Pois…

“”Debates com Passos não serão de vida ou de morte

Depois da primeira reunião com a bancada socialista como secretário- geral do partido, António José Seguro, declarou aos jornalistas que os futuros debates parlamentares com Passos Coelho não serão de “vida ou morte” ou para “marcar pontos”, afirmando que deseja que sejam produtivos e esclarecedores.
Sobre o debate parlamentar da próxima sexta-feira com o primeiro-ministro, Seguro disse aguardá-lo “com muita serenidade”, afirmando que está “convencido de que decorrerá com elevação e com elegância”, onde irá afirmar quais são as posições do PS sobre temas lançados por Passos Coelho.
Para Seguro, os debates quinzenais que terá no Parlamento com Pedro Passos Coelho, serão esclarecedores: “Os portugueses esperam que os seus mais altos representantes estejam à altura de um debate digno e que falem sobre os seus problemas concretos
.”

Fonte

Bom, pela parte que me toca, elegância seria o último desígnio em que apostaria para um debate com o governo neste momento. Sobretudo perante a catadupa de atropelos, desrespeito de promessas (falo da sobretaxa, mas também da propalada transparência nas nomeações), decisões erradas (como o aumento exorbitante dos transportes públicos, em detrimento de desincentivos ao uso do automóvel (como taxas à entrada das cidades, que reverteriam para os transportes públicos, por exemplo)) contradições e insinuações (o desvio) desta fase inicial do mandato. Seguro está a pôr-se já à defesa e faz muito mal. Tanta coisa que podia dizer aos jornalistas, como, por exemplo, «Vamos ver, há muita matéria com que confrontar este governo, como os senhores bem sabem», ou «Vamos lá a ver, este governo tomou posse apenas há um mês, mas muitos portugueses já se questionam sobre a forma e o conteúdo de algumas medidas», ou ainda «Seremos dignos e construtivos, mas a prestação de contas é parte fundamental da democracia». E preparava-se para o combate verbal. Note-se que estas alternativas de resposta aos jornalistas não deixam de ser todas suaves, ou serenas, como Seguro gosta. Ah, e elegantes. Agora, dizer que os debates, não é este em concreto, é não serão (nunca? até quando? até daqui a 4 anos?) uma questão de vida ou de morte demonstra acanhamento, pouco empenho e falta de ambição, deixando o protagonismo para outros partidos, que bem o aproveitarão, e só não é meio caminho andado para o enxovalho porque do lado de lá está um PM muito pouco brilhante.

16 thoughts on “Pois…”

  1. para dar maies elevação e elegância ao de bete aconselho que vá de saltos altos e leve um escadote desmontável na malinha

  2. No fundo, o que ele quer dizer é que antes não eram possíveis os debates dignos, elevados e elegantes, por culpa dos antigos dirigentes quer do PSD quer do PS, claro está.
    Na volta os boicotes da oposição ao Governo socialista até se percebem, a culpa era do Sócrates que estava mesmo a pedi-las com aquela mania irritante de ganhar todos os debates quinzenais. Agora sim, estão reunidas as condições para se discutirem os problemas concretos do País, antes não, que ninguém, a começar pelo Governo, queria saber disso para nada.
    Enfim, se depender do novo líder da oposição, estes debates hão-de ser tão morninhos, tão morninhos que rapidamente se chegará à conclusão que podem ter lugar de três em três meses, no mínimo.

  3. :-) vocês querem fazer da gestão do país uma tourada. calma. é que tem vezes que os touros saltam da arena e quem se fode é a plateia. calminha porque há mornas bem quentes e especular pode levar a banhos – o que nós queremos todos são ganhos porque de banhadas andamos fartos.

  4. MAS QUE TRISTEZA DE PAÍS, COM ESTE GOVERNO E ESTA OPOSIÇÃO, (PS, BE, PCP), TODOS, DE MERDA, SÓ ME RESTA FAZER AS MALAS E ABALAR DAQUI.

  5. Guida: é isso mesmo, está pressuposto que já chega de balbúrdia e agressividade, o que, pelo estilo que defende, só pode ser uma crítica aos anteriores governantes e sobretudo a Sócrates, como se a agressividade não tivesse vindo da anterior oposição, que não dispunha de outra arma e a usou muito para lá dos limites do admissível em democracia.

    Sinhã: o Parlamento é o sítio por excelência do confronto político, o qual é dado a ver ao país. Não se trata de tourada. Seguro devia saber quem desrespeitou as regras da decência na anterior legislatura e partir daí. Talvez se tivesse mudado de óculos…

    Todos: Sim, bem vestidinho, cheirozinho, educadinho, respeitador, bom menino… Um anjo no altar da política!

