Morder por morder

O que leva um indivíduo, neste caso Daniel Bessa em entrevista ao jornal i, a dizer coisas deturpadas como esta:

Isso faz-me lembrar uma conversa do antigo primeiro-ministro José Sócrates, lá na frente de estudantes, em França, de que só as crianças é que acreditam que as dívidas dos estados são para pagar… Eu questiono uma afirmação destas, sobretudo num contexto que é, em qualquer caso, um contexto educativo, mesmo com estudantes mais velhos. Há alguma falta de pudor numa afirmação destas e não posso educar ninguém no princípio de que as contas não são para pagar ou estou a criar monstrinhos que depois toda a gente irá desprezar e ninguém levará a sério.

Para logo de seguida dizer coisas corretas como esta:

Claro que a dívida, dos estados e das empresas, é para ir pagando. Se olhar para a história das grandes empresas, uma EDP, uma PT ou uma Sonae – estou a falar de cor mas não devo estar a errar muito -, à medida que crescem a dívida também cresce. A ideia de que me endivido e vou pagar em gestão não existe, na medida em que a dívida vai rolando. Mas tem de ser sustentável

?

.

Como é sabido, as palavras então proferidas por Sócrates não se ficaram pelo “não pagar” da primeira pseudo-citação de Daniel Bessa. Lembro que a ideia era que não é para pagar de uma vez só e por completo, evidentemente. Nenhum país jamais o fez ou fará. E é precisamente o resto do que Sócrates na altura afirmou que Daniel Bessa reproduz logo de seguida, embora sem hombridade. As dívidas dos Estados “gerem-se”. Mas o ferrão tinha que soltar-se, não tinha? Há pessoas que ficaram perturbadas como nunca sonharam e precisam dos Media para escoar os fantasmas.

Quanto ao critério do jornalista de dar destaque, em subtítulo, à primeira declaração, já nem vale a pena procurarmos a explicação. A ética do Correio da Manhã marca uma época.

10 thoughts on “Morder por morder”

  1. Correio da Manha e Daniel Bessa são 2 figurinhas que nunca me atraíram. O jornal nunca o comprei, jamais o comprarei e se o encontrar por aí não é mau papel para embrulhar batatas. O Daniel é aquele caslhordas que a gente já conhece de ginjeira há muito tempo e, portanto, temos que lhe dar o devido desconto. Pode ser paralisia cerebral, pode monglóide, etc. Eu se fôsse médico comprava-lhe a cabeça para depois a estudar quando ele morresse só para ver o que tinha dentro do cérebro. Será caca de sentola, merda pura, estrume, ovos podres? Aceitam-se apostas.

  2. o bessa teve oportunidade de pôr em prática essas tretas que apregoa quando foi ministro da economia e como não o fez deveria mazé caladinho. foi mais um erro de casting, dos estados gerais do guterres, que empoleirou um professor comuna, que arredondava o ordenado com explicações, a ministro da economia. cinco meses depois descobriram que o gajo era incompetente, parolo e idiota inútil assumido, olho da rua com o tadinho e vai daí o percurso normal dos ressabiados do ps, fazer fretes à direita na qualidade de eu-até-sou de-esquerda. um pobre de espírito que avalia os outros para esconder a sua incompetência.

  3. Cara Penélope:
    O que faz falta é uma presença de gente capaz (elites no sentido cultural do termo, não no sentido da carreira política/financeira) na vida pública portuguesa. Gente que esteja liberta de interesses e manhas. Gente capaz de argumentação e actividade desinteressada.
    Relativamente aos bessas que proliferam por aí (e o daniel talvez nem seja dos piores), falta-lhes coluna vertebral como lhes sobra servilismo aos interesses instalados e cargos de recompensa. E nada mais. Se perdemos o nosso tempo e energia com essa gente é porque, infelizmente, os orgãos de informação (a tão auto-proclamada opinião pública) faz eco do que lhe interessa quando lhe interessa e apenas se lhe interessa, sendo que também lhe interessa de vez em quando (em página discreta ou fora d’horas) dar um ligeiro ar de contraditório democrático.

  4. É como se diz,uma no cravo e outra na ferradura,o que caracteriza os oportunistas,mas o cerne da questão é o que pode suceder ao mais bem intencionado,que não será bem o caso do ex-professor Bessa,cair nas unhas do mais pasquim entre os pasquins,que o Daniel Oliveita tão bem retratou há dias numa magistral crónica no Expresso.Tal como acontece com aquele bordel tratado sem pejo numa televisão que saiu das sacristias para se afundar nas cloacas,vê e compra quem quer…

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