4 thoughts on “A ler”

  1. Isabel

    Desta vez, o rapazinho escreveu aqui umas verdades que ninguem pode desmentir. Mas a questão que se poê, que alternativa a esta política? O rapaz continua a filosofar quanto a isto!
    Depois, o Medina devia escrever que o PEC4 nao resolveria coisa nenhuma, uma vez que a esperial de endividamento que tinhamos entrado era brutal. O próprio Cavaco, anos antes, tinha alertado para o “monstro”.
    Foi uma decada perdida, em que a reforma do Estado ficou por fazer. O Estado continuou a consumir 50% do PIB, não havendo, por isso, recursos suficientes para o investimento público e privado, estes motores do desenvolvimento e do emprego (ja tive oportunidade de escrever isto aqui). A origem da crise está aqui.
    Tiveram de ser os outros, primeiro, o mercado com a subida das taxas de juro e depois a Troika, a dizer que não podiamos continuar com a vidinha que estavamos a levar.
    Ninguem acha que a forma de reduzir o desemprego será, com um golpe de magia, em transformar os 500 mil desempregados com o 9º ano de escolaridade em engenheiros ou tycoons da economia global. Pois isso seria fácil, bastava passar um certificado de habilitações igual ao do Dr Relvas. O dificil é aquilo que este Governo está a fazer, reduzir o Estado ao mínimo possível, de forma a libertar recursos para que possam ser canalizados para a economia real, para a investigação e Ciência e, aí sim, criar emprego e desenvolvimento sustentado.
    Quanto à destruição da nossa economia, aniquilando as empresas pouco competitivas e geradoras de um baixo VAB, acho que o Governo está correcto. Não podemos continuar a aceitar empresas que se limitam a manter empregos mal remunerados, mas que nao criam valor nem riqueza para a sociedade. Ao contrario do que o Medina diz, esta situação é uma das consequencias e não a origem da crise porque passamos, por nao ter havido recursos suficientes para as empresas se modernizarem. Pois, tal como referi a trás, por grande parte dos recursos serem consumidos pelo Estado.
    Não tenhamos ilusões, nao serao em 4 anos que iremos resolver os problemas estrurais da nossa economia (produtividade) e sociedade (educação) que se foram acumulando ao longo da última década. Mas se nao for dado um passo nesse sentido, entao arriscamo-nos a transformar, a médio prazo, num país sem futuro e capitularemos às mãos de outros.
    Continuo a pensar na entevista que o seu pai deu ao jornal i. Acho que os partidos do arco governativo deveriam se sentar e pensar em criar um conceito estratégico nacional.
    Para arrumar a casa, primeiro, temos saber que Estado e Nação queremos para as proximas gerações, tendo em conta a riqueza do país e deixar de demagogias. Depois criar janelas de liberdade! A plataforma continental que as Naçoes Unidas deveriam reconhecer este ano, mas já nao o vao fazer, poderia ser uma boa base de trabalho para todos os partidos concentrarem esforços, a fim que seja reconhecida o mais breve possível. Parte do nosso futuro, poderá passar por aí.

  2. Para arrumar a casa já tinhamos de ter sabido há muito que estado e nação queremos para o nosso futuro.
    E construi-lo passo a passo.
    Desculpem lá mas não me convencem que terraplanando tudo para depois surgir a fénix das cinzas as coisas se resolvem.
    Quando muito são problemas acrescentados aos que já tinhamos.
    Hoje em dia há quem ache perfeitamente normal mandar para o desemprego milhares de pessoas num ano com um estalo de dedos que as coisas se resolvem. No lugar das pequenas empresas que desapareceram surgirão autenticos portentos coorporativos com ramos estendidos pelos 4 cantos do mundo. Riiiight…Os porcos também voam com certeza!

    Entretanto os despedidos, os que não servem, varrem-se para debaixo do tapete da caridade. Não são preocupação para o portugal e portugues novos, que não podem esperar por ninguém.
    Que emigrem, que se suicidem, que desapareçam, que vão para o raio que os parta, que este é o tempo dos empreendedores, dos despachadinhos , dos que têm mérito!

    Os estragos que este governo fez a este país em ano e meio ainda estão por avaliar por completo, mas uma coisa pode já ser avaliada : o país foi tomado por gente indecente. Gente amoral, gente para quem tudo é válido para que se possa alcançar o el dorado, o admiravel mundo novo. Gente que não têm a noção do que é o equilibrio de forças dentro de um estado. Gente incompetente, que não usa o espelho. Gente intolerante. Gente que têm uma noção muito inflaccionada do valor que na realidade têm.
    Gente que não presta. De todo.

    Mais dificil de acreditar é que ainda há patos que caiem na retórica estafada, estupida e completamente contraditória que este governo debita todos os dias na TV.
    Patos esses que bem mereciam estar a passar o que os despedidos estão a passar, mas que provavelmente têm posições confortáveis, zonas de conforto permanentes que os distanciam das realidades da plebe.
    Não são malvados. Apenas estão na redoma.
    O meu conselho é que desçam á rua, ao povo , no dia 2 de Março. Só uma meia hora. Não custa nada.
    Não aceitem a info filtrada que vos passam. Vão lá vêr com os vossos olhos, ouvir com os vossos ouvidos , entender o que de facto se passa.
    Perceberão que há muitas alternativas, muitas. Nem todas estão certas, nem todas estão erradas. Mas o caminho não é único. nunca foi.
    E sobretudo não é pela destruição do que não gostamos, não é pelo varrer para debaixo do tapete os que não cabem nas nossas utopias de futuro que iremos resolver o que quer que seja. Porque o caminho como país faz-se com todos. E este governo caminha sozinho, no meio de escombros cada vez maiores…

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