RetraimentoÉ urgente
Que escreva este poema
E que te diga, mãe
Muito obrigada.
Assim
Sem frases de ternura
Rebuscada
Apenas
A teus pés agradecida
E ajoelhada.
E a olhar os teus olhos
Que me olham
Com enlevo
Com carinho
E devoção
Mais uma coisa, mãe
Peço perdão.
Pois muito embora
Venha a pensar depois
Que foi tolice
As palavras de amor
Que te neguei
Foi por vergonha, mãe
Que não tas disse.
Soledade Martinho Costa
É, também, urgente dar-lhe – a si, Soledade – os parabéns pela beleza do que escreveu. Assim.
Abraço.
Não precisa pedir perdão.
Não são só as mães que se queixam ou são vítimas disso. As mulheres,em relação aos maridos, também, mesmo as que têm filhos e netos, pois querem que lhes digamos de cinco em cinco minutos que as amamos com todas as nossas forças românticas e energéticas dos vinte anos que podem ter sido há quarenta.
Depois não fez acompanhar este seu poema de florinhas nenhumas – ajudariam a acordar os sentimentos filiais piegas duns e doutros que são simplesmente não expansivos como você.
O poema está bonito, contudo. Mande mais.Eu ainda não assimilei essa do Platão que disse que a Poesia não era Literatura.
Olha o descarado!
Soledade a fazer as pazes.