Palavras mansas

Val, perdoa: hoje só consigo pensar numa coisa, o meu templo ardeu. O Hot Clube de Portugal, onde aprendi a gostar de música, a gostar de jazz, ardeu esta noite, no prédio quase devoluto onde estava, há mais de 60 anos. Felizmente que o Luis Vilas Boas já cá não está para ver isto. Desde os meus 16 anos (já lá vão 50) aquele foi, quase impreterivelmente, o meu poiso nas horas livres. Ali aprendi a distinguir o que vale a pena na música daquilo que é “musak”, como dizem nos EUA. Aprendi a gostar de todo o jazz, desde o New Orleans, passando pela West Coast e acabando no Free, com passagens por muitos e desvairados estilos Made in USA e Made in Europe. Inclusive nesta terra do Fado, e acreditem ou não, tivemos e temos por cá bons Jazzistas. O Hot ardeu, e eu não consigo pensar em mais nada, perdoa Val.

__

Oferta do nosso amigo antonio manso

6 thoughts on “Palavras mansas”

  1. “So what?”
    Call it anything, in a silent way
    The new blues move
    In a high speed chase
    against deception in a perfect way

    (inspirado numa ideia do K)

  2. O Hot não ardeu, foi inundado pelos bombeiros. Isto pode ser que seja o princípio de uma nova casa, um club mais a sério, com a escola nos andares superiores.

  3. Tambem senti o acontecimento da eventual perda do Hot
    onde só fui poucas vezes
    também ha muitos 40 e tais anos
    mas o Hot marcou-nos
    os daquela época!!!
    e tb para o Hot
    a luta continua!!!
    abraço

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *