Bute lá apanhar os gajos, Nuno

Nunca deixarei de defender as minhas ideias e pretendo viver do meu trabalho. Simples, como se vê.

Nuno Ramos de Almeida

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Não posso concordar mais: o que se vê é simples. É de uma simplicidade à prova de estúpidos. E chama-se calúnia. O que não se vê, a motivação para a calúnia selectiva e capitosa, é que permanece como a faceta complicada deste caso.

A calúnia favorita do Nuno, a julgar pelo que lhe leio, começa por envolver Sócrates e Pedro da Silva Pereira, a que provavelmente ainda associará parte, ou o todo, do XIV Governo, chefiado por Guterres. De seguida, a calúnia convoca magistrados não identificados do Ministério Público, os quais teriam afundado o processo Freeport durante 4 anos. Forçados a deixar a coisa voltar à tona por causa dos ingleses, os mesmos magistrados, ou outros, ou os mesmos mais os outros, conseguiram evitar que Sócrates e Pedro da Silva Pereira fossem constituídos arguidos, tendo enterrado de vez o processo a tempo de evitar que Sócrates respondesse a fulcrais perguntas que os procuradores responsáveis pela investigação andavam para lhe fazer, mas que, logo por azar, não tinham ainda arranjado uns dias, horas ou minutos vagos para as colocar. Daqui, a calúnia abraça toda a instituição da Procuradoria-Geral da República, pois aquilo que os neurónios do Nuno descobriram terá de ser, por maioria de razão, do conhecimento do Procurador-Geral e do Conselho Superior do Ministério Público. Finalmente, a calúnia atinge o Presidente da República e o Parlamento, os quais também vêem aquilo que o Nuno não só vê como repete amiúde. Porém, apesar de os factos serem de uma clareza fulminante, nada fizeram, assim levando órgãos com legitimidade representativa conferida pelo voto a serem cúmplices do crime que o Nuno declara ter existido aquando do licenciamento do Freeport. Sim, sem a existência de algum crime talvez esta malta toda não tivesse tido esta trabalheira tanta, infere-se da tese caluniosa.

Repare-se que o Nuno anula qualquer contexto político para o aparecimento do caso a tempo das eleições de 2005 e para o seu regresso a tempo das eleições de 2009 – e isto apesar do que já transitou em julgado a respeito. Da mesma forma, não relaciona a exploração feita pela TVI, onde trabalhou ao tempo, com o contexto eleitoral ou o intento sensacionalista. Estas ausências não se devem a uma eventual limitação intelectual ou falta de quilómetros na estrada. Pura e simplesmente, o objectivo do Nuno não é fazer jornalismo nesta matéria, é só o de caluniar. Caluniar muita e muita gente.

Pois bem, proponho-me ajudar-te Nuno, porque imagino que esse estatuto de caluniador te seja pesado. Sei que mereces melhor, mereces ser um cidadão digno e não o farrapo que promove as estratégias de assassinato de carácter com que a nossa direita conseguiu papar todos os cargos de poder. Diz lá, quem foram aqueles que sonegaram a verdade a respeito do caso? Tu que estiveste ao lado da Moura Guedes, que leste os documentos, que tens informações privilegiadas, diz-nos o que se passou – mas diz como jornalista. Sabes do que estou a falar, certo? Tens umas noções do que é o jornalismo, né? Venha ele, então. É que não me ocorre nada que seja mais importante do que denunciar este tipo de corrupção que está, segundo as tuas palavras, a impedir que Portugal seja um Estado de direito. Conta comigo para te ajudar. Posso publicar aqui no blogue as provas com que os vais entalar a todos, posso enviar-te dinheiro, 5 ou mesmo 10 euros, posso fazer pesquisas no Google para os termos “Sócrates”, “envelopes”, “máfia russa”, “Pinto Monteiro”, “Cândida Almeida” e “cabrões do caralho”. E posso afiançar-te, mesmo sabendo que não o vais entender, quanto mais compreender, que não tens um interesse maior do que o meu a respeito de qualquer ilegalidade que Sócrates, ou outro governante qualquer, tenha cometido ou venha a cometer.

