We’ll always have Petra

O caluniador pago pelo Público escreveu uma suposta homenagem a Alexandra Lucas Coelho na hora da sua despedida do/pelo semipasquim – Adeus, Alexandra, e até já – em que 80% do palavreado é acerca de si próprio e os 20% restantes acerca de si mesmo enrolado na memória de uma Alexandra com 14 anos a menos passeando-se airosa em ambientes tórridos e aventureiros. O cenário é heróico, romântico, colocando-se em palco ao lado de “grandes estrelas da reportagem mundial” a acotovelarem-se sedentas mas impecavelmente penteadas no balcão dos uísques e coquetéis algures numa das cidades mais perigosas do Mundo. O registo alude em subtexto ao enredo do filme Casablanca depois de retirarmos o Bogart, a Bergman, o Curtiz, o piano e a Casablanca, deixando só o avião para Lisboa e uma homérica pilha com restos de frangos assados amontoada nas traseiras do Hotel Babylon. Quem procurar nos seus caracteres por alguma vírgula ou espaço em branco que se relacione ainda que lateral e remotamente com o contexto e lógica da saída da Alexandra do jornal onde o caluniador é vedeta celebrada terá mais sorte se for à procura de imagens da Nossa Senhora de Fátima estampadas nas farpelas dos peregrinos a Meca. Aliás, estritamente pelo que diz não é possível sequer saber se alguma vez leu alguma coisa da senhora, quanto mais descobrirmos se tem uma apreciação a respeito. O chuto dado numa das cronistas, escritoras e jornalistas mais relevantes de toda a imprensa escrita é tão-só carne para o canhão narcísico deste medíocre e fanático operário da indústria da calúnia.

Hoje, irrompendo desasado e cheio de dores após umas semanas em que não consumiu socrataína, publicou esta maravilha: Paulo Rangel e a “claustrofobia à Sócrates”. O puro delírio da tese, a de que a comunicação social portuguesa foi de alguma forma diminuída na sua liberdade por algo não identificado que governantes socialistas terão feito entre 2005 e 2011, atinge neste exercício a categoria de arte e passa a ser legitimamente um objecto que suscita admiração. No caso, é admirável que não haja dinheiro para Malheiros e Lucas Coelho, naquilo que outrora foi um jornal de referência pelas melhores razões, mas haja dinheiro (e quanto? adorava saber a como está a gramagem deste tipo de bosta) para um tipo de estupidez onde já se perdeu qualquer contacto com a realidade. Seria um espectáculo que me faria gastar os 10 euros que tenho no bolso esse de ver o caluniador a demonstrar como na RTP, na Público, no Expresso, no Correio da Manhã, na SIC, na TVI, no DN, no Sol, na TSF, na Sábado, na Renascença, no i e sei lá mais onde, entre 2005 e 2011, (i) “a esmagadora maioria dos directores e jornalistas era de esquerda” e (ii) as peças que essas vítimas produziram exibem as marcas de um “ambiente de claustrofobia democrática e condicionamento da liberdade”. Infelizmente, nunca o caluniador me dará essa oportunidade de gastar a nota nem há quem o confronte a pedir para ter módica vergonha nos dedos e na lábia.

Contudo, o mais importante na parceria caluniador-Público está na sua pulsão para Torquemada da política-espectáculo. Ele apela a que Vieira da Silva, Santos Silva e Pedro Silva Pereira sejam afastados de cargos políticos e presenças mediáticas e sejam julgados pela populaça com base nas sórdidas suspeições lançadas no espaço público pelos esgotos a céu aberto. Um crime de violação do segredo de justiça, uma parangona cuja intenção não passa de assassinato de carácter, é para este caluniador o suficiente para usar a sua carteira profissional de jornalista como parte de uma perseguição a certas pessoas que odeia. É que ele assina estes panfletos persecutórios como “jornalista”. Um jornalista interessadíssimo em conhecer a vida privada do filho de Pedro Silva Pereira por razões que o jornalismo desconhece e faz questão de não conhecer para, lá está, poder continuar a chamar-se jornalismo. Eis o meu conselho: inspira-te naqueles dias de Bagdade em que passavas risonho e altaneiro pelos pósteres das pornochanchadas para iraquiano ver, enquanto fazias tempo para mais uma sessão de perna ou peito (assados) com a Alexandra, e interroga pessoalmente o Pedro Silva Pereira acerca do seu filho e outros tópicos de fascínio para o teu decentíssimo “jornalismo”.

Força nisso. Não és qualquer. Estiveste em Petra quando os turistas tinham fugido por causa da guerra. Isto aconteceu. Turistas a bazarem pela esquerda baixa, tu a entrares pela direita com a dama ao lado. Foi lindo. Foi… lindo (não me ocorre outro adjectivo). Portanto, avança. Encosta o Pedro Silva Pereira à parede. Que merda é essa com o teu filho? Hã, pá? Desembucha, se queres continuar a aparecer na TV. Já não é possível ter dúvidas, chegou o tempo de também ele saber quem tu és e o que andaste a fazer ali por meados de 2003.

25 thoughts on “We’ll always have Petra”

  1. Claramente, o Rangel passou-se. Começou a viver da baixa, baixinha e rasteira politiquice.
    Tinha de ganhar a vida de alguma forma.
    Eu até o percebo: entre 2005 e 2011, tínhamos um perigoso esquerdista, de seu nome Balsemão, a dominar a SIC e o Expresso, outros reconhecidos esquerdistas da Sonae, no Público. Mas também, a Cofina do Correio da Manhã, entre outros, conhecida militante pró-Sócrates. Felizmente apareceu a Fundação José Manuel dos Santos, do Senhor Pingo Doce, menos comprometida e mais independente. No caso da RTP , não é preciso dizê-lo, todos os homens do tempo do Durão Barroso só lá estavam por preguiça do PS. Logo que se apercebesse, o Sócrates corria com eles .
    Talvez o senhor Rangel se tenha enganado nos números (são tantos), e estivesse a falar do período 2011-2015, onde a somar aos anteriores extremistas, se juntariam tantos outros ….

  2. Os SICutas Donos da Grande Mentira a falar de Notícias Falsas, é verdadeiramente surreal, não têm vergonha. Que FsDP!

  3. Onde a tens tu Valupinha, no cu?! Ah sua marota nós sabíamos! Esconderam-te o de silicon desesperaste e foste ao castiçal da avó?

  4. “No caso da RTP , não é preciso dizê-lo, todos os homens do tempo do Durão Barroso só lá estavam por preguiça do PS. Logo que se apercebesse, o Sócrates corria com eles .”By puches.

    Quer dizer…não sei. É que Monsieur Sócrates era muy amigo de Durão Barroso…desabafava com ele e com a mulher deste…

  5. Como gostei do argumento da trama, li bem o post e os artigos do inculpado e da homenageada.
    Li com certa lentidão o post,porque gosto da linguagem directa e atractiva dos inícios. Chamar caluniador a quem um acha que o é, que melhor que no cabeçalho do post, para que esperarmos o final. Embora sempre tenho um respeitinho a quem diz as claras o que pensa, e dou então aprecio a leitura.

    Mas o não conhecer os personagens os meus preconceitos estão limpos, imaculados, ou seja não tenho preconceitos. Perdi um bom tempinho não me arrependo, pois estava interessado em como é isso de fazer a loa duma notável personagem a quem se diz adeus, e o mesmo tempo o que homenageia converte-se no louvado.
    Exactissimamente, falando em Valupiano. O artigo do Tavares e dum narcisismo gigante e de elefante.
    Fui de novo o público e li o último artigo da homenageada. Bonito e completo artigo. Cheio de datas e recordações, e um curriculum jornalístico que invejaria quaisquer. Curiosamente não encontrei nas suas lembrançaas, acho que li bem, nenhum recordo das aventuras Iraquianas e viagem junto o chamado caluniador pago pelo Público, pelo patrão desta barca. Fica claro que para ela não teve a mesma importância .
    Pois bem, no domínio do arte do cinismo aprendi como o ego das pessoas é tão grande que não podem falar dos outros sem falar de se mesmo. É realidade do dia a dia. Conheço uma pessoa com certa autoridade no seu entorno que não há relato ou experiência que outros digam , na conversa diária, que não se transforme em contar ele o que lhe aconteceu também num caso igual, e como ele venceu a cinco dragões e dormiu com mil princesas.
    Mais uma vez parabéns pela escrita e o post.

