Resposta: a patusca invenção das “dezenas de milhar”, apensa a uma das redomas do sorteio. Apesar de a ninguém lembrar dizer “dúzias de ovo” ou “centenas de ano”, a coisa anda por todo o lado: em acórdãos de tribunais, documentos de universidades, discursos presidenciais, entradas da Wikipedia, etc. E neste “etc.” até cabem blogues por norma bem-falantes. Ele há epidemias bem esquisitas.
Mas a língua é mesmo isto, Luís. Um organismo vivo em constante mutação. A maioria das regras gramaticais que temos hoje em dia (sobretudo as morfológicas) resultam de «erros» dos falantes no passado que,com o tempo, passaram para a norma.
Bem, esta inovação ainda tem muito caminho pela frente: as ocorrências detectadas pelo Google ainda andam pelos 10% da “versão” correcta…
Olha que esse número já é bem significativo, se tiveres em cota que é na oralidade que se desencadeiam esses mecanismos de evolução linguística.