Hugo Soares: temos político ou temos política?

Em entrevista ao DN, Hugo Soares, o jovem JSD que deu a cara repentinamente pelo referendo à co-adoção e à adoção por casais do mesmo sexo tem uma opinião: “com a sociedade preparada, sou a favor da adoção gay?”.

A gravidade desta afirmação torna um luxo – tendo em conta o destinatário – atirar-lhe com Stuart Mill ou com tantos que explicaram e explicam como os direitos fundamentais de minorias foram sempre conquistados contramaioritariamente.

Em dois debates com o homem que tinha uma opinião sobre a adoção (votou contra) e que tinha uma opinião sobre a co-adoção (votou contra), sem nesses momentos apresentar qualquer projeto de referendo, mencionei de que lado estaria cada um de nós, num exercício retrospetivo, aquando da declaração de inconstitucionalidade da proibição do casamento inter-racial nos EUA (70% dos americanos era contra) ou, por exemplo, aquando da consagração do voto feminino.

Não respondeu.

Porque este político, agora, não só ignora a história da conquista dos direitos humanos, como não tem posição – o povo (ao qual Hugo Soares aparentemente não pertence) – que lhe diga se ele, deputado e servidor (do povo?), deve ser a favor da adoção por casais do mesmo sexo.

Havendo referendo, o sem-posição póstuma a tê-la tido na AR votará? Ou esperará pelos resultados para, em face deles, dizer sim, não, ou nim?

De resto, desde quando é que quem tudo faz para convocar um referendo não tem posição?

Triste figura a deste deputado que agora tem nova teoria: quem votou contra o referendo tem medo do voto.

Não, jota: quem votou a favor da adoção e perdeu e a favor da co-adoção na generalidade não teve medo dos votos. Já o senhor quando derrotou com o voto a adoção viveu bem, mas quando a co-adoção foi aprovada na generalidade com votos do seu partido e reuniu um consenso científico impressionante na especialidade a favor da co-adoção é que ficou com medo do voto à beirinha da votação final global.

Resta-me acreditar no noticiado: Hugo Soares fez um serviço a Passos, porque prefiro uma marionete desnorteada do que alguém que pede à sociedade, de coração, que o auxilie a ter uma posição (honesta?).

 

6 thoughts on “Hugo Soares: temos político ou temos política?”

  1. Ficou mais do que provado na TVI 24, no vosso frente a frente,
    que o jovem formatado em C.Vide, foi um pau mandado dos
    chefes! Acho um desperdício o espaço que o DN lhe concede
    para se tentar limpar mas, é pior a emenda do que as anterio-
    res posições tomadas!!!

  2. Mais um menino criado nas jotinhas, com cursos tirado sabe-se lá como e sem a minima noção do que é servir o povo.
    Mas lá que a deve saber toda quandro se trata de servir a si próprio, lá nisso deve ter tirado diploma com 20 valores.

    Este menino, como toda a jota laranja são uns autenticos escarros.

  3. Quem não está prepara ja a sociedade é para aguentar politiquices destas.
    o grande pulha. É astuto, pois e.
    Se calhar noutro momento mais oportuno poda ele tirar da sua frasecinha porque à parvoice da sociedade ja está preparada. O homencinho está à fazer carreira e não quer queimar ainda as naus antes do combate, assim que digo que não mas tambem podía dizer que sim. Muito bom. O homen deve ser bom no engate.
    Nas ditaduras sempre se diz que não há ainda democracia porque à sociedade ainda não está preparada. Que tudo chegara.

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