  6. Para quê gastar tempo e puxar pela inteligência para continuar a dar corda e fazer andar ou mexer um boneco de lata que vive, precisamente, porque lhe dão corda.
    Sócrates caiu na armadilha de lhe dar corda e ele ficou impante e prenho de corda automática para se lançar em alta velocidade e trepar escadas, escadinhas, miradouros, torres e minaretes numa acção tipo assalto ao céu. Desde então no céu faz de anjo do diabo dissimulado entre a companhia dos outros anjos. Tornou-se o anjo de mão do passos e é nele e outros anjos seus pares que o passos aposta para que o próprio diabo desça à terra do governo de A. Costa.
    Só é branco na pele exterior como sua natureza de arma de engano enquanto o resto é negro como carvão que alimenta o fogo do inferno a que pertence. É de sua natureza ser anjo de diabo para a parasitagem e fazedor de torpezas sobre os bons para que vingue a maldade do seu deus negro e ele obtenha a reconpensa.
    Deixem-no a falar sozinho pois que qualquer contacto, mesmo através de comentário, provoca vómitos insuportáveis.

  7. O paradoxo da estrategia do Público está em dispensar cronistas que têm leitores, dão posicionamento e conteúdo (a importância de um cronista para um jornal nem sempre é ter leitores mas alargar o espaço de reflexão, trazer novas perspectivas para o espaço público, dar dimensão cultural, a “inovação” não é propriamente mainstream) enquanto se oferece gratuitamente a troco de visualização de Pub, ie, admitindo o desinteresse da sua “existência” e escolhas editoriais. Os cortes do Público estão em linha com quem o dirige , é todo um programa ideologico, a cultura e o esquerdalho vão à vida, venda-se o produto a saldo e como não dá para esmagar margens aos distribuidores e agricultores obrigue-se os leitores a enfardar Pub que as agências querem é numeros e cpm baratinho.
    Na minha limitadíssima opinion isto tambem não é bom para as marcas cujo valor decresce e perdem posicionamento(como é quebra de valor uma marca que me impeça de aceder ao que me interessa, a exemplo do que acontece no mobile com os jornais) haverá mais clicks mas de isco.
    Todas estas indefinições resultam do facto do Público não admitir que tem um problema reputacional, o que num jornal é grave. Deal with it or die.

  8. O cpm já não é avaliado cruzando perfil de audiência i.é. filtrando ao alvo.
    Já não interessa.
    Vai tudo para o saco das percentagens globais de audiência.
    Já nem as sobreposições ao longo do dia interessam.
    Nos jornais vai de tiragens e nada de sobras nada de ofertas empilhadas e não lidas.
    Também os cpm já não são o que eram.
    É tudo um faz de conta que é profissional.

  9. Joe Strummer, aportuguesando a tua «limitadíssima opinion» para «limitadíssima opinião» reconheçamos que, por agora, disseste uma grande verdade. É uma alfinetada, esta.

    De resto, como já te disse aqui uma outra vez (caso Watergate, recordemos) metes-te por caminhos complexos que, magicamente, tu achas que tornas simples e, a seguir, bazas à velocidade de um fugitivo. Olhemos para o Público-assim-por-extenso: 2003 é, por força do acaso presumo, a data primeira apresentada pelo JMT (alegadamente pois não li o artigo e disse-o in situ, e nem o lerei aliás) e não me parece particularmente interessante, o curto período que vai de 2005 a 2011 é a data segunda e foi apresentada pelo Valupi que continua incessantemente à procura do passado e isso, aparentemente, o faz um pouco mais feliz. As fronteiras disto tudo, digo eu, poderão ser as datas da criação do jornal, em 1990, e este Ano da Graça do Senhor. Ou seja, tens assim 1990, 2003, 2005-2011 e 2017.

    Ora, consegues fazer um discurso mais ou menos consistente do que elencaste hoje de que «a importância de um cronista para um jornal nem sempre é ter leitores mas alargar o espaço de reflexão, trazer novas perspectivas para o espaço público, dar dimensão cultural, a “inovação” não é propriamente mainstream»? O belíssimo artigo da ALC dá-te uma ajuda, nota, pois o que dele ressalta são também as lutas diárias levadas a cabo pelos/as responsáveis da “secções” em ganharem espaço nas reuniões editoriais. Consegues apresentar alguns nomes de personagens das diferentes “áreas de conhecimento” e que tornaram o P. num eventual case study nos campos da política, “sociedade”, cultura/s, vida local (suplementos de Lisboa e Porto), ciência, economia, desporto? No caso do jornal da Sonae e espaçando-o no tempo, repito?

    Nota, 4U. Como o fazes acabas por afunilar tudo face à chegada da turma do David Dinis que, tendo um plano geral, passa por Observadar (com direitos autorais), ou “Observadorizar” como já vi também escrito por aí na blogosfera lusitana devido a um eventual contágio (!), e não sairás de 2017 menos uns pozinhos. Observadar nos planos organizacional, temático que é a palavra que me ocorre e ideológico tornando-o num veículo de uma vulgata neo-qualquer coisa ora simples ora tacanha ora liberal ora conservadora porque arreigada às tradições, ainda assim longe de um “pasquim” mas o que vai em sentido contrário aos seus milhares de leitores anteriores.

