À política o que é da justiça!

Não há nada como acusar socialistas para animar as hostes social-democratas. O Rui Rio, que estava a levar os apoiantes ao desespero, tão mortiça andava a sua campanha, parece outro desde que se agarrou ao caso Tancos para atacar o Governo. Se calhar, para alguns, foi um bocadinho longe de mais, mas nada que tenha atrapalhado outros que acham que o caso tem mesmo de ser discutido na campanha. E não vale a pena virem cá com o “à política o que é da política e à justiça o que é da justiça” que isso não passa de “conversa estafada”, como nos avisa o Pedro Marques Lopes.

Mas estou aqui com uma dúvida. Como é que se discute este caso na campanha? Decide-se primeiro quem são os culpados com voto de braço no ar nos comícios? E discute-se a coisa com base nos resultados obtidos? Ninguém poderia acusar o Rui Rio de incoerência, afinal os comícios não são tabacarias. Mas infelizmente isto só é válido para os outros partidos. O líder do PSD não perdeu tempo, anunciou logo de caras quem são os culpados neste caso. Mas pode aproveitar o resto da campanha para informar os eleitores acerca do que fará a estes clones do Sócrates caso ganhe as eleições. Aposto que vai anunciar a construção de prisões em número suficiente para os encarcerar todos, estimulando dessa forma a economia, criando um número espectacular de empregos directos e indirectos, ao mesmo tempo que cuida do ambiente.

18 thoughts on “À política o que é da justiça!”

  1. Costa repite constantemente o chavão “ à política o que é da política e à justiça o que é da justiça “ .
    Depois, para não ser injustamente acusado de incoerência, pede à PRG pareceres, para … depois tomar decisões políticas .

    Não consigo ler o artigo completo do “ jornalista de referência”, para aqui chamado à laia de opinion maker . Dizer num programa de tv que o poder absoluto, – também entendido como exercido ao longo de muito tempo – corrompe, e, depois ver o mesmo opinante, apoiar entusiasticamente o longuíssimo mandato do presidente do clube de bola, de que o mesmo é adepto, “ speaks volumes “ acerca de coerência .

    Ninguém fala em responsabilidade criminal . Isso compete ao MP apurar .
    Apenas se fala em responsabilidade política . São assuntos de Estado, e quem exerce o poder executivo à data dos factos, tem de assumir a responsabilidade política .
    Costa foge sempre da responsabilidade política . Escora-se, por sistema, na frase “ é a justiça a fazer o seu papel “ .
    Dessa arte, se escusa a assumir a responsabilidade política ( que por exemplo, envolve, desde logo, a responsabilidade pessoal, pelas pessoas que nomeou para cargos governativos, e o posterior desempenho pessoal dos mesmos ) e, dá uma certa imagem de “ mau da fita “ para aqueles que no exercício das suas competências, vão averiguando os factos . Em geral, o MP.
    Resulta bem para todos aqueles que “ can’t stand the pain “ – sejam as almas simples em geral, que não gostam de receber más notícias, – sejam para as hostes do próprio partido, que apenas querem verem realçadas, as boas novas .

    Mas isso, não é exclusivo de Costa, é prática comum .

  2. Costa foge sempre da responsabilidade política . Escora-se, por sistema, na frase “ é a justiça a fazer o seu papel “. Diz Simplício Simplório.
    Olhe que não. A Comissão de Inquérito não atribuiu culpas ao Governo e nem ao ex-Ministro. Agora vejo todos a querer que haja outra Comissão de Inquérito, nomeadamente BE e PCP. Por isso não compreendo que não seja que não seja “à política o que é da política e à justiça o que é da justiça.
    Ou não é verdade quando a Assembleia da República se meteu com a Justiça estes protestaram!

  3. Dado todos os casos de justiça envolvendo o PS e o nepotismo que se assiste no poder, vocês diriam que o PS é um grupo mafioso ao estilo dos mafiosos americanos que controlavam os sindicatos?

  4. Simplício Simplório, Costa, neste caso, deveria ter dito ou feito exactamente o quê para não o acusares de fugir sempre da responsabilidade política?

  5. «Conversa estafada»
    por PML

    Conversa estafada velha de dez anos foram diversa afirmações proferidas por “pml” no eixo do mal na pré campanha eleitoral de Passos-Sócrates de entre as quais estas pérolas deste profeta da política:
    1) Eu não sei o que se vai passar mas duas coisas eu tenho a certeza; i) que Cavaco Silva foi o melhor PM de Portugal pós 25 Abril; ii) que Passos Coelho será sempre melhor PM que Sócrates.

