Seguro considera a crise no Governo “intolerável” e não se tem cansado de exigir eleições antecipadas. Mas que explicação terá para o facto de os portugueses não manifestarem uma vontade clara de o acompanharem nessa exigência? Aparentemente, nem o caos que se instalou no País nos últimos dias convenceu a maioria das pessoas de que com ele a governar ficaríamos melhor. É caso para perguntar que desgraça terá ainda de nos acontecer para que este infeliz líder socialista perceba que, longe de ser visto como parte de uma solução credível, é parte do problema. Se calhar o melhor é pedir mais uma audiência a Sua Excelência o Presidente da República para fazer queixinhas dos portugueses que, intoleravelmente, se recusam a vê-lo como alternativa.
Acho que já chega de carpir mágoas sobre o Partido verdadeiramente Socialista, ou pelo mágico líder ideal, que um dia há-de surgir das brumas.
Estamos na altura de serrar fileiras para defender uma alternativa consubstanciada no PS e no líder que os seus militantes elegeram.
É urgente correr com este governo antes que ele destrua o pouco que falta destruir do edifício democrático.
De facto,pior que toda esta trampa feita de oportunismos,pulhices e de um total desrespeito pelos portugueses e pelo país,só mesmo a que é vendida pela tvi num bordel para alarves e voyeurs.Seja qual for a solução será sempre melhor que o atoleiro em que uma canalha miserável e chula nos meteu e pelos vistos ainda acha que é pouco.
Se o país for para eleições agora, o resultado mais que provável é uma vitória do PS que teria necessariamente de se coligar com o CDS ou com o PSD ( não vejo hipótese alguma de Seguro de coligar à esquerda). O programa de tal governo teria de ser, na prática o (PS não tem verdadeiramente outro) o mesmo que tem sido seguido até aqui, ou seja, obediência cega às instituições europeias, à Alemanha e à Banca nacional e internacional. Uma tal solução teria como consequência inevitável não só o fim do PSD e do CDS mas também do próprio PS como partidos representativos da vontade popular. A que se seguiria um caos governativo com consequências devastadoras para a democracia. O PS tem de definir um programa, como direi, agressivo, que tem de passar por reestruturar a dívida e em último recurso sair do euro. É uma questão de democracia. O PS tem de construir este programa à esquerda e não admitir ir para o governo a não ser para executar esse programa e não outro qualquer imposto pelas circunstâncias ou pela pressão de potências e interesses estrangeiros ou nacionais alheios ao interesse público. Não há saídas boas para isto. Mas como diria Salgueiro Maia, por vezes, a única solução, é desobedecer.
“Estamos na altura de serrar fileiras para defender uma alternativa consubstanciada no PS e no líder que os seus militantes elegeram.”
eh pá! tô nessa. venha lá a alternativa consubstanciada.
antonio ribeiro, não precisa de surgir das brumas, há no PS uma série de pessoas que, não sendo mágicas, estariam muito melhor à frente do partido do que o Seguro.
Se nem perante a urgentíssima necessidade de correr com este Governo se vê o tal ‘serrar fileiras’ à volta do PS, se calhar algo de errado se passa com o líder, não lhe parece?
APITOS, APUPOS, ASSOBIOS, BUSINÕES, ATOARDAS, GRANDOLAS, CORDÕES, FORAS, VAIAS,
qualquer coisa que sirva para as televisões interromperem a novela de quem entra ou sai dos palácios do desgoverno,
acabemos com esta intolerável “estabilidade”, com os golpes palacianos da direita,
contra o desprezo pelos portugueses
a noite está quente, o grande Rio Tejo, ali para os lados de Belém, convida ao refrescamento.
Cara Guida,
Mas esses que sao melhores nao se querem chegar a frente. Preferem ficar no bem bom, por isso ainda sao piores que o Seguro, ou estarei errado
Guida.
Sou militante do PS e não votei em Seguro enquanto candidato. Estou à vontade, por conseguinte.concordo que poderá haver gente com melhor potencial e mais carisma. Mas que interessa isso, se tais candidatos não se chegaram à frente? Infelizmente muito pouca gente está disponível para prestar o serviço público de ser líder político.Seguro foi eleito democraticamente de acordo com os actuais estatutos. É ele o líder. A história dirá se será um bom primeiro ministro. Uma coisa estou certo, é de certeza muito melhor que o ppc. Outra questão é a necessidade de maioria absoluta nas eleições.
A história das nações também é feita de sorte em momentos cruciais. Depois de dois anos miseráveis estána altura de termos sorte.Mas temos de fazer a nossa participação cívica , sem a qual não haverá sorte que valha.
Eu concordo que o Seguro é fraco, e há pessoas melhores dentro do PS. Mas dizer que o Seguro é algo de relevante para o estado actual de coisas parece-me errado. Se não fosse o Seguro o líder do PS, o Cavaco teria demitido o governo? O Portas não se comportava como um miúdo? O Relvas deixava de ser Relvas?
Antonio ribeiro, não estou a pôr em causa a legitimidade de Seguro enquanto líder, é óbvio que os militantes o elegeram, o que digo é que, mesmo depois do que temos assistido nos últimos dias, não vejo grande motivação, por parte da população, para que haja eleições antecipadas. Os jornais têm colocado a questão, e claro que os resultados valem o que valem, mas, inacreditavelmente, revelam uma enorme divisão. Apesar da concorrência ser o que é, uma maioria absoluta só está ao alcance de Seguro em sonhos, lá está.
