Cavaco, que há umas semanas falava nas décadas de austeridade que ainda temos pela frente, lembrou-se ontem que afinal é preciso abrir janelas de esperança. Parece um nadinha contraditório, mas não é. É verdade que os comentadores já não se atropelam para ver quem faz a melhor tradução do que Cavaco quer dizer nas entrelinhas, mas desta vez não é necessário o contributo desses especialistas, esta é muito fácil de traduzir. Quando o Governo falava em mais cortes, Cavaco falava da necessidade de austeridade por muitos e muitos anos, agora que o Governo está a ser acusado de anunciar medidas eleitoralistas, Cavaco diz que é preciso abrir janelas de esperança. Bate tudo certo. Portanto, se o primeiro-ministro fala do aumento do salário mínimo e o ministro da Economia diz que esse aumento só ocorrerá lá mais para o fim do ano ou princípio do próximo, ou seja daqui a um ano, não é eleitoralismo, nem é estar a gozar com a cara dos milhares que recebem essa miséria de salário, é abrir uma janela de esperança. Se Portas anuncia que o IRS deve começar a “inverter a trajectória de agravamento”, nesta legislatura, só mentes muito perversas podem ver aqui eleitoralismo, é óbvio que Portas está apenas a abrir uma mais uma janela. E, seguindo sempre este princípio, podem anunciar o que quiserem. Até podem anunciar que um dia, nas próximas décadas, hão-de ter uma ideia acerca do rumo que o País deve seguir.
Cavaco só é perceptível entre linhas, porque nas linhas foi sempre um enorme flop e foi sempre entre linhas que se criou o mito Cavaco,«o tudo que é nada»
como está senhor “Feliz”,como senhor “Contente”,diga à gente,diga à gente como vai o seu pais! tátárátátá!
jv
Mito?
Não me faças rir!
Talvez vomito, ou vómito !
Caro Contumaz , então, o homem sério, competente , honesto, brilhante que fizeram dele nos media , não foi um mito?
Terá sido, concordo.
Agora é um vomito ou vómito….
Só espero o dia em que esta peçonha desapareça da vida pública e nāo cause mais danos ao país.
Ele e a corja que o acompanha!
Quem o defeniu de forma clara e simples foi o pai!
Disse o sr. Teodoro que, o filho era um verdadeiro salazarzinho!
Foi o caciquísmo, não esquecer o Cavakistão, que lhe proporcio-
nou as suas maiorias! A sua esperteza e arrogância fez a obra im-
perfeita com que nos debatemos hoje, desde o deixem-me traba-
lhar, até ao raramente me engano e nunca tenho dúvidas, estes
são os pés de barro porque, no entretanto os carregadores do
andor foram-se enchendo com as “massas” para a modernização
do País assim como, os donos dos média que retocavam a imagem
do flop da nossa desgraça!!!
chiça penica qu’a esperança além de transpirar saúde porque é sempre a última a morrer também pratica natação. tem as costas mesmo largas. que paciência.
São situações como estas do Presidente da República que temos, do Governo que temos, da Assembleia da República que temos, dos Juízes que temas, da Comunicação Social que temos, que me levam a deixar aqui este testemunho.´
Estive no passado dia 16 na Biblioteca Nacional para assistir ao lançamento da 5ª edição do admirável livro de filosofia politica – A CONFIANÇA NO MUNDO, Sobre a tortura em Democracia – que José Sócrates escreveu e que nesta edição especial contem uma excelente capa de Júlio Pomar e um profundo postfácio do pensador Eduardo Lourenço.
Antes do início da sessão passei pela livraria da Biblioteca onde encontrei um interessantíssimo opúsculo de Miguel Unamumo com o título: OS PORTUGUESES, UM POVO SUICIDA. Talvez mais interessante e ajustada ao momento que vivemos é uma carta de Manuel Laranjeira que Unamuno reproduz na íntegra. Não vou deter-me sobre a biografia do médico Manuel Laranjeira. Quem estiver interessado em conhecê-la encontrará no Googgle bastante informação sobre este homem que teve uma activa vida política.
Lilimitar-me-ei a transcrever a carta que Miguel Laranjeira dirigiu a Unamuno que dela dizdiz:
“Lede agora uma carta que um dos meus amigos portugueses me escreveu há um mês. Refere-se ela à minha notícia de que penso publicar um livro sobre Portugal. Aqui traduzo a carta, deixando-a tal como está, sem nada suprimir:
Amigo, não imagina o prazer que senti ao saber que V., espírito superior, andava a compor um livro sobre as coisas da minha terra, desta minha tão desgraçada terra de Portugal.
Desgraçada! É a palavra.
O pessimismo suicida de Antero de Quental, de Soares dos Reis, de Camilo, mesmo do próprio Alexandre Herculano ( que se suicidou pelo isolamento como os monges) não são flores negras e artificiais de decadentismo literário. Essas estranhas figuras de trágica desesperação irrompem espontaneamente, como árvores envenenadas, do seio da Terra Portuguesa. São nossas, são portuguesas, pagaram por todos. Expiaram a desgraça de todos nós. Dir-se-ia que foi toda uma raça que se suicidou.
Em Portugal chegou-se a este principio de filosofia desesperada: o suicídio é um recurso nobre, é uma espécie de redenção moral. Neste malfadado país, tudo o que é nobre, suicida-se; tudo o que é canalha, triunfa!
Chegámos a isto, amigo. Eis a nossa desgraça. Desgraça de todos nós, porque a sentimos pesar sobre nós, sobre o nosso espírito, sobre a nossa alma desolada e triste, como uma atmosfera de pesadelo, depressiva e má. O nosso mal é uma espécie de cansaço moral, de tédio moral, o cansaço e o tédio de todos os que se fartaram de crer!
Crer?! Em Portugal a única crença ainda digna de respeito é a crença na morte libertadora. É horrível mas é assim!
A Europa despreza-nos, a Europa civilizada ignora-nos, a Europa medíocre, burguesa, prática e egoísta, detesta-nos como se detesta gente sem vergonha, sobretudo…sem dinheiro. Apesar disso, em Portugal ainda há muita nobreza moral, ainda há pelo menos nobreza moral para morrer e ainda existem coisas bem dignas de simpatia.
O seu livro há-de reabilitar-nos um pouco, seguramente V.,que é homem de paixão e sentimento e vê as coisas da vida através da lógica afectiva, há.de ser naturalmente levado a defender calorosamente um povo essencialmente sentimental.
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Quando penso que sobre nós pesa a herança trágica , secular duma ignorância podre e duma corrupção criminosa, o meu espírito enegrece e sinto-me possuído de um pavor indizível, talvez absurdo. E, mais que saber se vamos para a vida ou para a morte, me preocupa saber se morreremos nobre ou miseravelmente!
Tanto quanto sei de História Pátria,não conheço ninguém que tivesse sido tão pernicioso aos País e às gerações vindouras como este ex-accionista da SLN!Terão havido outros,mas estrangeiros….E o terrível é que já se perfila um tal Cherne que não desmereceria das pulhices cavacais,se acaso fosse eleito,mas no país em que estamos e com os precedentes que sabemos,só é de espantar com porcos em voos planados e lixarem o trânsito!