JULHO

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Leva a gula
O javali
À horta
E ao pomar.
Julho respira aromas
A esteva e alfazema
De branco as camarinhas
São noivas dos pinhais.

O Sol
Seduz a terra
Em abraços de chama

Acendem pirilampos
Lanternas de luar.

Soledade Martinho Costa

64 thoughts on “JULHO”

  1. claudia:
    Eu prefiro dizer “que fui
    ao campo e trouxe um ramo
    de alfazema para perfumar o meu quarto”. É mais português e muito menos snob, sabe? O termo que usa, lavanda (ou
    lavandula, o mesmo que lavanda ou alfazema), faz-me lembrar “que foi à perfumaria da esquina comprar um frasco de água de colónia para perfumar o seu quarto”! Além disso, com uma conotação (origem)
    muito inglesa…
    Ir ao campo colher um ramo de lavanda!? Por amor de Deus, tenhamos dó da Língua Portuguesa…Use e abuse do termo lavanda para: sabonetes, loção para barba, blocos de WC, lencinhos de papel, água de colónia, etc. Alfazema é uma palavra muito nossa e eu gosto! Você, pelos vistos, não…

  2. Soledade,

    Caíste no caldeirão da parvoíce quando eras pequena? É que a pareces ter em quantidade inesgotável.

  3. lamento, mas lavanda e alfazema são duas palavras igualmente legítimas para duas plantas distintas, embora muito parecidas…

  4. E você Valupi, quando é que deixa de ser mal-educado para quem não conhece? Não lhe dei essa confiança…Ou terá caído no “caldeirão” da má educação quando criança?
    Quanto à “ quantidade inesgotável de parvoíce” que me atribui, você também a possui e nem dá por isso. Eu já dei. Há muito. O que não quer dizer que uma vez por outra não lhe ache uma certa piada. Os termos com que se me dirigiu não lhos admito. Não gostei. Só espero que não repita a graça…
    Quanto à palavra alfazema, sabe (e eu também sei) que tem origem árabe. Estou no Al-garve, aqui há muitas al-farrobeiras (já houve mais…) e também al-fazema …Os Gregos e os Romanos chamavam nardo (nardus) à lavanda = a alfazema.
    Mas uma coisa é certa: vá ao país rural e diga que vai colher um ramo de lavanda…E depois conte-me. A não ser que vá com a claudia!
    E repito: termo mais português, sim, comparado com lavanda, (até se diz: uma boa lavanda inglesa!). Apenas não acrescentei a origem da palavra alfazema. Não pensei que fosse preciso…
    Mais: se o incomoda tanto a “quantidade inesgotável da minha parvoíce”, das duas três: ou a cláudia precisa de ser defendida (o que não me parece); ou você não gosta de me ver por aqui, ou é um tremendo de um convencido e um mal-educado, repito.

    Cláudia: tenho imensa pena de si, devido ao “ralhete” que, pelos vistos, lhe enderecei. A sua intenção foi apenas uma: a de fazer confusão. Caso contrário, não teria escrito “Alfazema?”, com ponto de interrogação. Como se eu tivesse escrito um grande disparate! Explique-me lá, então, alguma coisa que eu não saiba sobre a alfazema, além de perfumar o seu quarto com ramos de lavanda que vai colher ao campo…
    Sim, porque subsistem dúvidas espalhadas pela Europa, a começar na Inglaterra e em França…

    De início, pensei não responder aos comentários. Nestes casos, a melhor resposta é o silêncio. Mas não resisti…Outro defeito meu!

    susana: tens razão: alfazema, lavanda e nardo são, praticamente, as mesmas flores, depende da cor. O perfume é idêntico. Há só que enquadrá-las no contexto…

  5. Soledade,

    Confirmo: caí no caldeirão da má-educação. E também te acho graça, muita.

    Entretanto, descontrai. A tensão alta não faz bem a ninguém.

