27 thoughts on “Da coragem (II)”

  1. Esta “lista” é interessante, como documento histórico.
    Mas, a seco, pode provocar “tresleituras”.
    Por exemplo: onde estarão os nomes da ala liberal do regime?
    Sabe-se que o grupo de Sá Carneiro, Mota Amaral, Pinto Balsemão, nomeadamente, defendiam a liberdade de expressão e de imprensa e na prática (tinham em carteira o projecto do Expresso…que viria a ser fundado em 1973), porque não foram convidados a assinar?
    E porque não assinaram os “democratas” do Norte? Santos Silva, os irmãos Cal Brandão, entre outros? E os monárquicos de Ribeiro Telles?
    E os “esquerdistas” de Nuno Bragança, de Nuno Teotónio Pereira, de Sophia de Mello Breyner Andresen, nomeadamente?
    A Frente dos democratas, tocada pelos comunistas não o admitia? Só ia até aos “socialistas” de Acção Socialista de Mário Soares?
    Havia, em 1971, cara Isabel Moreira, muito mais coragem para além desta lista e destes democratas. Disso não tenho qualquer tipo de dúvida.
    Os nomes que explicitei são meros exemplos de “ausências” da “lista”, não por falta de coragem, mas porque não foram convidados pelo PCP de Álvaro Cunhal.

  2. meu caro,
    longe de mim pretender que quem não assinou este documento era favorável à censura ou que não há pessoas – e muitas – que lutaram contra a censura e que não o assinaram.
    essa certeza, no entanto, não retira enorme interesse a um documento histórico, desde logo para quem estuda direitos fundamentais, como é o meu caso.
    por outro lado, se há exemplos de coragem de tanta gente que não assinou este texto, este é certamente um exemplo de coragem de quem o assinou.
    posso dizer-lhe, em todo o caso, que não está perante uma iniciativa do PCP.

  3. Sim, a Maçonaria no Poder contra a Maçonaria na Oposição. Mas está bem, no país dos cèguinhos proletários.

  4. Coragem sim. Coragem que falta a muitos dos pretensos “libertários” que apenas só sabem fazer “notícias” e “comentários”, à custa das patranhas que outros serventuários de ideias do “quanto pior, melhor” vão instilando na opinião pública (ou, para ser mais exacto – publicada!).
    É verdade, que muitos outros amantes da liberdade poderiam constar da lista e que, estou em crer, que se lhe fosse mostrada a assinavam ser vacilar, porque, ali, no essencial, não se discutia se era a “linha” do PC quem “comandava”, ou se era a da “esquerda democrática” (seja lá o que isso for…). O importante era desmascarar a opressão (vestisse-se ela de que cor fosse…) e esse acto era importante por ter a assinatura de grandes vultos portugueses.

  5. Lembro-me bem desta lista, vi-a na Rua do Ouro e passado pouco tempo tornei-me delegado sindical no BPA da Rua do Ouro. Tal situação durou até Novembro de 1966 mas não estou arrependido. Pelo contrário; valeu a pena.

  6. JCFrancisco, explique lá melhor esse poema sindicalista que acabou em 1966. Ganhe coragem com o Margarido Teixeira.

  7. Olha lá ó Kalimatanos – cá merda de nome!- por acaso tu tens alguma ideia do que seja a Maçonaria? Se tiveres uma só que não seja as “preconceituosidades da treta” que alinhavas, chuta!, e desembucha o que te incomoda, o que te aflige ou mesmo até a micose mental que possas ter. De outra forma e (quase) parafraseando o Val, na linguagem que me é própria por ser natural de muitas Lisboas_Em vez de largares o vinho…. Vai-te foder, pá!!!

  8. JCF: “Lembro-me bem desta lista, vi-a na Rua do Ouro e passado pouco tempo tornei-me delegado sindical no BPA da Rua do Ouro. Tal situação durou até Novembro de 1966…”
    A lista é de maio de 1971, pá. Foste apanhado a mentir.

  9. Cata-mentirosos, seu bandalho, o JKF é um homem sério. Prepara-te que amanhã já vais levar com um post a provar por a+b e com fotografia e tudo que o ano de 1971 foi antes do ano de 1966. Mete o morango para dentro, seu lixo humano.
    Força JKF, os leitores do dicionário do Prado Coelho nunca te abandonarão. Esta malta está toda feita com os assassinos de árvores do Príncipe Real e com os raptores de girassóis.