  6. por isso mesmo, Penélope – tratando-se de O Parlamento, parece-me muito bem que o exemplo venha de cima – já que está debaixo do olhar do país. ser indecente por retaliação, ou imitação, é bem mais grave do que sê-lo por natureza.

    (não é um problema de lentes mas antes de boa visão) :-)

  7. O Seguro que se fique pelo educadinho, respeitador e bom menino que vai ver a coça que leva.
    Sim porque para este governo elevação é só quando não nos atacam , quando o fazem levam com o numero Teresa Caeiro, que é para não estarem armados em parvos.

    Enfim, espero estar enganado, mas com Seguro vejo uma oposição practicamente inexistente.
    O governo, se cair antes de tempo , será por um acumular de asneiras sucessivas ( já vão com um bom avanço) e não por uma boa prestação da oposição. Infelizmente.

  8. Vou-me repetir: ele nem sequer teve a hombridade de defender o então secretário geral do seu partido quando este foi insultado na sua presença no programa do Crespo. Manteve-se “elegantemente” e “elevadamente” calado.

  9. Debate quinzenal:
    Se eu fosse Secretário-geral do PS, hoje a minha intervenção na A. R. era a seguinte:
    Sr.ª. Presidente da AR, Sr. 1º. Ministro, Senhores Membros do Governo, Senhoras e Senhores Deputados. Nesta minha primeira intervenção na AR, como Secretário-geral do PS, o que julgo ter sido usurpado, pois neste momento quem devia ser Secretário-geral, era José Sócrates e devia estar no lugar que Vexa ocupa se existisse honestidade da sua parte.
    Se Vexa dissesse ao País quais eram as suas intenções com o chumbo do PECIV e que não tinha soluções para evitar a crise, talvez neste momento nem Secretário-geral era do PSD, quanto mais 1º. Ministro. Derrubou um Governo eleito democraticamente. Ainda a meio do seu mandato, a governar contra tudo e todos, com uma oposição que mais parecia uma família, agora o que se vê é que estamos pior do que estávamos antes. Vexa antes aparecia em todo o lado a dar os seus palpites e hoje refugia-se sabe lá onde. Espero que não o alcunhe como o “Esteves” – que era o que se dizia de Salazar quando ia fazer alguma visita.
    Devia ter vergonha e pedir ao País desculpa pela sua falta de honestidade e àquela aluna da escola que visitou quando lhe perguntou se ia haver corte no décimo terceiro mês e Vexa disse que isso era invenção de José Sócrates, ou quando ofereceu uma enxada a uma senhora quando esta lhe disse que Vexa precisava de uma para ir para a agricultura. Esta, tinha razão, por que Vexa cada cavadela cada mentira.
    Os deputados que sustentam esta maioria estão a fazer este ruído porque não gostam de ouvir as verdades e daqui faço um apelo à Sr.ª. Presidente para pôr ordem nesta AR para que esta não seja confundida com a nojeira do Crespo.
    Uma vez que serenaram os ânimos continuo com o meu discurso prometendo ao povo Português que só votamos favoravelmente o que assinamos com a Troika. Já termino Sr.ª. Presidente. Podia ser mais benevolente. Tudo o que vá para além deste acordo tem a nossa oposição. Se não são capazes de governar tenham a humildade de pedir ajuda ou demitam-se.
    Isto era se Seguro fosse o Manuel Pacheco.

  10. Não gosto do Seguro, tanto quanto não gosto do Passos Coelho. Mas são eles que estão neste momento a ocupar os cargos que ocupam. E eu, que só tenho um voto na matéria, tenho que respeitar os votos dos outros.

    Dito isto, não me parece que a atitude de Seguro seja, em teoria, assim tão criticável. Sócrates tinha o estilo que tinha, era o dele. Havia quem gostasse, como eu, mas havia também quem não gostasse. Esses, agora, foram a maioria, paciência.

    Nunca se perde nada por cultivarmos a elegância e a elevação. Os bons resultados, até no râguebi, raramente dependem da maior ou menor agressividade. Apenas da competência e da dedicação. Seguro vai ser analisado por elas, ele sabe-o. Se prefere jogar no terreno da fleuma britânica, não será por aí que o vou criticar. Para a peixeirada já temos a CGTP, com os resultados que se conhecem ao cabo de trinta e cinco anos de vozearia e, às vezes, porrada (como fizeram ao Mário Soares na Marinha Grande e ao Vital Moreira em Lisboa).

    Diz o Povo lá da minha Aldeia adoptiva que “bacorinho manso mama a sua e a alheia”. Também diz que “quem com ferro mata, com ferro morre”. E se substituírmos “ferro” por “um sonso”…

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