O queque malcriado descobriu os acontecimentos externos

“O que o senhor Presidente da República disse é que perante novas circunstâncias, designadamente esse impacto negativo da recessão em países como Espanha, a base para uma negociação poderá ser pedida aos credores e, portanto, há uma circunstância nova que pode justificar essa renegociação, coisa completamente diferente de um perdão de dívida que Portugal não deve pedir, e devo dizer que concordei”, afirmou Nuno Melo.

O vice-presidente do CDS acrescentou que há “circunstâncias exteriores que não dependem nem podem depender deste Governo”, como a recessão que atingiu países “clientes primeiros de Portugal”, e que justificam “em si mesmo que Portugal encontre aí uma base negocial com os credores” que, aquando da assinatura do Memorando de Entendimento, não podia ter previsto.

Estes acontecimentos externos “têm consequências do ponto de vista da consolidação orçamental e das metas que têm de ser atingidas”, pelo que, o eurodeputado realçou a afirmação do Presidente da República de “se tentar junto dos credores a reavaliação dessas circunstâncias”.

Fonte

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Nuno Melo é um bufarinheiro pimpão de um partido que está no Governo. Esse Governo aumentou a dívida pública de 164,3 para 193,5 mil milhões de euros desde que tomou posse até Novembro de 2012. Corresponde a 120,5% do Produto Interno Bruto. Esse Governo tem falhado contas, previsões e Orçamentos como nunca se tinha visto antes. Um Governo que enterrou a economia e a qualidade de vida dos portugueses na vala comum do saque fiscal ao arrepio de tudo o que os Nunos Melos bufarinheiros pimpões andaram a prometer e a jurar ao longo de anos de oposição e meses de campanha eleitoral.

Isto da actual direita ser isto, a mais descarada falta de coerência e de vergonha, não nos deve impedir a análise dos seus procedimentos. Pelo contrário, carecemos de defesas contra esta forma de baixa política à medida de um país onde o analfabetismo, a iliteracia, a cidadania incipiente e um anti-intelectualismo secular e larvar premeiam os arrivistas e os sectários.

As declarações acima citadas mostram Nuno Melo a discorrer sobre a influência da conjuntura internacional nas contas nacionais. Pelos vistos, o senhorito não tem agora dificuldades em perceber essas correlações e daí tirar corolários sensatos. Comparemos, pois, com o que o mesmo passarão dizia há dois anos – altura em que não existiam crises internacionais e Sócrates era o único culpado de todo o mal na Terra – e pensemos no que nos custou esta guerra civil da inteligência onde a direita e a esquerda escolheram afundar o país num charco de irracionalidade:

7 thoughts on “O queque malcriado descobriu os acontecimentos externos”

  1. mas não foi apenas o cão do nuno melo. foram todos os direitolas, a maior parte dos jornalistas e no topo o presidente da república: num curto espaço de tempo (2 meses) passaram do foguetório com que recebiam a descida do rating para uma crítica violenta às agências de rating, de uma crise apenas portuguesa para um problema de cariz europeu, do valor do défice para a sua separação em despesas e receitas. não digo, como o outro, que os portugueses bem merecem estar nesta situção porque colocaram no governo quem nos mandou para o fmi, apenas porque os portugueses foram, e são, completamente iludidos pela comunicação social completamente militante e sabuja desta direita velhaca. mas os portugueses irão aprender isso, com dor, quando as exportações começarem a cair seriamente porque a ausência de investimento a isso irá levar.

  2. Chamar-lhe queque é um insulto aos bolinhos, chame-lhe uma avestruz petrificada no deserto do Kalahari, á esqueci-me a cabeça ficou enterrada na areia.

  3. Não me parece correcto o início do 2º parágrafo, “isto da actual direita ser isto”.
    A direita é isto e sempre foi isto, e mais não digo.

  4. Muito bem, Assis. Bem lembrado, o queque pimpão, Valupi. O povo foi enganado, sim, mas talvez pudesse acabar por fazer como o burro: nunca tropeçar duas vezes na mesma pedra. Gostava de alimentar esta esperança, mas quando vejo o povo e os seus ditos lídimos representantes da esquerda, moderada ou radical, aceitar em completa passividade a entrega dos tempos nobres da TV a novelas sobre novelas, diversões sobre diversões, numa altura em que era urgentissimo informar bem, desanimo. O debate passou para os canais pagos e toda agente sabe que os reis da audiência são os canais abertos. Os “comentadores-voz-do-povo” aceitam, alegremente, jogar este jogo, sancionando a subversão informativa. A troco de um prato de lentilha vendem a formação e informação dos portugueses. São uns vendidos. E sabem o que dizem todos, até mesmo os que trazem postes a este blog? E qual é a alternativa, Pedro? Diz-se que não existe alternativa à austeridade, como não existe alternativa a esta desinformação militante do povo. Os mercados ditam as leis, tanto na austeridade e como na desinformação que temos. E fica-se quietinho. Nos canais pagos, “à porta fechada”. E como se a miséria das TVs fosse pouco, ainda temos o Correio da “manha” campeão das vendas. Um pasquim campeão! A isto chegamos.

  5. Este gajo é um troca-tintas da pior espécie.
    A direcção da associação de estudantes da universidade privada onde em tempos andei estava cheia de gente deste tipo: Menino cócó a armar ao pingarelho.

  6. espécie nojenta, sem pingo de honestidade intelectual (já para não falar da ausência de capacidade intelectual). Espécie que tomou conta do país.

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