  6. eu aqui sou javali! E também sou gamado em camarinhas, mas as que eu conheço só dão fruto em Setembro a entrar por Outubro. Ainda há o rosmaninho.

  7. a alfazema é Lavandula officinalis (era usada na farmácia/oficina) e o rosmaninho é Lavandula stoechas. Se nunca esperimentaram meter alecrim (Rosmarinum officinalis) na carne de porco ou no frango assado é bem bom cá para meu gosto.

    (itálicos aqui não sei fazer)

  8. Bem, fico contente com o comentário da Susana porque é justamente isso que eu tinha na ideia quando escrevi a frase-bomba de lá de cima (não me sabia terrorista, mas pronto). Foi a pessoa que mais acertou no que ia na minha cabecinha. Porque olhando bem para a foto, se aquilo é alfazema, não foi bem aquilo que eu trouxe do campo ( e digo bem campo porque não trouxe a lavanda da cidade :-P). Como não tinha vaso apropriado, espetei o ramo no meio de um rolo de papel higiénico e está lá bem seguro e estético.

    Post Comentarium – As minhas tensões estão sempre abaixo da média.

  9. Nada dizes de teu amor
    Esconde-o
    Finge passado

    Alheio o passo dos erros
    As matérias em que tocaste
    O som e o tom
    O brilho do sábio

    Triste por morrer

    E todas as palavras
    São apenas deitadas sobre a folha

  10. Py,
    Se te assumes como um javali, posso considerar-te um antepassado do porco doméstico. Presumo, por isso, que costumas ir até “à horta e ao pomar”, fazer estragos como fizeste aqui…Agora, deixa-me dizer-te que estás enganado. Se fores em Julho até S. Pedro de Muel, já podes maravilhar-te com o espectáculo das camarinhas, nessa altura brancas (“as noivas dos pinhais”, como refere o poema). Mas também podes ir até à praia do Pedrógão, da Vieira, à Nazaré, ao pinhal de Leiria, à Figueira da Foz…Em Agosto as camarinhas começam a ficar rosadas, sinal de que estão maduras. Podes vê-las à venda nos mercados tradicionais como o da Figueira da Foz, por exemplo. Mas dizes tu “que só em Setembro e Outubro” é que as tuas camarinhas são comestíveis!? Onde, não me dirás!? Na Beira Litoral não é com certeza!
    Nesses meses, por aquelas bandas, já o fruto das camarinheiras desapareceu há muito…Mas deixo-te um conselho sobre camarinhas: além de se fazer com elas uma belíssima geleia e de serem comidas ao natural polvilhadas com açúcar e canela, experimenta juntá-las à carne de porco assada em alternativa ao alecrim.
    Sabias que por ali tão perto (Aveiro) há quem desconheça este fruto silvestre? E pelo resto do país, nem te conto… Sendo a camarinheira um pequeno arbusto do máximo interesse para a fixação das dunas, quem o conhecia bem era o D. Dinis!
    Como a conversa está amena, e se és “gamado em camarinhas”, como dizes, não serás também gamado em pirilampos? Olha que estes são especiais: usam lanternas nos rabinhos…

  11. Valupi:
    “A tensão alta não faz bem a ninguém”. Pois não. Mas não é o meu caso. Não devia responder-te, mas, enfim…
    Aqui vai: máxima, 11.5, mínima, 7.5. Sempre. Podes ficar descansado. E não serias tu, por mais abusivas e insolentes que fossem as tuas palavras, que me farias levantar a tensão…

    claudia:
    Rolo de papel higiénico para depor um ramo de lavanda!? Francamente, não esperava isso de si…Então, não arranjou por aí um copito, mesmo de plástico!? E sempre colocou o ramo de lavanda no seu quarto, ou optou pela casa de banho? Naturalmente, era o local mais apropriado…

  12. eu só sou javali neste post, o mais das vezes sou o gato-que-ri. As camarinhas que eu conheço na duna fóssil da Fonte da Telha, acho que só estavam docinhas em Setembro, branquinhas claro.

