Nisto, há sempre a Esperança

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Esvaziar a caixa do «Lixo Electrónico» é um dos meus prazeres matutinos. Ofereço-me, cada dia, esse gesto simples, mas que reordena o mundo. Hoje, todavia, um dos ‘assuntos’ fazia-me olhinhos. Dizia «Escrita Criativa». Salvei-o da reciclagem. É isso. Se há sonho que me atormenta, é o de vogar criativamente pela escrita. Mas tratava-se de um curso em Lisboa, e vejo-me longe. Fiquei-me pelo fantasiar, o óbolo dos pobres.

Vi anunciado um curso de «escrita criativa» propriamente dita, destinado a «Escritores de gaveta que queiram mostrar e enriquecer os seus textos», a «Escritores no activo (incluindo também publicitários, jornalistas, argumentistas) que pretendam desenvolver técnicas de escrita literária», a «Escritores preguiçosos que precisem dum empurrãozinho». Enfim, quem de nós se sentirá excluído?

E vi que há outro curso, de «criação literária», em que o instrutor (neste caso instrutora) «utilizará um método próprio e original, visando o encorajamento dos candidatos à produção de prosa literária, com ou sem fins editoriais, através de conversas e conselhos que os ajudarão a desobstruir os sensores da consciência e a desinibirem-se, incentivando a extroversão por via da palavra escrita e libertando a imaginação». Ah, a desobstrução dos sensores (e a obstrução dos censores) da consciência! E o incentivar da extroversão! É um programa deslumbrante, além de eminentemente humano.

Houve, em fins dos anos 90, um «curso de escrita criativa», coordenado por João Louro, que desembocou no volume Jogging para Escribas, editado na Fenda. Aí se revelaram dois portentosos artistas: Margarida Fonseca Santos e Paulo Hasse Paixão.

A Margarida (diz-me o site da BN) publicou vários livros para crianças e orienta, por sua vez, ateliers de escrita criativa. Se houver chatices com o link, vá ao Google. Ela tem uma ‘página oficial’.

O Paulo (diz a mesma fonte) nada publicou, pelo menos em livro, pelo menos sob esse nome. Mas anda activo aqui pela esfera.

Batam, portanto, à porta da sociedade em epígrafe, aí para os lados da Esperança. Pois, da esperança.

[Nada disto é publicidade. Bom, é, mas ninguém ma encomendou.]

7 thoughts on “Nisto, há sempre a Esperança”

  1. mas quem é joão quadros e o que é que alguma vez escreveu de interessante, se é que escreveu alguma coisa?

  2. Se ela tivesse escrito “sensórios da consciência” era uma aspirina muito mais fácil de engolir. Assim, lixou-se: deste-lhe a dentadinha e lá se vai o negócio da rapariga. Também não se perde nada. Bati à “porta” e depois cliquei nos “autores” e apareceu-me logo um anti-“paneleiro” muito aflito e sem “esperança” nenhuma.

  3. Bom poste, meu caro fv. É sempre um prazer lê-lo… Há «aspirinas» e há genéricos… O princípio activo é o mesmo mas…
    É o mal das cooperativas em que os blogues se transformaram…

  4. Ah, pois, fv, não duvido… Só que uns inspiram e outros aspiram… E mesmos dentro dos que aspiram, há-de convir, alguns podiam mesmo era aspirar o chão…

  5. Começo por dizer que o programa não foi escrito por mim é apenas um programa tipo do curso. Jamais conseguiria escrever algo tão elaborado.
    Segue curriculum para apreciação do meio bloguista
    EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL COMO GUIONISTA:

    TELEVISÃO:

    Programas de Humor:

    – Parabéns, Boião da Cultura e Herman Zap, RTP-1, Produções Fictícias (1995)
    – Trapalhões em Portugal, SIC, Companhia das Ideias (1996)
    – -Herman Total, RTP-1, Produções Fictícias. (1995) *Globo de Ouro para melhor programa de Entretenimento 96.
    – Entrevistas de Miguel Vital, “Ousadias” SIC, Produções Fictícias. (1996)
    – Contra–Informação, RTP-1, Produções Fictícias. (1996, 1997, 1998) * Globo de Ouro para melhor programa de Ficção 96
    – Contra-Euro, RTP–1, Produções Fictícias. (1996)
    – Contra-Culinária, RTP-1, Produções Fictícias. (1997)
    – Herman Enciclopédia, RTP–1, Produções Fictícias, (1997) (1998) * 2 Globos de Ouro para melhor programa de entretenimento 98, 99.
    – Herman 98, RTP–1, Produções Fictícias. (1998)
    – -Bar da Liga, para o Domingo Desportivo, RTP–1, Produções Fictícias. (1998) (1999)
    – – Não és Homem Não és Nada, RTP–1, Produções Fictícias. (1998) (1999)
    – – Herman Sic, SIC, Produções Fictícias, (2000, 2001) * 2 Globos de Ouro melhor programa de entretenimento (2001, 2002).
    – O Programa da Maria, SIC, Produções Fictícias. (2000)
    – – Mulher Não Entra, SIC. (2001)
    – Levanta-te e Ri, SIC, Script Doctors. (2003)
    – Homem que Mordeu o Cão, TVI, Produções Fictícias, (2004) (co-autoria de textos 3 ª série com Nuno Markl)
    – Período, SIC Radical, (2005)
    – Manobras de Diversão, Produções Fictícias, SIC (2004/2005)
    – O Inimigo Público, Produções Fictícias, SIC (2005)
    – Palavras Para Quê… com Aldo Lima, RTP-1, (2006)
    – Hermansic (textos Zé Manel Taxista) SIC, Produções Fictícias, (2006)
    Galas e Especiais:

    — Gala da Sida–96, SIC, Associação Contra a SIDA. (1996)
    – Ainda Faltam Três Anos Para o Ano 2000, programa de fim de ano SIC, Teresa Guilherme Produções. (1996)
    – Gala Nova Gente, RTP–1, Produções Fictícias. (1997)
    – Gala Jet 7, RTP–1, Produções Fictícias. (1997)
    – -A Noite Mais Badalada, programa de fim de ano RTP–1, Produções Fictícias. (1997)
    – -Gala Internacional da Bola 98, RTP–1, Produções Fictícias. (1998)
    – RTP 40 Minutos, RTP–1, Produções Fictícias. (1998)
    – A Última Noite, passagem de ano RTP–1, Produções Fictícias. (1999)
    — Gala Internacional “A Bola”, RTP 1. (2001)
    – Até Que Enfim 2004, passagem de ano RTP-1, (2003)
    – Força Portugal, RTP-1, (2003)
    – Gala de Aniversário da TVI, TVI. (2004)

    CINEMA:

    – Argumento do filme – “Naturezas Mortas”, realizador Leonel Vieira. (2004) vencedor do concurso do ICAM 2004, a filmar no México, Setembro (2006)
    – Adaptação do conto “Love Online” de Clara Ferreira Alves, para telefilme, Série Amores e Desamores, RTP-1 (2005)
    – Adaptação para Portugal do filme de animação – Wallace and Gromit e a Maldição do Coelhomem, DreamWorks (2005)

    TEATRO:

    – – Co-autoria, com Nuno Markl, “As Cólicas de Fernão Lopes” da emissão do “ Cerco de Lisboa” na “Mãe de Água”. 1996
    – Texto para Inox- Zé Pedro Gomes, António Feio e Maria Rueff, Script Doctors. (2002)
    – Autor da peça, Antes Eles Que Nós, Maria Rueff, Manuel Marques, Bruno Nogueira, São Luiz, Produções Fictícias. (2005-2006)
    – Autor da peça, O Efeito Laranja, Nicolau Breyner, Patrícia Tavares, Marco Antonio Del Carmo, Carlos Areias, Tivoli, Rivoli ,Nicomedia, (2006)

    RÁDIO :
    – Histórias de João Quadros” programa “2 em 1”, Rádio Comercial. (1996)
    – Herman Zap – -Rádio Comercial, Produções Fictícias. (1996)
    – Herman Jornal, Rádio Comercial, Produções Fictícias. (1996)
    – As Fitas do Herman, Rádio Comercial, (1996-)
    – HermanSF, TSF, Produções Fictícias. (1997)
    – Contra Informação, RDP, Produções Fictícias (1999)
    – Bar da Liga, RDP, Produções Fictícias (1999)
    – HermanDifusão Portuguesa, RDP, Produções Fictícias. (1997- 2000)
    – Crónicas do Zé Manel , Maria Rueff, TSF, Produções Fictícias (2005-2006)

    JORNAIS E REVISTAS:

    – Na piscina com Miguel Vital” no Diário de Notícias, Produções Fictícias. (1996)
    — José Esteves no Europeu de Inglaterra, Diário de Notícias, Produções Fictícias. (1996)
    — José Esteves nos Jogos de Atlanta, Diário de Notícias, Produções Fictícias. (1996)
    — Pontapé nas Bolas de José Esteves, Diário de Notícias. (1996-1997)
    – Crónicas de “Adão Barbosa” — Pegar a Bola Pelos Cornos, Diário de Notícias, Produções Fictícias. -(1997)
    – – Felizes Para Sempre”, cartoon Jornal o Expresso, Produções Fictícias. (2000-2001)
    – As Crónicas do Visconde d’o Lumiar, jornal A Bola. (2001-2005)
    – O Sexto Violino, crónicas semanais, jornal “Sporting”. (2003-2004)
    – Caixa Negra, coluna para o Inimigo Publico, jornal Publico (2005)
    – Muda-me de Canal, crítica de televisão para o Inimigo Público, jornal Público (2005)

    LIVROS

    – Sketches incluídos no livro, Ao Serviço de Sua Majestade vol II, Produções Fictícias (1997)
    – As Crónicas do Visconde d’o Lumiar, colectânea em livro, jornal A Bola (2004)
    – Sketches e stand –up incluídos no livro, Manobras de Diversão, Produções Fictícias (2005)

    OUTROS:

    – Conferência: “De que me serve ser argumentista se não consigo inventar um título para a minha conferência”, para as 9 ª Jornadas de Marketing do IADE. (1998)
    – – Gala de Comemoração da Privatização da EDP– Banco Totta. (1998)
    – Campanha publicitária T.V. Panorâmica — 16:9 –R.T.P., Produções Fictícias. (1998)
    – Campanha publicitária para Papelaria Fernandes, Produções Fictícias. (1998)
    – Festival de BD da Amadora, projecto, Deus é O Meu Co–Piloto. (2000)
    – Curta metragem de animação, “Deus é O Meu Co–piloto”, apresentada no IPACA. (2002)
    – Co-autor do Blog “A Armada Invisível”.(2003) (2004)
    – 22 Curtas-metragens, Formação para a Igualdade da Mulher, projecto Delfim, para Comissão Para Igualdade no Trabalho e no Emprego. (2001)
    – Professor curso de escrita de humor na Sociedade Guilherme Cossul e ACT (2005)

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