O pastor e os borregos

A propósito da fúria da Ana Matos Pires – E ela cedeu – aproveito para publicar um documento que interessa a jornalistas e cidadãos por igual. Trata-se de uma entrevista feita por Marília Gabriela ao Silas Malafaia em 2013. A parte mais interessante, e intensa, do episódio é sobre a homossexualidade e sua visceral condenação pelo entrevistado. Mas o que causa perplexidade é a incapacidade da jornalista para desmontar o discurso primariamente falacioso do Malafaia. Tal revela graves falhas de conhecimentos científicos, históricos, bíblicos e teológicos por parte da Gabi, a qual é só uma das mais reputadas e experimentadas jornalistas brasileiras. A situação vai ficando vexante para o espectador com dois neurónios a funcionar à medida que vamos assistindo ao progressivo encantamento que o discurso sinistro e demente provoca na senhora.

Muitas são as lições que se podem tirar deste espectáculo.

12 thoughts on “O pastor e os borregos”

  1. “desmontar o discurso primariamente falacioso”

    “revela graves falhas de conhecimentos científicos, históricos, bíblicos e teológicos”

    “vexante para o espectador com dois neurónios a funcionar”

    Val, por momentos pensei que era sobre o 11 de Setembro que estavas a falar, pah!
    Posso te desafiar para uma posta sobre o assunto? Ta a chegar a data, os debates do PS são a 8 e 9, vai ser um dia morto, sem nada de importante pra falar, estudavas um bocado os últimos desenvolvimentos do assunto e fazias um brilharete. anda lá…

  2. quanto a esta posta. pois é precisamente o permitir que enormes e escandalosos logros, mentiras descaradas, sejam impostas como verdades a todos os cidadãos que depois provoca essa incapacidade em, através de um discurso lógico e racional, desmontar a fabricação de mitos. e como essa fabricação será tanto mais forte quanto o mito a criar for útil na prossecução de determinada política, parecemos condenados a ouvir mentiras da boca dos nossos governantes e nada acontecer. E iremos ouvir cada vez mentiras maiores…
    outro exemplo flagrante de tal doença na nossa sociedade é a questão do aquecimento global. apesar de cientificamente provado, ainda vemos a ser veiculada a mensagem de que é tudo uma farsa, um truque para ganhar vantagens políticas.

  3. lamentavelmente há pessoas que adquirem a fama e pouco se esforçam por dar proveito na profissão que desempenham – mas é a sociedade que alimenta isso. por cá também não faltam figuras públicas assim. mas falando deste sucessor de cristo, tiro-lhe o chapéu: está tão bem preparado para vender o seu peixe que merecia ser entrevistador.

  4. Bem preparado, Olinda? Aquele senhor não percebe a ponta de um corno de exegese biblica. E de genética? Como a jornalista percebe tanto como ele desses assuntos, o espertalhão leva a melhor afirmando o que bem lhe apetece, sabendo de antemão que a senhora não tem conhecimentos para o desmentir. Não se derruba um aldrabão com generalidades de jornalista. Podia ao menos embaraçá-lo no próprio campo da sua “teologia”, já que invocava a “palavra de Deus” para tudo e para nada. Porque não lhe perguntou algo do género: a biblia é a palavra de Deus ou a palavra dos homens acerca do que Deus pensa e quer? E se ele inistisse que é mesmo a palavra de Deus, por que motivo cada religião tem a sua versão da palavras de Deus? Afinal, os seus fiéis não acreditam nele porque lhes fala com a autoridade de quem transmite as próprias palavras de Deus?

  5. excelentemente bem preparado para vender o seu peixe, Maria Abril – até a Forbes lhe reconhece o talento e o sucesso da peixaria; até a Gabi o deixa brilhar no seu pregão.

    Por acaso também dá que pensar no extraordinário poder que o elogio fabricado exerce na maioria das pessoas em geral e das mulheres em particular. :-)

  6. ohbimba! andas a óvir coisas, aparentemente a forbes só botou o gajo na lista dos mais ricos, o resto são deduções de janados, como tu, que acreditam naquilo ser a chave do seu desaparafusamento.
    a conclusão que se pode tirar é que estes episódios são fundamentais para para a existência das anas-chato-pires e militantes da paneleiragem folclórica, que à falta de assumpto recorrem a chungaria importada.

  7. oh Val, isso foi pro primeiro ou pro segundo comentário?
    e escusas de ser assim desagradável, tenho a certeza que mais cedo ou mais tarde vou ver o tema por aqui.
    1 abraço

  8. Justin T., compreendo que te seja desagradável largar o vinho, mas é o que terás de fazer caso pretendas alinhar as tuas expectativas com a realidade. Olha que o que não falta são maluquinhos das teorias da conspiração com quem poderás gastar os próximos mil anos a discutir as cenas. Se o pretendes fazer comigo, apesar das evidências, então o conselho é para largares o tinto, e com urgência.

  9. não sejas tão casmurro e relê lá o que escrevi, que desta vez não te pedi para discutires nada comigo. pedi-te para explanares a tua “teoria da conspiração” acerca do evento (ou o que aconteceu não foi uma conspiração? já falamos disso).
    quero dizer: há tantas fontes, tantas certezas, tantos relatorios e tantas comissões de inquérito que te deve ser fácil fazeres uma posta acerca do que se passou nesse dia.
    arrisco que a principal razão para não o fazeres é precisamente o saberes, lá no fundo, que a história está mal contada…
    bem, vou voltar pro vinho! é aliás a única forma de suportar este triste espectáculo entre Seguro e Costa…

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