    ———–

    meu amigo
    dói-me o sorriso
    enquanto colho a flor
    e interrogo-me:
    quantos amei?
    e com que ardor?

    (isto é só para ficares contente, que ainda apanho com uma lição de métrica e não quero, além disso está calor)

  13. Ah, e também sou gamado em pirilampos, sim. Quando era puto havia muitos, no gerês e assim, mas agora já quase não vejo.

    Onde vi mais na minha vida foi no Central Park, estava eu ao fim da tarde alapado e mergulhado no catálogo do Met e o meu amigo disse-me: ó z isto está tudo cheio de fogos fátuos- eram milhares no ar, belo

  14. Py: e eu a julgar que eras um (outro) gato fedorento!
    Voltando às camarinhas: “…ACHAS que (as tuas) só estavam branquinhas e docinhas em Setembro”. Se ACHAS, não tens a certeza, certo? Devias ter tido “uma branca”!
    Agora para veres pirilampos, tens de procurar locais não poluídos. Os pirilampos só sobrevivem em zonas onde o ambiente é puro. Vai até Condeixa-a-Nova (lá volto à Beira Litoral!), sai à noite por aquelas aldeias em redor (como eu faço) e nem calculas a quantidade de pirilampos que se podem observar, com a luz das suas mágicas lanternas, a alumiar as noites de Verão…Mesmo nos arredores de Lisboa (Calhandriz, Alverca do Ribatejo, onde tenho familiares muito chegados) também aparecem. E umas noites por outras, em ameno convívio, nós e os pirilampos, acontece que “felizmente (até) há luar”…
    E lembar-me, quando era criança, que chegava a apanhá-los e a metê-los dentro de uma caixinha…Imagina a maldade!

    Susana: nem parece teu…A ser assim, o que escrevo no meu poema estava errado! E não está…

  15. soledade, um poema não tem que dizer certezas, certo? de resto, num sítio podem dar fruto numa altura e noutro em outra. as amoras silvestres não ficam maduras ao mesmo tempo em todo o lado, por exemplo. nem mesmo de ano para ano. dependem dos níveis de pluviosidade e do sol de cada ano. onde as como tanto acontece em setembro como em agosto.
    não era de todo razão para acusar o py de estragos… :)

  16. …pois essa da poluição pensava eu, só que não deve haver contra-exemplo maior que o Central Park. Seja como for ainda bem que os há e continua a haver. Também eu metia na caixinha, e ainda hoje ponho na mão, mas é com muito jeitinho. Aquilo é uma bactéria luminiscente no intestino.

    Fazer estragos eu aqui? Quando eu faço estragos arrebento com tudo, olha a zazie.

    Mas de facto não tenho muita paciência para certas coisas, fica o poema para o mao amigo.

    ——-

    susana, desculpa lá mas desde que me disseste (?) que havia duas perdi-me, só sei que uma tem acentos e outra não

  17. sem acentos às vezes sou eu, quando estou fora de casa. a outra é uma brincalhona. suspeito, passe a imodéstia, que tem intenção de se fazer passar por mim. geralmente diz coisas que eu não diria, eis o critério de aferição… :)
    nesta caixa é sempre a mesma.

  18. Hum. Então assim se eu falar com a outra a pensar que és tu, logo dizes, que, como podes imaginar, não vou ter a pesporrência de pretender que ‘a susana não diria aquilo’. Quando outros usaram o meu py fiquei divertido, em vez de chateado, mas até já me disseram que há pys em blogues que eu nem frequento.

    Mas como podes imaginar vim bicar uma kpk.

