, marchaient ensemble dans cette direction.

    Au retour de cette marche, je me suis senti bien seul.

    Depuis un an, l’État m’a dans le viseur et cherche à m’éliminer par tous moyens. Lynchage médiatique, interdiction de mes spectacles, contrôles fiscaux, huissiers de justice, perquisitions, mise en examen… plus de quatre-vingt procédures judiciaires se sont abattues sur moi et mes proches.

    Et l’État continue de me pourrir la vie. Quatre-vingt procédures.

    Depuis un an, je suis traité comme l’ennemi public numéro 1, alors que je ne cherche qu’à faire rire, et à faire rire de la mort, puisque la mort, elle, se rit bien de nous, comme Charlie le sait, hélas.

    Alors que je propose la paix sous votre autorité depuis plusieurs semaines, je reste sans réponse de votre part.

    Mais dès que je m’exprime, on ne cherche pas à me comprendre, on ne veut pas m’écouter. On cherche un prétexte pour m’interdire. On me considère comme un Amedy Coulibaly alors que je ne suis pas différent de Charlie.

    À croire que mes propos ne vous intéressent que lorsque vous pouvez les détourner pour mieux vous indigner.

    Monsieur le ministre, je vous le rappelle, puisque vous semblez maintenant m’écouter.

    Je propose la paix.

    Dieudonné M’bala M’bala

  11. a europa põe-se a jeito há mais de 100 anos.

    aquela 1 ªa e 2ª Grande Guerra que deviam ter parado a meio e empatadas, sem vencidos nem vencedores, não, escafedeu-se tudo até ao fim.

    O meu ídolo, que vai um dia ter um panteão em Santa Comba, avisou antes do desembarque da Normandia para parar a guerra..

    Mas não, os europeus foram atè à destruição por americanos e soviéticos.

    Porra! agora as consequências da impotência física e moral.

  12. Quanto ao exemplo exemplar da Isabel, aposto o que quiser em como nos dias de hoje o cartoon do preservativo não passaria no expresso – entenda-se a título de puro exercício de liberdade de expressão, claro, porque se fosse a título campanha suja de ataque pessoal em que os jornais atuais se especializaram, é óbvio q passaria. Este é um tempo de execrável politiquismo correto, de forte autocensura, campanhas de perseguição pessoal e muito do humor que se faz é tempo de antena dado a meia dúzia de apaniguados que o usam para autêntico bullying e assédio moral.

  13. Pois têm todos muita razão. Qualquer atentado à Liberdade de Imprensa é inadmissível, inaceitável, condenável, repudiável e tudo o que quiserem, e já que querem e gostam sejam também todos Charlies (eu não sou voluntário para essas hipocrisias como fizeram alguns pseudo jornalistas cá do burgo). Mas esclareçam-me então, só os atentados à Liberdae de Imprensa é que merecem condenação? Ou não será antes que todo o atentado à Liberdade deve ser condenado? É que está um ser humano há 50 dias a apodrecer numa cadeia em Évora sem acusão, sem julgamento, ou culpa formada e não vejo nenhum “Charlie” indignado. Pura hipocrisia.

  14. ó isatell, eue num soue cumunista nem xupialista, ni piessedoca ni çedeesse, ça calharre na tua bisaõe debo serre faxista. mas saves, si eue soue faxista num tenho nada a berre cum os faxistas ca tu falas, tás a berre. beie, tameie debes savere ca liverdade tameie bale pros ótros tas a bere, purtantus, háde habere pissoas ca teiem as suas crendisses ralajiosas e num cuncordam nada cus desenhus xarlie, tás bere. oube, ça saguiermus o cunssaito ca falas, atao temus que pudemus carricaturrar-te cum uma granda penca e dizerre male da tua ralijiaoe, tas a bere? ou talbez por-te a tirrare macacus da narigueira, pracebes?purque a gente sabemus ca tu num pegass numa pistola e nus mandass um balazio, topas o que digu.

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