Os pais deixaram Gonçalo à porta de Gina, a caminho do aeroporto, para umas férias de sendeirismo nos Cárpatos.
Gina acolheu encantada o seu ‘menino’, agora de dezasseis anos. Tinha sido ama do pai
e só saíra para casar. O casamento durara um fósforo, mas agora via-se com casa.
Quartos de criada nunca mais.
Os oito dias das férias paternas, passou-os Gonçalo na cama com Gina. Aquilo havia sido fulminante, diria o moço com mais preparação. A novidade, as estatísticas hormonais e um começo de viciação, também ela de foro científico, facilitaram o débito.
Quando os pais vieram buscá-lo, Gina não pôde conter-se: ‘Está um homenzinho’.
A mãe, no lugar do passageiro, sorriu. O pai, ao volante, compreendeu, e sorriu também.
A Gina continuava impecável.
fv
Amsterdão, 3.6.2007
Que mimo de formosura e economia! Muito bom.
Subscrevo as palavras do primo. Já a narrativa anterior gravitava em torno do conceito de «família». Eu sei que deveria esperar pelos textos seguintes mas não resisto a perguntar: é uma unidade temática ou um mera coincidência?
Sabendo quanto a beleza está nos vossos olhos, direi ao JP que
1. não há um conjunto, menos ainda uma temática,
2. não há senão o plano, vaguíssimo, de ir fazendo,
3. essa da ‘família’ é uma sugestão colossal… de que espero não mandes a conta.
ha! deliciosa história. tal como a diane de poitiers, que foi a favorita de henrique I e depois ainda o foi do filho…
Depois do que já foi dito (e bem dito), que dizer? Para quem já passou por França, não podias ter escolhido melhor nome à criada.