A menos, claro, que caluniar seja, afinal, o teu trabalho. Isso explicaria a tua passagem pela TVI do casal Moniz, a sintonia e o fervor da vossa perseguição a Sócrates e ao PS. Mas, confesso-te, não acredito nesta ideia. Esta ideia parece-me uma ideia que poderia nascer na tua cabeça; e nessas, por agora, não acredito nem um bocadinho.

25 thoughts on “Bute lá apanhar os gajos, Nuno”

  1. Pois é, este Nuno esquece como tudo começou, nesse caso Freeport. Esquece o “cozinhado”, esquece aquele inglês que confessou usar o nome de Sócrates para sacar dinheiro aos seus patrões de Londres, esquece que os ingleses cgegaram a dizere mesmo que Sócrates era incorruptivel. Mas este Nuno destas coisa nunca quis saber. Nâo queria concluir, mas tem de ser: este gajo fez da calúnia o seu ganha-pão. Como tantos outros da sua igualha.

  2. se não fosse o sócrates ninguém sabia quem era esse ramo d’ almeida que continua a martelar na cerejice para dizer que tamém quer ser recompensado. aguardem pelas próximas plantações no relvado.

  3. Em Alcochete toda a gente sabe que a carta «anónima» foi escrita por um conjunto de não anónimos numa moradia em Marisol. Toda a gente…

  4. o que é triste (ou talvez não), é que ele nem se dá conta do ridiculo a que se expoe.

    É só ter um bocado de estomago e ler o post em questão lá no fivenet.

  5. Grande baile, Val. Mas também que grande baile do André Salgado e consequente atrapalhação do Nuno lá no 5 dias. Patético…

  6. Assim mesmo, sem rodeios, é que as pessoas de carácter se sobrepõem aos caluniadores encartados. Gostei!

    Leonor Pinto

  7. só faltava o poeta detective a tentar incriminar-me. marisol é a tua prima e atende na recta de pegões desde que o gado bravo fechou.

  8. Thank god existe internet e blogs para cada um fazer a sua própria pesquisa da “verdade”.

    Olho para trás e percebo como era fácil há 20 ou 30 anos manipular a opinião pública, o que explicará também como andámos 48 anos parados no tempo…

  9. Felizmente há alguém com certezas sobre o caso de Alcochete, o prezado Val: foi tudo maquinações politicas com o apoio de “certa” comunicação social.
    Simples estão a topar.

  10. Caro Val:
    Sou um frequentador atento do seu blog e quero-lhe agradecer os momentos agradaves que me tem proporcionado.
    Esse Nuno,que não conheço nem pretendo conhecer,está muito bem colocado,por tudo o que tenho lido é individuo para se sentir bem a rastejar nas relvas… que lhe faça bom proveito e vá pastando alguma.

  11. É indispensável ir fazendo esta história exemplar da vergonhosa colaboração da chamada extrema-esquerda com toda a direita – a dos partidos, a do dinheiro e a da comunicação social – para enlamear a pessoa de Sócrates e deitar abaixo o governo socialista.

    A coligação negativa, alimentada pelas octanas do ódio sectário e descerebrado a Sócrates, não se traduziu só em votações no plenário da AR (decisivas só a partir de 2009), pois começou por ser uma colaboração conspirativa permanente nas redacções dos jornais, semanários e TVs, nas colunas de opinião generosamente cedidas a idiotas úteis, nos debates marados da rádio e da televisão, nas miseráveis comissões parlamentares de inquérito, nas alfurjas do ministério público e da polícia judiciária, na própria blogosfera.

    Jamais poderei esquecer o afã pidesco de deputados do PCP e do Bloco a secundarem os partidos da direita nas acusações mais idiotas, perversas e inverosímeis contra o governo de Sócrates, como a da alegada tentativa de controlo da comunicação social pelo governo. Jamais esquecerei o comentário cretino do camarada Jerónimo quando o bruxo de Boliqueime e o Público de Belmiro cozinharam a acusação das escutas governamentais a Belém: “Muito preocupante”!

    É indispensável fazer essa história e ir insistentemente lembrando aos eleitores distraídos uma verdade constantemente comprovada desde as primeiras décadas do século XX: a chamada extrema-esquerda em Portugal é uma preciosa aliada da direita e, em particular, da direita anti-democrática, não só no papel de provocadores, bufos e idiotas úteis, como no papel de fornecedores de argumentos e álibis para o regresso da direita ao poder. A direita já percebeu há muito tempo que tem de acarinhar, promover, utilizar e comprar por todos os meios possíveis esta extrema-esquerda, inofensiva pela sua idiotice e radicalismo congénitos, mas preciosa aliada para a conquista do poder.