    (tenho saudades da Sininho mas ela volta)

  19. susana: depende do ponto de vista de quem escreve e de quem lê. Se um poema “não tem de dizer certezas”, como dizes, quando se trata de informações que devem ser correctas, então o poeta pode levar o leitor ao erro. Seja em que obra for. O Py, como quem não quer a coisa, com maldade ou sem ela, veio desdizer-me. Só isso. Lamento, mas só conheço as camarinhas da Beira Litoral, onde se concentra, aliás, a maior quantidade desse arbusto silvestre a nível do país.
    Se me guiasse pelas camarinhas do Py (que parece darem fruto lá para Setembro e Outubro), como poderia eu referi-las no mês de Julho!? Não havia noivas para ninguèm, muito menos para os pinhais! Vês agora a diferença? Claro que vês. E depois, eu não acusei o Py “de estragos”! Não utilizes termos que não usei.. Nada teve com as camarinhas, mas achei-o grosseiro. Não devemos ofender com grosserias a quem não conhecemos, mesmo que se trate de uma janela de comentários como esta.

  20. Onde esta caixa de comentários já vai… Soledade, espetei o ramo no rolo de papel higiénico e plantei gerberas num bocal cheio de rebuçados coloridos. Gosto de improvisar. Mas o que eu mais gosto nas flores, é poder estourá-las :-)

  21. claudia: os rebuçados provocam cáries, já sabe, não? E têm açúcar,engordam. Pessoalmente, não aprecio. A não ser, exactamente, pelo colorido…Agora o que mais gosta nas flores é “estourá-las”! Fico parva… Não a sabia tão assumidamente destrutiva! Quem lê comentários, não adivinha quem está por trás…É bem certo.
    Quanto ao improviso, fica-lhe bem. Deve torná-la criativa, o que já não é mau. Pensava oferecer-lhe um ramo de alfazema, mas já não o faço. Ainda bem que me avisou!

  22. (eu parto-me a rir com esta Soledade). Mas ofereça-me lá esse raminho. O meu de lavanda está no quarto intacto. Até a mulher de limpeza apreciou vê-lo, colocado num suporte tão caricato. E eu tenho rebuçados para enfeitar, não para comê-los. Eu não sei de onde é a Soledade, mas convido-a a almoçar ou a jantar comigo só para lhe tirar esse humor tão azedo. E um vinhinho do Porto para entrada que não há nada melhor!

  23. LOL. Eu tenho que optar ou por um ou por outro porque senão esta algaraviada vai-me ficar cara. Ou então, bem à moda do Porto, tu pagas a tua parte, Valupi ( e pagas a minha já agora, se quiseres). LOLADA.

  24. Vocês devem calcular que tenho mais que fazer, não é verdade? A minha vida não é só o Aspirina B! Mas, ó claudia, um convite desses não deve ficar sem resposta. Seria indelicado da minha parte. Um almoço ou um jantar!? Nada mau. Adianto desde já que como bem, embora pese 55 quilitos… Mas há um problema que vai desiludi-la a si e ao Valupi: sou abstémica, não bebo nem mesmo o nosso célebre vinho do Porto! Só água e sumos (naturais). Não porque tenha frequentado os “alcoólicos anónimos”. Mas porque sempre assim foi (ou fui). Facto que por vezes me causa embaraços…
    Mas diga-me: acha, então, que o meu humor é assim tão azedo? É porque não me conhece, acredite. Aqui, no blogue, já disseram, a meu respeito, um pouco de tudo: Que “era uma senhorita de nariz arrebitado” (quando o meu nariz é bem clássico, do mais grego que há); “que punha tudo em travessas limpas” ou “lá está a Soledade ao ataque”…Como vê, já me fui habituando…
    Diz a cláudia: “eu parto-me a rir com esta Soledade”. Posso saber, exactamente, porquê? Se acha que tenho um humor azedo, alguma coisa não bate certa…Ou será que ri por achar que sou uma espécie de bobo da corte? Olhe que se engana…Se assim é, não há almoço ou jantar que me compre, sabia?
    Sobre o ramo de alfazema, vou pensar. Talvez lhe ofereça um ramo de plástico, de pano ou de outro material qualquer (que os há bem enganadores). Podem ser botões de rosa, gosta? É que nas suas mãos sempre são capazes de durar mais tempo do que as naturais, dado que me pôs ao corrente da sua apetência para a destruição de flores…

    Olha, agora, ainda por cima, são semíticos…Eu pago a despesa dos três, mas o almoço ou jantar tem de ser no Bom Velho de Cima, combinado?