___
paulo, nunca militei em nenhum partido, mas não me parece que as coisas sejam assim tão simples, a pessoa chega-se à frente e já está. Mas posso estar enganada.
___
aquaporina, concordo que o Seguro não é lá muito relevante. Se fosse, o Governo já estava morto e enterrado, assim só está morto.
Um dos aspetos mais incómodos da atual situação política e aquele que, a meu ver,
impede que a exigência de eleições antecipadas se sinta com mais veemência, reside no facto de haver a consciência, mais ou menos difusa, de que a troca de Passos Coelho por António Seguro não é algo que transmita verdadeiro entusiasmo. São ambos, como muito se ouve, o produto acabado das chamadas “Juventudes Partidárias”.
Por outro lado, admitir uma qualquer saída que levasse a eleições no PS donde viesse a sair um Secretário Geral mais confiável para o exercício das funções de Primeiro-Ministro, julgo não ser exequível no curto prazo. Mas pergunto: há algum obstáculo político ou jurídico que impeça que um Secretario Geral possa propor, no decurso da campanha eleitoral, para indigitação como primeiro ministro outra qualquer figura do partido que não ele próprio? É que vejo no PS tanta gente admirável pela sua invejável experiência política e pela postura política serena e, ao meso tempo combativa! Vêm-me à cabeça, por exemplo, nomes como os de Augusto Santos Silva, Pedro Santos Pereira, António Costa, Carlos César e tantos outros.
A não existir, de facto, qualquer impedimento, seria possível que António Seguro recusasse aceitar numa estratégia desta natureza, que só o honraria por constituir cabal demonstração de que o seu interesse pelo partido e por Portugal estava acima da sua legítima vaidade pessoal e constituiria, em si mesma, um fortíssimo argumento a seu
favor.
É bem certo, pois, como acima disse e escreveu algures Val que o PS está repleto de valores que constituíram um excelente staff de apoio a A.Seguro. Ficam-me no entanto muitas dúvidas quanto ao peso real de tal argumento no momento crucial e solitário em que colocamos a cruzinha no nosso voto.
Tóclismo. :-)
Alguém ainda duvida que estamos a viver um golpe de estado? Este governo para além de destruir a economia e a sociedade portuguesas, tem-se entretido também a desrespeitar sem pudor as várias instituições democráticas do país: Presidência da República (com a ajuda preciosa do actual titular do cargo), Tribunal Constitucional, Autarquias, Assembleia da República.
Para compor o ramalhete, não podia faltar a diabolização de mais uma instituição fundamental da democracia: as eleições. Todo o pretexto serve para perpetuar um governo esfrangalhado e desacreditado e todos os espantalhos são agitados para impedir que o povo seja ouvido.
Isto para dizer que o que se está a passar ultrapassa em muito o Seguro. Como ultrapassaria António Costa se este tivesse tido a coragem de se candidatar há uns meses. Convençam-se de que o objectivo central deste golpe de estado é impedir o PS de voltar ao Governo com uma maioria absoluta – seja qual for o seu secretário-geral. E se o pobre do Tozé é considerado uma ameaça, acham mesmo que alguém com mais substância teria a aprovação da banca e de Cavaco, os únicos (mas decisivos) pilares de apoio que restam a Passos?
OK, podem dizer-me que um líder carismático poderia estar a mobilizar a população em defesa da democracia – que, com o sistema político completamente bloqueado, seria a única forma de pôr cobro ao que se está a passar. Mas sejamos francos: isto é Portugal. Temos um défice tremendo de participação, de socialização política e de capacidade de mobilização. Além disso, isto é pedir ao PS, que é um partido de acção institucional por excelência, que se ponha na posição de liderar a contestação na rua. 1975 já foi há muito tempo…
Seguro pode ser culpado de ser um líder normal que age como se não vivessemos em tempos extraordinários. Mas também não vejo ninguém no PS que conseguisse esta quadratura do círculo (no pun intended).
A coisa está preta.
“Como ultrapassaria António Costa se este tivesse tido a coragem de se candidatar há uns meses.”
tinha perdido as internas para o seguro, foi por ter consciência disso que abdicou do acto corajoso. o seguro minou o aparelho dos lateiros e só sai com uma derrota vexatória, até lá vais ter que gramar as suas revoltas, indignações e outros actos de protesto mais ou menos silenciosos e bem educados.
As considerações e estados de alma do Tózé Seguro são o que são!
As bases do PS não são muito diferentes das do PSD que giram em volta de caciques
e dos “aparelhistas” instalados nas manjedouras partidárias! Nos seus dois anos de
mandato o Tózé não conseguiu mostrar uma linha de coerência que o afirme perante
a Sociedade, deixou que a maioria fosse atirando todo o odioso da situação a que o
País chegou em Maio de 2011 para cima do PS e de Sócrates parecendo concordar com
as narrativas da bancarrota etc. etc.!
Não reagiu às alterações introduzidas no memorando negociado pelo Governo de gestão
do PS com a troika … denunciando com vigor as “golpadas” do ir para além de; cujos,
custos hoje todos sofremos e o País está muito pior do que em Junho de 2011!
Pior, o Tózé ainda não nos mostrou que tem um pensamento e uma visão para o País,
as propostas avulsas não são suficientes para entusiasmar ou mobilizar os portugueses
para o seu campo político! Que pensa ou propõe o PS com reforma do Estado???