  12. Júlio, é mesmos uma maladragem não é? Mas olhe, esqueceu-se daquela parte do “PCP e do Bloco a secundarem os partidos da direita” a aprovar na AR com o PSD e CDS o Programa da Troika.

  13. Dédé, lembras-te da nossa fuga heróica de Alcoentre, comigo, com o Zé da Tarada e com o Alentejano? És tu, mano?

  14. O que se aprende com esta edificante polémica!

    “Cuidado PS e arrastados. Por mim, por exemplo, melhor trabalharia com um social-democrata liberal do que com um “social”-Mota Engil, hádem ver que tal seria natural. (Como é natural.)”, Carlos Vidal dixit em http://5dias.net/.

    Naturalíssimo, como já suspeitávamos! Não precisa o PSD de se preocupar, caso a coligação com o CDS estoire**. Estes rapazes do PCP estão disponíveis para todo o serviço. Não é comovente ver o Mário Nogueira ultimamente? Afinal, não foi também Engels que financiou Marx?(http://5dias.net/) Ó gente, posso parar de rir?

    **Rato como é, Portas já anda a marcar a sua discordância sobre certas matérias hostilizando Alberto João…

  15. Como Alcochete não é longe de Setúbal o título poderia ser em setubalês: é pá «Imbora s imbora!»…

  16. O próprio, Muleta Negra. E o Zé da Tarada, sob pseudónimo, é o gajo que está agora aqui à frente desta tasca, já o Alentejano é que não sei dele faz tempo.

  17. Dédé e Muleta Negra, vem aqui a esta caixa de comentários, uns dias por outros, um rapaz do PS que é capaz de saber onde se encontra o Alentejano. O seu nome é Manuel Pacheco e conhece prísias por dentro e por fora. Um dia até me ajudou a encontrar o Amendoim da Baixa da Banheira que foi um grande amigo meu nos quatro anos de férias que passei no norte antes do Benfica ter sido campeão da Europa. Ist foi tudo muito antes da Internet popular em colorido, claro. Boa sorte.

  18. Este rapazito nuno é que eu não queria para vizinho. nem para colega de trabalho. nem para coisa nenhuma. ainda bem que já não há inquisição nem pena de morte porque estes nunos são um perigo.

  19. “…um jornalista pode e deve exercer a sua profissão, mesmo que se oponha à forma como funciona esta sociedade.” N.R.A.
    Na verdade eu compreendo o Nuno. Também no tempo de um senhor que dizimou milhares de Judeus muitos dos que contribuíram para isso acontecesse também não concordavam com “processo” apenas cumpriam ordens.

    É tudo uma questão de limites.

  20. Caro Valupi,
    O mais ridículo destes nunos, ajudantes de mmg e outros pulhas iguais e piores, não fizeram, fazem mais que proteger e tentar absolver os vários “Smith” que vieram atrás e a mando do lord fugitivo, amigo do herdeiro, para sacar dinheiro, muito dinheiro da obra em proveito próprio.
    Tais “smith”, pensaram que era canja junto dos “pacóvios governantes portugueses”, provavelmente ávidos de monney fácil, corrompe-los ou, se não, compromete-los no esquema de corrupção montado pelos próprios para sacar massa dos fundos para bolsos
    próprios sem fundo.
    Foi no meio desta trama que se viu envolvido Sócrates que, incorruptível e duro de roer, os “smith” vindos a soldo do tal lord, jogaram mão dos diversos “smith” de cá, smithizados por ganância monetária ou ganância política(que para tal gente vai dar ao mesmo).
    Todo o processo inicial conhecido e julgado indicia que os poderosos “smith”, gestores da obra, vendo o seu plano de sacar facilmente bloqueado e em perigo, contrataram os “smith” locais para fazerem o jogo sujo: sacavam a massa e atiravam para cima de Sócrates a venalidade, talvez fazendo-o cair e ficar livre o caminho para todos os saques possíveis.
    Este nuno, se não foi ele próprio um “smith” trabalhou, com conhecimento de causa, consciente e diligentemente para satisfazer os patrões “smith”.

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