A falta de atenção dos alunos nas salas de aula é talvez a queixa mais recorrente dos professores, desde sempre. Vamos imaginar que no ensino presencial os alunos podiam usar os telemóveis para fazerem o que quisessem, que diriam os mesmos professores e quão produtivas seriam essas aulas? É exactamente isto que se passa com o ensino à distância, caso a direita ainda não tenha reparado. E afecta tanto os alunos do privado como os do público, os mais e os menos desfavorecidos. E tem piada ser a mesma direita que há uns anos dizia que dar computadores aos alunos era um desperdício porque só iriam utilizá-los para jogos e outros entretenimentos.
Por este andar, ainda veremos o Rui Rio criticar a tal proibição do uso de telemóveis em sala de aula, impedindo assim os alunos de acompanharem e de se divertirem com a sua incansável luta contra as sondagens, no Twitter, por ser mais uma medida totalitária de perfil marxista.
tenho mesmo muitos amigos professores , do público, e estavam quase todos bastante satisfeitos com a cena on line , há uma que faz barulho e tudo por causa de não haver , ou seja , isto não é um problema só do privado , é também um problema de profissionais do público ( que não quer ficar sem férias na Páscoa? pode ser. sou muito mal pensada , credo…)
para os alunos prestarem atenção basta o professor ensinar de forma interessante e não haver muitos paspalhos na aula que o façam repetir 3 vezes a mesma coisa , de outra forma até a tecnologia existente antes do telele , a boca e a língua , não param de funcionar.
O ensino presencial é fundamental para a aprendizagem e socialização dos jovens. Mas isso não significa que não se deva aproveitar o potencial das tecnologias para o complementar da melhor forma. E, durante um confinamento inevitável, mitigar a impossibilidade de aulas presenciais na medida do possível.
Infelizmente, um ano depois de começar a pandemia e depois de um primeiro confinamento, nada mudou. Nada. Só se discute a compra de computadores, que é fundamental mas é o mais óbvio. Para além disso, nada. Passada a pandemia vai voltar tudo ao que era, com as tecnologias totalmente ausentes do ensino e aprendizagem .
A discussão sobre o ensino à distância vai atrasar, ainda mais, a reflexão sobre a utilização de tecnologia no ensino. Um pequeno exemplo. Discute-se há décadas o problema das mochilas pesadas, da despesa em manuais, das mudanças constantes que impedem a reutilização, … e nunca se refletiu sobre como resolver o problema com recurso às tecnologias. Nem agora, que a pandemia devia obrigar a repensar tudo. Não necessariamente a mudar, mas pelo menos a repensar. Quando tudo à nossa volta evolui, o ensino permanece o mesmo de há 40 anos. Orgulhosamente.