  25. Soledade, já que tens abastança para pagar a despesa de três, não alinhas em poupar uns trocos e pagares só a de dois, a da claudia e a minha, e ficavas em casa a fazer botões de rosa enquanto nós nos alambazávamos no repasto?

  26. Soledade, anda para aí a falar de mim, ofendida por eu só me lembrar de comer camarinhas rosadas em Setembro, e tanta susceptibilidade não augura nada de bom. Mas eu sou um bicho pacífico e hoje vou arrebentar para outro lado, agora deixe-me dizer-lhe que só nos faltava ter que lidar com a legitimidade dos poemas a partir dum conceito neopositivista. Que eu saiba a ‘poiesis’ fez-de para quebrar as grilhetas do real e levar-nos para mundos antes inacessíveis e melhor ainda, insuspeitados.

  27. mas, já agora, há aqui um problema que entronca, eventualmente, no artº 13º da CRP, e que me leva a ter de intervir:

    é somíticos, viu?

  28. Py: então e o seu “fez-de”? Agora é assim que se escreve? Com tantas gralhas e erros ortográficos que leio por aqui, às 2 e tal da manhã, é natural que a letra saísse trocada. Mas nem merece a pena justificar-me. Não sei porquê, mas os meus postes costumam ser lidos à lupa até encontrarem alguma coisa que vos dê prazer. Só que não vos tenho proporcionado essa alegria, diga-se a verdade…
    Pois é. Como a troca de uma letrinha pode fazer toda a diferença…Podemos dizer, sem errar, que a palavra “semítico” deriva da versão grega do nome hebraico Shem, um dos três filhos de Noé nas escrituras Judaicas. Mas também poderá referir-se a um termo linguístico, ou seja, a um conjunto de línguas antigas e modernas (semítico ou semita), na maioria originárias do Médio Oriente.
    Já o “somítico” (palavra que desejei escrever no meu comentário e que falhou), tem o significado de unhas-de-fome, sovina, avarento…É o termo exacto que define quem costuma contar os euros antes de convidar alguém para um modesto almoço ou jantar…
    Eu é que posso dar uma valente gargalhada (já a dei) por ver um bando de pessoas tão descompensadas. Mais. Acabam por mostrar-se, exactamente, aquilo que são: trocistas, pretensiosos, e muito, muito académicos, muito eruditos. E também muito unidos, muito cúmplices, muito amigos…Leiam-se e reparem se não tenho razão. Eu diria mesmo que parecem um grupo de criancinhas no recreio, felizes, felizes nas suas “inocentes” brincadeiras…
    Meus caros: otários são só os que pretendem o aeroporto na Ota. Eu prefiro o Montijo!

  29. …bem, aqui no meu teclado enquanto o ‘d’ está ao lado do ‘s’, o ‘e’ e o ‘o’ estão muito longe. Mas como lhe disse o que me fez intervir a esse propósito foi querer livrá-la de acusações mais graves, relativas a um preceito constitucional.

    Quanto ao resto: claro que somos ‘crianças’ a brincar, conhece melhor? Mas dá para todos rirem, cá para mim.

    agora vou bazar

  30. mas, soledade, é isso que um blog é para a maioria de nós: um divertimento, uma brincadeira. não é coisa para ser levado muito a sério. menos ainda nas caixas de comentários, onde as pessoas se mascaram despudoradamente, mesmo quando aparentemente condenam essa atitude. tudo é paródia, a não ser (e mesmo assim…) quando os temas são graves, sérios.

  31. «Semíticos» já está corrigido. É realmente «somíticos». Mesmo que este seja corruptela do outro. Mesmo que sejam, um e outro, discriminatórios.