    Apesar de afirmações como estas e outras continuamente de igual visão política lá vai tentando passar por moderado liberal centro-direita, contudo, sendo apoiante interessado de Rio o pensamento e a língua logo comprometeram o seu democrático liberalismo falando a mesma linguagem de Rio de esgoto.

    Outro tipo de «conversa estafada» é a típica exigência do cabeçudo e falhado político Pacheco Pereira quando pretende acusar, sem provas, os seus inimigos de vingança por dor de cotovelo, agora também usado pelos pàfiosos à tripa forra e que é:
    «é preciso dar mais explicações».
    Ao Sócrates pedia por tudo e por nada mais explicações. Ora se este negava tudo e declarava que tudo não passava de uma mentira montada pelo MP e explorada pelo reaccionarismo típico dos media que explicações pretendia Pacheco? Como se dão explicações sobre actos que não cometemos nem conhecemos?
    Também agora o PM afirma que não teve conhecimento do caso mas os pàfiosos querem explicações sobre o caso de quem o não o cometeu nem conheceu.
    Agora, estando o caso a ser investigado e deslindado pela justiça não esperam pelo julgamento e apuramento das explicações por quem de direito as deve dar para insistirem em pedir “mais explicações”.
    E coisa de espantar e nada lógica é os mesmos aceitarem sem mais e de modo definitivo a explicação do PR de que não é “um criminoso” negando qualquer outra explicação sobre o caso e para o PM não param de pedir explicações
    Mais, desta vez acham e afirmam que coisa de justiça é “conversa estafada”.
    Com o sentido de que queria dizer “conversa fiada”, isto é, conversa de pml igualzinha à de Paula Teixeira da Cruz, lembram-se!

  6. 29 de Setembro de 2019 às 2:08
    concordo, és mesmo simplório.
    começas por querer fazer parecer que o caso é muito complicado para finalmente o reduzires a um mero Simplício Simplório.

  7. Guida : responsabilidade política, em termos muito simples, significa, assumir os erros da governação, seja por acção ( que se venha mais tarde a verificar, desastrosa ) , seja por omissão .

    No caso, desde logo, a nomeação do ministro da tutela, que é um acto político, terá pecado por má opção ( os militares melhor que ninguém, farejam a fraqueza, à distância, e repetidamente, dizem que não tinham/nem têm, meios humanos ) . A escolha de um ministro da defesa, é uma questão de não somenos importância.

    Exprimir e explicar, ao Povo, com humildade, que o sucedido, foi um acontecimento desolador para o governo e para o País, e que tudo será feito para que não se repita. E não se refugiar nas chamadas competências próprias, e contentar em remeter para as entidades “ competentes “ . Isto pode passar uma impressão de arrogância ( género, não é nada comigo ) . A este título, por exemplo, não é nada abonatório, ouvir alguém do governo, dizer que o ministro não é guarda de paiol .

    No limite, devia ter convidado o ministro a demitir-se, ou, se for esse o caso, demiti-lo .

    Mas para melhor elucidação do que é assumir responsabilidade política, sugiro-lhe que pergunte ao seu camarada Jorge Coelho, que, na sequência no desastre da Ponte de Entre-os-Rios, se demitiu .

    Jovem Sexagenário: noto que lê mal, sugiro uma ida à Multiópticas .

  8. Rato sem tino :

    A tecnoforma, terá prescrito . Não teria ficado mal ao autor do mau negócio, que nomeadamente, delapidou fundos comunitários, uma explicação sobre o sucedido, e um pedido de desculpas . Mas prontos, todos sabemos mais ou menos o que casa gasta .

    O mistério dos submarinos, também eu gostava de ver bem explicado, pois ao que sei, – pela imprensa – implica o sacrifício do sistema de defesa electrónica e de armas ( do projecto inicial e da autoria de israelitas, que sabem “ one or two things about weaponry “ ) para reduzir custos, e a sua entrega a uma empresa sul-africana, sem expertise no assunto . Tendo resultado da troca, uma agravante dos custos …

  9. «Mas para melhor elucidação do que é assumir responsabilidade política, sugiro-lhe que pergunte ao seu camarada Jorge Coelho, que, na sequência no desastre da Ponte de Entre-os-Rios, se demitiu .»

    Esta posição é de um simplismo confrangedor. Assume-se que qualquer coisa que corra mal num sector tutelado se resolve com uma demissão do titular da pasta ainda quando isso nada tenha a ver com as orientações politicas emanadas. Satisfaz as oposições populistas mas não resolve nada. Nem sequer se dá ao cuidado de ponderar sobre o absoluto desgoverno a que a banalização desse “principio” conduziria. Ridiculo. E lamentável.

