O seguro da direita

Carlos AndradeE o mandato do secretário-geral?

António CostaNão é o mandato do secretário-geral. É uma coisa mais curiosa, que é indexar a estabilidade dos mandatos partidários à estabilidade dos mandatos externos. O que faz, por exemplo, esta coisa extraordinária que é, cada vez que o Presidente da República dissolva a Assembleia da República, dissolve simultaneamente a Direcção do Partido Socialista. Imagine-se, com a anterior Direcção do PS, como o Presidente da República teria precipitado rapidamente, ainda mais, a dissolução do que aquilo que fez…

Quadratura do Círculo

__

A aprovação dos novos estatutos do PS revela exuberantemente o modus operandi de Seguro. O campeão da exigência de transparência na política nacional foi para o Congresso dizer que o combate à corrupção era uma das suas prioridades, avisando que os primeiros corruptos que gostaria de varrer estavam no seu partido, daí a necessidade de filtrar a porcaria com um peregrino Código de Ética ainda a ser marinado. Acerca da sua pretensão de alterar os estatutos, não disse nada de nadinha de nada. Meses depois, consumou algo nunca antes visto no PS. Este gajo, portanto, é perigosíssimo.

Seguro está a seguir como líder a fórmula que seguiu como candidato a líder. Ele blinda a sua posição através do silêncio e diminui a força dos adversários negando-se ao confronto. O seu aliado principal é o tempo, que usa para ir agregando apoios discretos. A sonsice é o seu estilo e a hipocrisia o seu desporto. A famosa capacidade de resistência é apenas a couraça de um homem cuja ambição é tão grande que já se cristalizou em armadura que o deixa imune às emoções, afectos e razões de terceiros. Este gajo, portanto, é perigosíssimo.

Se dúvidas existissem, basta ouvir os pedidos que Seguro recebe dos gaseados agentes laranjas. No tempo de Sócrates, Seguro deixava-se usar à fartazana por Relvas para fazer chicana, permitindo verdadeiras ofensas ao PS. Agora, recebe conselhos para lidar com os socráticos, para se aguentar, para acabar com essa raça. O seguro da direita, de resto, já tinha posto a nu a sua essência política quando foi o único deputado socialista a aplaudir o que Cavaco fez no comício da tomada de posse. Que os militantes o tenham eleito secretário-geral, é lá com eles e que se fodam todos juntos. Mas, para o cidadão apaixonado pela cidade, este gajo é perigosíssimo.

6 thoughts on “O seguro da direita”

  1. por muiita razão, que eu tenha há 2 coisas de ontem do eixo do mal (igualmente na sicn) que destaco e ditas pelo pedro marques lopes, que ao que parece tu gostas muito la no bloco central da tsf: em 1º referiu que o ps está a ficar parecido ao psd dos tempos dos menezes e da outra senhora, um ps assim muito dividido.Disse que nem os oposicionistas do psd ás suas lideranças não tinham chegado ao ponto a que antonio costa chegou.Em 2º lugar: rerferiu que esta reforma de mercado de trabalho estava no memorando da troika, tendo o ps assinado-a, e que os deputador que agora se rebelaram,tinham votado a favor se ainda fizessem parte do governo.Só pensei assim: Na mouche pedro.Na mouche

  2. Valupi,

    o que a vida nos reserva, sempre disse o mesmo do que tu, faz anos, embora por outras

    palavras não tão sabias, mas sentidas com a amargura de um destino inevitável.

    É do mais perigoso que se possa imaginar, para quem já falou com este cavalheiro em

    temas políticos só se pode sentir envolvido num ranho viscoso e impotente.

    Estamos no fim da coisa.

    abraço

  3. Como é possível que as bases do PS tenham eleito e estejam a manter este gabirú como Secretário-Geral? Não veem que estão a afastar eleitores e a despir o Partido dos seus valores tradicionais, da sua capacidade para o combate, do seu dever de ser oposição frontal e sem cedências? Acabará mal o PS, por este caminho.

  4. Como militante do PS o que mais me preocupava era verificar que o atual Secretário-Geral não tinha o mínimo de estrutura intelectual, de pensamento articulado sobre o País e, portanto, de preparação para um dia poder vir a ser primeiro-ministro! Atualmente tenho que me preocupar ainda com a sua falta de principios éticos! Há uma absoluta necessidade de ruptura dentro do PS, para que esta organização política possa reencontrar a credibilidade perdida. E, quanto a mim, essa ruptura passa pela assumpção de uma auto-crítica aos erros e desvios cometidos no passado, pela defesa clara e sem medo do que de bom fez o Partido Socialista e com a escolha de alguém que não seja apenas muito simpático e que tenha feito jogos de dominó e matraquilhos em todas as secções do Partido, mas sim de alguém que seja reconhecido por ter uma visão alargada e culta da vida e do mundo e que possua uma ideia coerente do modelo de sociedade que se enquadra nos ideiais do Partido! Creiam que nem todos os socialistas são mentecaptos ou andam cegos!

  5. Porra!!!!!! Estou siderado…

    Parece-me que é mesmo caso para dizer aos nossos amigos socialistas: eh pá, ORGANIZEM-SE!

    Um votante (nunca-militante e geralmente fiel), mas que, quando é preciso “virar o barco”, como aconteceu em 85 ou 99, não hesita…

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *