O Jorge Palinhos, num dos derradeiros posts do BdE, aponta certeiro às meninges sempre febris da malta que gasta os seus dias a maldizer a “choldra” que é Portugal. Depois de inventariar as litanias preferidas das lusas carpideiras, conclui: “criticar sem ideias ou convicções ou acções, pelo simples fundamento de que Portugal não é a França e Lisboa não é Paris, não é colocar-se acima dos burgessos ou apresentar-se como uma elite aristocrática. É apenas ser um burgesso que cita Eça.”
É impossível não concordar. Mas resta um curioso e desconcertante paradoxo: o fulano que melhor cultivou uma certa postura hiper-crítica e luso-céptica — e que até citava Eça como ninguém — veio, apesar de tudo, a transformar-se num verdadeiro tesouro nacional. É hoje um farol que ilumina os caminhos brumosos do rarefeito orgulho pátrio que por aí ainda ande perdido.
Falo, claro está, do próprio Eça.
aahhh afinal limitaram-se a mudar de casa.
Ora seja bem-vindo. Mas não se trata de casa, muito menos nova; é antes um “trailer park” com manias…
A solução para o paradoxo é simples: os originais têm certos privilégios que os imitadores não têm.
Especialmente os imitadores rascas, como é geralmente o caso.
já viste no que dá ter carisma, luís? mal abrem a casa nova, a clientela big. entra logo de rompante. um dia destes ainda vou descobrir quem é a quitéria barbuda.
Então é aqui? Bom, aqui ando com o primeiro comentário. Já vi que mantêm o bom ritmo do último dia do BdE. E também já vi que este vai ser local de reencontro de muita gente. Inclusive da RIAPA, coitadinhos…
«Temos aqui um queixinhas» – João Pedro da Costa sobre Brigada Bigornas.
Estes Bigornas são uma espécie de amuletos, como os ratos num navio. Se não aparecerem ou fugirem é que a coisa está para ficar negra.
Tal e qual. Nós lemos o post e esse paradoxo ( ? ) era bem interessante. Por outro lado dá-nos um certo orgulho – o homem que tão bem criticava esse “portuguesismo” também o sendo… era português. Enfim…
Ja’ me aconteceu pensar que as “elites” portuguesas sofrem do sindroma “Eca”. O Eca usava aquele truque sempre eficaz de escrever um texto critico enquanto se pisca um olho ao leitor e deixa-se este descansado com a mensagem subliminar: “nos somos tao espertos, nao somos, mas o resto e’ tudo uma choldra”. E, ironia das ironias, caimos quase sempre. No caso dele, talvez tenhamos uma boa desculpa… e’ que ele escrevia tao bem.
Obrigado pelas boas vindas