    Nota, sobre economês. Sobre a pub não sou um expert, nem sobre a passagem do papel para as plataformas online e ficar-me-ei privadamente pelos achismos. No entanto, sempre ouvi dizer que financeiramente o P. sempre constituiu um buraco para a Sonae e foi emagrecendo e emagrecendo e emagrecendo. Influência múltipla, o prestígio que através da sua posse é atribuído a um grupo económico português, poderão ser estas algumas razões para a sua sobrevivência até agora…

  10. Em tempo, para além do tom retórico do meu comentário anterior o que verdadeiramente pretendo é tornar um pouco mais complexa a história do jornal da Sonae até à chegada do PROC, vulgo Processo de Observadização em Curso. E assim abrir a janela para o panorama mediático português, não terei sido claro mas fazê-lo a partir desse ponto de observação que é o meu porque leitor do P. me confesso.

  11. Joe Strummer
    31 DE MARÇO DE 2017 ÀS 9:31

    “a importância de um cronista para um jornal nem sempre é ter leitores mas alargar o espaço de reflexão, trazer novas perspectivas para o espaço público, dar dimensão cultural, ”

    Eheheeheh…hum…como é que, não se tendo leitores, se alarga o espaço de reflexão? Hum? hum?
    Reflexão pede leitura e esta pede leitor…..hum? hum?

    Ora traduzamos para o imigrante bimbo de new jersey…that´s quite a big, big paradox….right? riiiiiiiight.

    ehehehehe, schmuck much, hum? hum?

  12. Na minha “limited opinion” penso de que portanto, like, in portugal, os únicos jornalistas MUITO SÉRIOS são os que dizem bem de Sócrates…e que os únicos verdadeiros operadores honestissimos da justiça são os seus advogados…o verdadeiro moderador é o ignômcium e quem devia estar a dirigir a operação do marquês é a penélope, por causa da musica que ouve todo o dia, em horas apropriadas para o estilo….yawn.

  13. Primavera, obrigado pela atualização, eu já sou de outro tempo:) Tas a dizer que as audiências tem como base o universo e daí e que se faz o custo por mil impressoes/visualizações? E nao podes escolher pagar pelo click throug rate?Já não existe a APCT? Tou a ver q afinal quem paga a crise são os anunciantes. Mas é assim, democracia e transparencia só nos editoriais.
    Agora fizeste-me lembrar as campanhas de outdoor de antigamente ( e pelos vistos de agora) em q se comprava uma rede nacional e depois ia-se a ver as fotos e aquilo eram duas ou tres localizações, va lá exagero, mas cerca de um terço das previstas com fotos tiradas de ângulos diferentes para serem muitas eheh

    Aeiou, acho q tens razão em tudo o que dizes e eu não sou da pub sou pianista num bordel.

  14. Não fiques amuado nem rezingão, Joe Strummer
    Hora do leitinho, hoje atrasado?

    Vá, responde bem ao homem já que te meteste no barulho.

  15. Hum, será que se encontram lá …as fálicas apreciações imprecisas ignôncias dos ignatáros? Hum? Hum?

  16. A Estrela Serrano agora meteu-se numa bonita, Valupi.
    De há uns tempos a esta parte, os detentores das chaves das sobreviventes capelas blogosféricas da socratolatria ou andam calados ou sai asneira. É o caso, óbvio.

    Está aqui, linka para o blogue: https://www.publico.pt/2017/03/31/sociedade/noticia/conselho-de-redaccao-da-rtp-critica-estrela-serrano-1767262

    Nota. Entretanto, no Vai e Vem lá andam também alguns destacados elementos da antiga (?) troupe do Aspirina B a acelerar em grande velocidade e a abusar de mais uns drinks com as cenas maradas sobre o ex-PM que estão em exibição. Isto, claro, enquanto não atingirem o coma alcoólico.

  17. “Nota. Entretanto, no Vai e Vem lá andam também alguns destacados elementos da antiga (?) troupe do Aspirina B a acelerar em grande velocidade e a abusar de mais uns drinks com as cenas maradas sobre o ex-PM que estão em exibição. Isto, claro, enquanto não atingirem o coma alcoólico.”

    Diga-me… quem são eles?

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