Ninguém me consola de ver o Esplanar parado. Supõe-se (bom, suponho) que tanto Carlos Leone como João Pedro George andam em parte incerta.
Aliás (uma confissãozinha, num blogue anti-confessional, como é este), se eu alguma vez – quod Deus avertat – começasse um blogue sozinho, haveria de chamar-lhe assim: Em Parte Incerta. Não tenho planos. Estou muito bem aqui. Mas, pelo sim pelo não, ponho o pezinho em cima do lindo nome. Até porque há quem tenha um blogue pessoal e um Aspirina… Mas não falem disto ao Zé Mário.
Ninguém me consola, também, de dar com o Não li nem quero ler de rodas no lamaçal. Ele que era tão parvo, tão divertido e, aqui e ali, tão indispensável.
Mas nem tudo são desconsolos. As Ligações perigosas – essas, de cabo a rabo indispensáveis – continuam ligadas ao mundo.
Actualização
Uma busca sobre Casais Monteiro leva-me ao blogue A Vez do Peão b. Carlos Leone mora aqui.
blogue anti-confessional? hehehe, até o fernando já se vai rendendo a essa vertente… :)
registe já, abra a conta! assim já ninguém lho tira.
(e a fotografia é linda.)
E se eu te disser, Susana, que nem sei como essas coisas se fazem?
Toda a minha experiência data de há uns três anos, quando abri um blogue, Uma Bela Ideia se chamava, onde o meu primeiro e único post aparecia repetido cinco vezes. Mesmo com a assistência do prestabilíssimo ZMS, desisti ali logo.
O Aspirina esta pronto e em velocidade de cruzeiro quando entrei. E é isto. Tanto pode a inércia.
«Em parte incerta» é o título do magnífico livro de ensaios da Rosa Maria Martelo sobre poesia portuguesa contemporânea. É um belo título, de facto, mas a minha ex-professora chegou lá primeiro. :-)
JP,
Conheço a autora, que aprecio de andanças literárias. E o título é um achado, decerto.
Mas posso lembrar-te que «em parte incerta» é simples, além de bonita, fraseologia portuguesa, até com usos jurídico e postal?
Claro que sim, Fernando. Não estou a falar do invento da expressão, mas da utilização da mesma como título.
Percebo. Nesse sentido, o impacto do ‘meu’ título via-se limitado.
Mesmo assim, não era razão para desistir dele. Se até há livros (p. ex. romances) com o mesmo exacto título, muito mais no-lo podíamos permitir em variado suporte.
Anyway, e repetindo-me, o problema tão cedo não se porá.
Curiosa, esta dinâmica das caixas de comentários. Discutem-se temas, trazidos à colação, decerto, mas secundários. A questão central, essa, desaparece na sombra.
Em Parte Incerta é um mimo de formosura como nome de blogue.
Quanto ao Esplanar, e tantos outros que foram fenecendo (mesmo que sem a pulsão polémica do George), é de lamentar, claro, pois o talento é sempre escasso. Mas faz tudo parte do ciclo criativo. Alguns voltarão, outros surgirão daqui a nada.
A questão central desaparece devido ao lugar que ocupas (autor da entrada). Aí as sombras dos comentadores podem esconder a questão que elegeste como central. No entanto, para os que lêem o teu texto em parte incerta, as sombras ocupam lugares díspares e não é por isso de estranhar que eles consigam ver, porventura, coisas que não consigas ver através das suas sombras.
e vale a pena a derivação nas conversas, se acabamos por ler comentários como o que está acima…
Susana,
Nem mais.