Dick Cheney já nos tinha gabado a boa vida de que os detidos em Guantánamo desfrutam: “vivem nos trópicos. São bem alimentados. Têm tudo o que poderiam alguma vez querer.”
Agora, com a recente pouca-vergonha dos voos clandestinos em busca de paragens mais tolerantes à prática da tortura, não deve tardar até surgir o inevitável: “mas se até os levamos a passear e a conhecer paragens exóticas, de que de queixam eles?”
Bem que Cheney podia montar uma agência de viagens com este produto único. Já imagino a capa do folheto: “Descubra o fascinante mundo da tortura. Tudo incluído — menos o regresso”.
Ou então: «Descubra o fascinante mundo da tortura. Tudo incluído — até a ilusão do regresso.»
A lata é enorme, o sentimento de completa impunidade deve ser muito agradável – assim como próximo de Deus, tudo é permitido. Mas a frase de Dick Cheney é de nos deixar de boca aberta por um bom bocado. Já não é lata, é admitir que o mundo é parvo!