    Mas deve corrigir-se «sou abstémica». Diz-se «sou abstémia».

    A Vassoura da Língua

  32. É bem dito das duas formas. Apesar da semântica mais correcta ser “abstémia”.

    Ps. Eu também não gosto da senhora!

  33. Tem razão, Cabra. «Abstémico», mais raro, também é correcto.

    Só uma coisa: duvido francamente de que V. saiba o que é a «semântica». Mas lá que é palavra bonita, e convincente…

  34. Agradeço que verifiquem, mais uma vez (talvez com lupa), o meu comentário. Quem sabe, com alguma sorte, não encontram mais qualquer coisinha…
    Ainda recentemente figura grada deste blogue escreveu no seu poste a palavra “ouvistes” e nem por isso se fez tanto alarido. Houve apenas uma pessoa que se manifestou. Onde estava o resto do grupo? Todos se calaram. Teria sido por respeito ou cobardia? Eu também não comentei. Mas fiquei de boca aberta…

  35. do Gr. semantiké, da significação

    s. f., Ling.,
    estudo da linguagem humana do ponto de vista do significado das palavras e dos enunciados;
    semasiologia;
    sematologia;
    na linguística moderna é a disciplina que estuda as palavras e os enunciados como sendo objectos abstractos com um conjunto de propriedades e entre os quais se estabelecem relações que se definem nos termos predicação, tempo, aspecto, modalidade, valores de verdade, etc. .

  36. Pois é, caro Py, lamento desiludi-lo, mas não é você a “figura grada” a que me refiro. Mas julgou, foi? Nem me lembro de ter lido, escrito por si, o tal “…”ouvisto”…, assim, entre plicas”. Foi outra pessoa. Na altura, apenas um único comentador chamou a atenção para o deslize (impensável). A resposta foi mais ou menos esta: ”…para minha punição nem vou apagar, vai ficar assim mesmo…”. Mas acabo de verificar que a palavra foi apagada. Assim como apagado foi o comentário que apontava o erro.
    Não vou dizer quem foi nem o título do poste. Mas transcrevo a frase: “Já OUVISTES falar do José Marmelo e Silva?”. Penso que chega. “No melhor pano cai a nódoa”, também lá se dizia. Portanto, não sejam tão exigentes com uns e tão benevolentes com outros. Não vos fica bem. Para que se não diga que “uns são filhos e outros enteados”…

    Dr. Zé Cabra: então, inspirou-se no comentário da Musa para adoptar mais este sugestivo pseudónimo? Pelos vistos, não lhe bastava o Anonymous, a Brigada do Reumático, o também recente Muso…E depois, essa exuberante erudição! Deve ser do tempo em que dava aulas. Ficou-lhe o jeito. Pena este cheiro a peixe podre de Sesimbra…

  37. Esta mulher não existe!.. Cuanto mais extrabucha mais podre fica. Olhe, um concelho amigo, dedique-se aos santos e pecadores e deixe-se de pensar que é poetiça. A malta cá agradeçe, ok!

  38. Soledade,

    Você tem boa memória, mas não sabe procurar bem.

    Muito interessante, só foi pena que um interlocutor tão erudito se tivesse dirigido ao outro com um “ouvistes”.
    Dito isto, estou em pulgas para ser espantado pelo próximo episódio!

    Comentário de: Victor Ferreira | junho 1, 2007 04:15 PM

    Raça, Victor, apanhou-me. Sumo-me chão abaixo.
    Para expiação, fica assim mesmo.

    Comentário de: Fernando Venâncio | junho 1, 2007 06:33 PM

    Aqui no Aspirina, quanto mais nos envergonhamos do que dissemos, menos o apagamos.

  39. Cabrinha,

    Caramba, você sabe procurar em dicionários!

    Mas diga, diga: que tem a variação abstémio/abstémico a ver com a semântica, o tal estudo do… significado?

