É uma experiência esmagadora, deprimente, ouvir a “voz do povo”. Constata-se que não tem o mínimo sentido crítico acerca do que a bendita comunicação social divulga, seja por iliteracia pura e simples, seja por falta de informação, seja por tendencialmente acreditar no que dizem “os que sabem”, que são os senhores dos telejornais e jornais. O assalto aos meios de comunicação foi o golpe de mestre da Direita. Por isso não é de estranhar que o povo mantenha elevadas as intenções de voto no gang que se apossou das instituições da República, apesar de sentir que está a ser arrastado para o empobrecimento calculado e forçado. Aceita, resignado, o retorno à miséria de muitos e fausto de alguns senhores. É uma resignação entranhada, que vem desde a instauração da ditadura da Santa Inquisição. Cinco séculos de cerviz cangada fizeram mirrar a dignidade humana do povo luso. Três breves décadas de alvoroço parecem não ter sido mais que um raio de luz, um relâmpago na noite escura da secular servidão.
Quem ouviu a última e deprimente emissão do “prós e contras”, se tinha dúvidas acerca do miserabilismo enraizado na alma lusa, deixou de as ter. Foi a lição de uma meia dúzia de totós e filhos da mamã e da mãe, explicando direitinho como nunca deveriamos ter, sequer, sonhado deixar aquela “vidinha” de antes do 25 de Abril, pobrezinha, de terceira e quarta classe (agora retomou-se sintomaticamente o antigo “exame”- “aquilo é que era aprender!”). Diziam, apluandindo-se uns aos outros, que é preciso torcer o pepino aos meninos que “querem tudo”. E lá vinha o grande pedagogo Herman José a dizer quanto teve de penar para o pai lhe dar um carro em segunda mão e o Milton, outra sumidade pedagógica, a contar que fora trabalhar para as obras com treze anos (!!!) para comprar os ténis caros que o pai lhe recusava.
Aquilo só visto, meus amigos. Era a alma lusa, velha de quinhentos anos, saudosa da sua ainda mais antiga e mísera servidão. Merece bem o mísero professor e presidente que elegeu e reelegeu.
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Oferta do nosso amigo Mário
Valupi, já sabias deste vómito? – http://aventar.eu/2012/03/28/valupi-bicharoco-grunho-passional/
Tem ou não direito ao prémio Ranho da Semana?
António Lopes, não devemos gozar com os malucos, e esse infeliz é mesmo muito maluco.
Isto não é um vómito, antes o grau zero da degradação humana. Loucura mesmo, filha da mãe de todos os ódios.
fiquei com pena de saber que aquilo é professor.
Coitado dos alunos que lhe cairem em sorte.
Será professor de quê?
Hummmm será de filosofia?
O Mário no seu melhor: objectivo; insizivo; acutilante. Como sempre é o seu raciocinio: brilhante!
li na diagonal muito depresa, para não enjoar o link do António Lopes. Retive que o autor declara que não há ninguém com maiores …tomates, colhões?’…do que ele. E lembrei-me logo do outro maluco lá em Belém que também determinou que não há ninguém mais honesto do que ele. A verdade, senhores, é que este tipo de patologia determinaria internamento imediato em qualquer sociedade que não estivesse, ela própria, enlouquecida.
António Lopes,
Li o post que você refere.
De uma perspectiva que espero mais ampla, parece-me que há uma abordagem compulsiva da situação portuguesa – a direita capitalista na sua caminhada para o governo simplesmente recusou aceitar a perspectiva que é verdadeiramente traumática, quer dizer, que a crise é uma crise do capitalismo. Sócrates aparece como este trauma na forma do recalcamento ou seja, na medida em que se recalca a natureza sistémica da crise gera-se desse recalcamento um sintoma – o sintoma Sócrates que, portanto, toma o lugar de todo o capitalismo. A tese fundamental é que se não fosse Sócrates estaria tudo bem. O problema na insistência em Sócrates é que mostra a falsidade da tese já que se ela fosse efectivamente simples assim Sócrates já teria perdido o encanto que a direita lhe devota.
A questão a meu ver é que Sócrates cometeu erros dentro de uma situação que já é ela mesma cheia de contradições de modo que a medida da insistência só em Sócrates é também a medida do estar-em-negação face às contradições do próprio sistema capitalista actual.
Mas por mais voltas que dê, a mula algarvia nunca será uma égua goleganense.
O palavroso é prufeçor (!!!) de quê, se ele não passa de um canídeo ignorante? E tem nome? Mas onde é que ele está, que não se encontra? Estão mas é a gastar cera com tão ruim defunto…
É isso ,é isso, mandem mas é cagar o Joshuazinho, o beato falso da treta, que esse desgraçado cheio de recalcamentos nem atenção merece. Deve ter começado a viver em 2005 e morreu em Junho de 2011, só que ainda não deu por isso. O valentão diz que os tem maiores que ninguém, pois sim, devem é estar vazios.
Mas que giro, o Prós e Prós agora já é nojento. Durante 6 anos não o foi. Tristes.