  10. Um caga-postas aldrabão, este jcf. Ele até «arriscou a pele no 25 de Abril», gabou-se num dos seus posts! «Livra»!

  11. Claro que é um lapso pois a minha vida sindical durou de 1972 a 1996 – e não 1966. Só um bandalho vesgo e mal intencionado é que não percebe isso. Quanto ao resto já se sabe: a luta continua!

  12. Queira desculpar Isabel Moreira, mas este tipo está a precisar!

    JKF, então tu distingues entre bandalhos vesgos e bandalhos não vesgos e entre bandalhos bem intencionados e bandalhos mal intencionados. Que tipo de bandalho és tu? Já se viu que mentes na proporção dos cagalhões que deves largar todos os dias. Presunção que retiro já que só te alimentas a morcelas, a vinho e não largas a taberna do Minelvirna. De água nada percebes, mas tens um lençol artesiano nessa cabeça impressionante.

    Que sabes tu de sindicalismo? O sindicalismo para ti devia ser no teu tempo de doutor da escola comercial, arregaçar as mangas, cantares uns saneamentos, escreveres na parede pública « a luta continua» e andares nas manifestações a gritar a união do povo. O povo de analbafetos, o povo dos trambolhos, o povo do lixo humano, o povo que não tem cartão de ouro nem vai a Londres. Tu és sindicalista o CARAÇAS!Se tu não reconheces o direito a um ser humano, de ser simplesmente pessoa, analfabeta, trambolha, burra, etc, como podes tu reconhecer qualquer outra espécie de direitos- como os laborais – a esse povo explorado por cultos (pseudo) como tu, que tens uma língua malvada e sempre pronta para a ofensa?

    Que tipo de BANDALHO és tu? Falas «daí», porque numa assembleia de sindicalistas a apregoar aos «analfabrutos», e a chamar-lhes nomes, ficavas mais pequeno que o Noddy. Sobretudo gostava de ver a tua expressão oral, porque a escrita é PLÁSTICA. Os poetas, pá, não se gabam de o ser. Poeta é outra loiça, tu não passas de barro mal amassado.

    Viste a lista é? Mas não conheceste ninguém da mesma, não é? Pois claro que não, quem é que aguenta o teu traseiro de plasticina gasta? Vai chamar bandalho ao filho da tua mãe e já agora a quem te fez, que tu és simplesmente ORDINARIO e DESTESTÁVEL. Ninguém quer saber da tua vida para nada, Arruma-a na gaveta e limita-te a comentar com termos sem ofenderes os outros, seu chaparro.

  13. Cara Isabel Moreira,
    A “lista” é muito interessante, mas dá para muitas leituras.
    A minha critica foi à publicação a “seco”, não ao documento.
    Depois, como alguns dos seus comentadores tentam fazer, em história não é possível fazer leituras sincrónicas.
    Como dizia Marc Bloch, “o presente é já passado”.
    Depois há uma multiplicidade de leituras, que se podem fazer, a partir desta “lista”.
    A sua, no que concerne aos direitos fundamentais (melhor dito: inexistência deles, mesmo na primavera marcelista…)parece interessante.
    Mas, por exemplo, já no que concerne ao sistema de alianças, no seio das forças democráticas, anti-fascistas, ela é interessante, porque reflecte uma frente ampla e alargada, que se tinha desfeito nas eleições de 1969, com a CDE/PCP e a CEUD/PS a concorrer em separado, mas que se iria manter nas eleições de 1973, em que este bloco social de apoio às posições antifascistas acabaria por desistir de ir à urnas…
    Reflecte, também, a perspectiva vesga do PCP, que aceitava, timidamente (desde que os controlasse…), como aliados os “socialistas”, alguns católicos, poucos, mas denegava importância a correntes de pensamento e intervenção civica, que, posteriormente, tiveram importância decisiva na formatação da nossa actual democracia.
    A Sophia aparece, mas não aparece o seu marido, Sousa Tavares (que tinha uma ligação muito próxima ao PCP, por que defendeu vários dirigentes seus nos tribunais plenários…). Mas não aparece, nem a Joana Lopes, nem o Bénard da Costa, nem o Alçada Baptista.
    Depois, dizer-se que a lista “circulava” qual barco de papel pelos planos d’água da cidade…é de quem não sabe mesmo nada de “abaixo-assinados” patrocinados pelo PCP no tempo do fascismo.
    Os nomes eram, criteriosamente, escolhidos e, se comparar “listas”, em momentos diferentes, com objectivos diferenciados, perceberá aquilo que tento dizer-lhe.
    Por exemplo: só a presença das assinaturas de Manuel da Fonseca e de Sérgio Ribeiro daria um “ensaio”.
    Ambos estiveram presos, ambos “falaram”; o estarem na “lista” era um sinal que o PCP dava no sentido da sua “recuperação” para a “luta” antifascista.
    Muitas leituras se podem fazer desta lista.
    Mesmo sobre a coragem, poderiamos conversar muito.
    Não lhe atribui, cara Isabel, nenhuma intenção.
    Só reparei que, uma “lista” destas, publicada a “seco”, sem ser contextualizada, pode provocar “tresleituras”.
    Foi isto que tentei ilustrar.