  40. “na linguística moderna é a disciplina que estuda as palavras e os enunciados como sendo objectos abstractos com um conjunto de propriedades e entre os quais se estabelecem relações que se definem nos termos predicação, tempo, aspecto, modalidade, valores de verdade, etc.”

    A variação é uma questão de estilo, logo dialéctica, logo semântica.

    Se houver dúvidas, não hesitar em contactar-me. Sempre disponível para ensinar.

  41. Fernando Venâncio:
    Com toda a amizade e respeito, voltei a procurar no arquivo de Junho e tudo foi apagado.”…quanto mais nos envergonhamos do que dissemos, menos o apagamos.”…
    Não quis magoá-lo, mas apenas mostrar que errar é humano. O que está aqui reproduzido foi o que li, palavra por palavra. Resta-me dar-lhe os parabéns pela coragem e aprumo Assim outros o fizesem…

    Soledade,

    Procure aqui e encontrará.

    Como vê… nada de bom se apaga.

    Fernando Venâncio

  42. Fernando Venâncio:
    Entre outros defeitos (que no “Aspirina” me apontam como muitos) tenho ainda o de ser teimosa. Mas não me agrada nada sê-lo consigo. Para mais, por uma palavrinha que saiu errada. Por isso, pergunto: qual é a utilidade do arquivo? Não é para procurarmos o que a dado momento nos interessa? É que voltei lá. Porque é lá que vão os leitores do blogue. E mais uma vez (acho que estou no meu perfeito juízo!), nada encontrei. A palavrinha está agora correcta: “ouviste”e não “ouvistes”. O comentário de Victor Ferreira também não está lá. Qualquer pessoa pode ir ao arquivo e comprovar o que digo. Não o afirmo por maldade, mas não me agrada que alguém pense que estou a mentir. Só lhe peço que compreenda a minha posição…
    O arquivo existe para ser consultado. Foi o que fiz. Os comentários que lá estão são os seguintes: sininho (2); Anonymous (1); Py (1); João Pedro Costa (1); Susana (4); F. Venâncio (2); Valupi (2) e José emílio-nelson (1). O nome de Victor Ferreira (autor do reparo em que mais ninguém reparou) não consta.
    “Procure aqui e encontrará”, diz o Fernando. Cliquei e encontrei, na íntegra, o que primeiramente li em Junho, com o título «Prazeres Rápidos». Mas o arquivo é que conta… E que mal tem se apagou!? Eu faria o mesmo: corrigia! Até por uma questão didáctica…
    Mas o melhor é ficar por aqui. Concorda?

  43. soledade, isso já ultrapassa a teimosia… :)
    não vê que só pode estar está à procura no post errado? estranhei a questão, fui ver ao arquivo: está lá tudo! 1 de junho, em «fernando venâncio», confira o post que o fernando deixou em link. o título não é o que refere. e repare que eu, por exemplo, não comentei uma única vez. como pode ter encontrado 4 comentários meus?

  44. Cheguei a pensar que a Soledade tinha razão, confiando na sua explicação e tendo cometido o mesmo erro que ela quando fui verificar (pois há duas pseudo-repetições, a do post e a da palavra). Mas a susana acabou com a minha ilusão.

    Enfim, confesso que estava a achar graça à ideia de um Fernando conspirador.

  45. Valupi, não provoques, meu. Tu não me provoques.

    Pode dar-me, pá, um trabalhinho, mas inté bota chispas.

  46. puf, fico contente de ver que já se entenderam. Eu, como detesto burocracias, primeiro vejo se a solução estabiliza.

    Soledade, pode crer que quando falei das minhas camarinhas em Setembro, estava contente com as suas de Julho, já a lamber-me a pensar onde podia ir javardar (mas confesso que ando preguiçoso para guiar), não era para ofender, como óbvio.

    Veja lá se leva as coisas a rir.

