Diz-nos V. Gaspar que estamos numa maratona. É uma imagem de “longo prazo”.
Fala de “regime”, de “funções do Estado”, de “adequação de custos em termos de “sistema político”.
E todos os dias somos confrontados com cortes cegos que revelam um pensamento nulo sobre estruturas ou funções do Estado.
Toda a gente percebe que despedir milhares de funcionários é um despedimento coletivo que diz nada, porque nada mudou, porque nada foi explicado, acerca de uma estudada reorganização da Administração Pública.
Da mesma forma, de que serve reduzir efetivos ou meios das Forças Armadas, se o Governo não apresenta uma pálida ideia do que é para si o conceito estratégico nacional e as funções que hoje, no Portugal de agora, com os compromissos internacionais que temos, devem ser as das Forças Armadas e, numa adequação a essas funções, o número de efetivos e os meios materiais necessários?
Os cortes são cegos, sem planeamento, mantendo as estruturas alvo de cortes como estavam.
Veja-se a novidade obscura de hoje: acaba “provisoriamente” o cheque dentário para crianças carenciadas, o qual permitia diagnosticar precocemente patologias, as quais, se não diagnosticadas, desenvolvem-se num quadro clínico progressivamente mais complicado.
Por quê o corte à socapa?
“Razões orçamentais”. Dizem que é “temporário”. Que garantias temos? E que sentido tem este corte?
Para além da habitual prioridade nos cortes de enorme insensibilidade social, não ocorre aos maratonistas que cortar nisto, hoje, terá custos muito mais elevados no futuro porque as patologias dentárias simples das nossas jovens crianças não foram tratadas no seu início?
Gostava que me explicassem a que quilómetro de um percurso com olhos postos no futuro a longo prazo é que se impede uma criança sem recursos de tratar de uma cárie.
“… acaba “provisoriamente” o cheque dentário para crianças carenciadas…”
o que tira aos malcariados dá aos bétinhos do ensino privado apostando na boacariação. coisas que escapam à boadeputação.
(ignatz, continuo sem perceber porque é que estes discursos vêm para os aspirínicos e não para o paralamento…é que a postadora chega sempre tarde e más horas a constatar aquilo que já toda a gente constatou. E a malta pergunta: sim, sabemos isso, lemos os jornais, vemos os telejornais, os comentadors melhores que ela, muito melhores, temos cabeça para pensar, o que queremos saber é o que tenciona fazer quanto ao assunto, assalariada que é para o efeito, e não para fazer posts no aspirina durante o horário de trabalho, para dizer aquilo que toda a gente já sabe; mas como não somos deputados , estamos aqui com certas limitações…). Pronto fica o pedido de explicação da Isabel, quanto à questão das cáries infantis. Seremos nós os interlocutores mais indicados para o efeito? Não estará ela no local privilegiado para questionar os agentes? fFaço minhas as tuas perguntas, Isabel. Como minha porta voz, exijo que exijas respostas. E depois manda-as aqui para o aspirina, que sou toda ouvidos.