  14. O cantinho na Rua do Ouro (que recordei num artigo para a Revista Ler intitulado «Um senhor que lia o Times») incluía o José Palla e Carmo, o Carlos Monjardino, o Vasco Vieira de Almeida, o Afonso Costa, o Vasco Martins da «Seara Nova», o Salgado Zenha, o Mário Soares, o Pina Correia, o LOureiro Baptista. Foi o Paulo que me levou para o sindicalismo bancário, estive no secretariado sindical do BPA, fui um dos fundadores do Conselho Geral. Lá porque me enganei e troquei 1996 por 1966 não admito que nenhum asno me tente beliscar. Vai morrer longe, mostrengo!

  15. Zé Maria (Otário, para os amigos mais íntimos),

    Seu guloso, a comer pão com cebola e não dizia nada a ninguém…

    Endireita-me esse português um tanto micótico: assim ninguém vai pensar que não és analfabeto. E as maneiras, oh, essas maneiras de boca mal lavada, de aromas de urinas diabéticas!!! Ai que desgosto, dona Repugnância!

  16. Sim, «escreveu um artigo para a Revista Ler». Sim, «foi o Paulo (???) que o levou para o sindicalismo bancário». Sim, «esteve no secretariado sindical do BPA». Sim, «foi um dos fundadores do Conselho Geral»! Porra, pá! Não se aguenta mais este marçano! Marçano e pé rapado das letras, sempre a armar em grande! Chiça, não lhe escapa uma para se promover. É de «asno» para cima, até «vai morrer longe, mostrengo»! Gostava de saber se é assim que ele educa o neto inglês…

  17. olha olha, que saudades deste jcfrancisco que priva com metade deste mundo e conhece o resto pelo nome próprio (incluindo o pólo setentrional).

  18. A mim foi a Paula quem levou para o quarto dos pais dela. Perdi a virgindade nesse dia de 1979 e ainda fumei a minha primeira ganza, acabando depois a mesma Paula por me levar quase a reboque para a tomada de posse num cargo secundário da AE do liceu onde daria os primeiros passos enquanto insigne escritor das actas das reuniões até quase 1980, altura em que iniciei a minha sensacional carreira no semanário Voz Emudecida que por acaso era publicado no fim de cada trimestre e no qual obtive enorme consagração pública com um fabuloso artigo intitulado “O Erro de Casting”.
    Fui aí que conheci o Pedro, mas era um gajo e por isso não me levou para lado algum…

  19. (E entretanto entrevistei para o semanário Voz Emudecida o meu grande amigo Paulo Futre. Só que na altura ele ainda não era grande. E como não falo com ele há quase 30 anos acho que se calhar já não é meu amigo…)

  20. E quanto ao post, despite all the considerandos da malta na bancada eu teria orgulho em fazer parte desses nomes ou ter alguém próximo que lá constasse.
    Teria orgulho e saberia que tinha tomates também (pardon my french), pelo que concordo em absoluto com o título do post.
    Só quem não viveu nesses dias ou já se esqueceu dos pormenores incómodos que uma ditadura pode acarretar para quem a enfrenta…

  21. Shark, ouve, naquela lista estão dois que foram frequencia na casa, cá e lá, de gente muito próxima de mim ( um professor e um escritor). Um deles chegou a ser aliciado cá por uma menina «daquelas» mandada pelos bufos, só para saber quem era o estrangeiro que estava com ele e o que vinha cá fazer…Levou sopa, e a vigilância pidesca tornou-se ostensiva.

  22. Foi um dia a todos os títulos memorável. Bem ou mal traçou o esboço definitivo disto que sou.
    E a ganza bateu bem! O sexo é que foi fracote, como se esperava…

  23. Cara Isabel,

    Ora porque fala V. Exª. de «censura»? Num Estado de Direito – mesmo torto -, não se deve dizer certos palavrões. Pois a festa do Estado é essa mesma – a liberdade, sem as regras dos púdicos ditadores e beatos, mas organizada de acordo com a cabeça de cada um – que vai ao encontro da maioria saudável.

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