    Isto aqui no Aspirina é, bastas vezes, treino de combate, por várias razões, e também para nos prepararmos para as guerras que vêm aí, como a ‘excepção moral’ da Polónia e outros fundamentalismos bigbrotherianos, islâmicos ou não.

  47. Costumo ter como máxima: “Prefiro arrepender-me do que faço, do que daquilo que não faço”. Isto, porque estou sempre a tempo de emendar o erro, se for caso disso. E foi mesmo o caso.
    Sem dúvida que fui persistente (mais do que teimosa, não, Susana) porque pressentia que algo não dava certo. Que falhava. Duas pessoas (eu e o FV) não estavam em sintonia. Alguma coisa TINHA de estar ERRADA! Não podia nem devia duvidar do Fernando Venâncio, mas também não podia duvidar dos meus olhos! Se o título do poste tivesse vindo a lume logo no início, o caso não daria esta confusão.
    Os postes são dois. Ambos com a introdução “Coisas de muito espantar”. Um deles leva o título “Prazeres Rápidos” (o que li por engano). O outro chama-se “Forte dos Teixos”. São ambos em diálogo e nos dois se lê a palavra OUVISTE.
    Em “Prazeres Rápidos”: “…já ouviste falar…”. No “Forte dos Teixos”: “…nunca ouviste(s) falar…”. Vi o primeiro poste e li a palavra OUVISTE. Com a vossa informação de que estava enganada no poste, o mistério dissipou-se. Sim, lá está a palavra e o comentário de Victor Ferreira! Peço desculpas ao Fernando Venâncio, assim ele as aceite. Mas tenho consciência de que o meu “crime” não é grave (e há atenuantes). Aliás, acho a punição a que se impôs o FV demasiado severa para pecado tão pequeno…

    Py: há mais de uma dúzia de anos que travo uma luta, que é muito mais do que um treino de combate. É a guerra sem tréguas, que nos destrói e nos magoa por dentro. Escondidinha no nosso coração, sempre apertado, até doer…São coisas que não se esperam e acontecem. Já ouviu o verso que fala das “mães que choram a morte dos filhos vivos”?
    Vocês não deixam de ser engraçados: umas vezes são mal-educados ou agressivos, outras são gentis. Como o Py foi agora. Preciso disso. Para consolo. Mas duvido que continue a colaborar no “Aspirina”. “Viver sempre também cansa”, dizia José Gomes Ferreira (de quem tenho gratas recordações). Talvez eu me tivesse cansado da escrita aqui no blogue. Talvez…
    Sabe, era óptimo que se pudessem levar as coisas sempre a rir. Era um milagre! Mas não pense que sou uma pessoa triste. É conforme os dias, as pessoas, as palavras, os actos, depende. Um abraço.
    Muito espaço eu roubo às caixas de comentários…Mais parecem postes!

  48. Soledade,

    Fico contente por você ter descoberto o que era, ou se tornara, preciso descobrir.

    Não se assuste, nem se conforme demasiado, com o que aqui lhe dizem. Neste minúsculo cantinho do mundo virtual, estimamos alguma auto-ironia, e o que é mais: contamos com ela. Prezamos a capacidade de nunca nos tomarmos muito a sério, o que é a melhor escola – talvez a única – para também não o levarmos aos outros. E portanto não amocharmos com eles.

    De resto, desconfiamos do lugar-comum, temos alergia pela ciência pronta, e um qualquer «como todos sabemos» deixa-nos em fúria. Somos uns snobes, enfim. É lixado andar aqui connosco.

    Ficamos parvos ao ver como tantos conseguem.

  49. que bela – e boa – descrição.
    fico mais parva com os que não conseguem. parece que não gostam de aventuras.

  50. Gente, sou do Brasil, e quero uma explicação. Li a palavra rosmaninho acima e quero aber se é a mesma coisa que lavanda. Acho linda esa palavra porque tem na letra de uma música que Dulce Pontes canta – Novo Fado da Severa. Tão linda!!!
    Beijos a todos!

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