  10. “A este título, por exemplo, não é nada abonatório, ouvir alguém do governo, dizer que o ministro não é guarda de paiol .”

    ou mesmo que o presidente da república não é o comandante supremo das forças armadas, incluíndo aquela parte dos que conspiram e ameaçam tinóquices que fariam despejando entulho militar na entrada principal do palácio de belém.

    “No limite, devia ter convidado o ministro a demitir-se, ou, se for esse o caso, demiti-lo .”

    uma impossibilidade constitucional e química. o presidente é indemissível e ainda não foi descoberto solvente para o problema.

  11. Os tansos terão a resposta popular à sua desesperada carga de brigada pesada, reumática e cega já no próximo Domingo — e no campo de batalha onde mais lhe dói sempre a estocada: nas urnas.

  12. “Os tansos terão a resposta popular à sua desesperada carga de brigada pesada…”

    graças à prestimosa colaboração do ministério público e ajuda dos bastiões da liberdade de arpersão correio da manhã & sucedâneos incorporados. pode ser que uma geringonça reforçada consiga fazer a reforma que nunca foi feita e a corporação judicial vá grunhir as dores para o brasil.

  13. Simplício Simplório, estou a ver, tudo menos “remeter para as entidades “ competentes “”. De facto, é chato ter esperar pelo julgamento do caso nos tribunais, afinal as eleições são já no domingo. Ainda por cima, acusações há muitas e nem todas chegam a julgamento.

    Mas isto: “os militares melhor que ninguém, farejam a fraqueza, à distância”, acho que o Costa devia ter em conta quando tiver de escolher o futuro ministro da defesa. Primeiro, dá-lo a cheirar aos militares. Como é que não se lembrou disto antes de indicar o Azeredo Lopes para o cargo?!

  14. Guida, a justiça, incluindo os tribunais e demais agentes, tem um tempo próprio, que pode não coincidir com o tempo político . Como é óbvio, não se podem alterar datas de julgamentos, em função de eleições ( ou de congressos de partidos ou seja do que fôr ) .

    Eu já presentia que se ia agarrar à semântica ( farejam, – que realmente é mais conotado com o reino canino ) . Trata-se de uma questiúncula, que tem a ver com a forma, versus substância.
    Infelizmente a plataforma não possibilita voltar atrás e corrigir . Mas se fica mais satisfeita, substitua farejar, por detectar .

    Não sei se foi você, ou a Penelope, que num post anterior, que é uma antologia de trapalhada jurídica, dizia que afinal, o achamento foi uma coisa boa, e por isso, sugeria que o paulino não fosse sequer incriminado .
    Mas vocês aqui não têm sido os campeões e paladinos da luta contra a delação premiada e o estatuto do arrependido ?

    Olhe, por exemplo, o Costa podia ter dito no caso, que o governo iria desenvolver uma “ luta sem quartel “ contra o banditismo relacionado com roubos de armas da polícia e do exército, já que o mesmo envolve quer antigos militares, quer pessoal no activo .
    Até tinha acertado na mouche, pois que “ ajuda do quartel “, recebeu nada, pelo contrário, uma trapalhada inacreditável, que alegadamente com a finalidade de resolver a situação, limpar a imagem, e apaziguar, acabou foi por envolver tudo e todos ( refiro-me ao major que dispara para todo o lado ) .

    Você alguma vez viu o ministro que não fosse com um rictus facial tenso, cara de espanto, e ar de extremo stress ? Parecia um tolo com os olhos esbugalhados . Carta totalmente fora do baralho .

    Post-script : o escriba do post de 30 de Setembro às 9:59, ou não tinha tomada a medicação, ou então substituiu a água por absinto .

  15. É rata:

    fôr (3ª pessoa do singular do Futuro do Conjuntivo do verbo sêr)

    presentia (presente para uma Tia)

    reino canino (o país do Dartacão)

    Penelope (compincha do Ciclope)

    tomada (dispositivo onde costuma entrar uma ficha)

  16. Simplicío Simplório, se os militares “farejassem” ou “detectassem” mas é os intrusos que lhes assaltam os paióis, que é para isso que lhes pagam, não estaríamos aqui com esta conversa. Como vês, a semântica é talvez o menor problema dos teus comentários.

  17. Também pagamos a politicos para que não nos gamem e não deixem gamar-nos, e esse é talvez o seu maior problema .
    Caray !
    O saco azul não tem fundo ???

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