Vinte Linhas 791

Nagashima – os cheiros de Lisboa na Rua Cecílio de Sousa, 94

Minoru Nagashima (n. 1944) veio a Portugal para a EXPO 98 e já não voltou ao seu Japão Natal. Fixou-se no Príncipe Real tornando-se aos poucos o pintor residente do antigo jardim hoje semi-destruído pela loucura dos vereadores da CML. A mostra da sua pintura mais recente a óleo integra 31 quadros de pequeno, médio e grande formato e está patente até ao dia 2 de Junho próximo na Rua Cecílio de Sousa nº 94 entre as 15 e as 21 horas. Além dos 31 quadros na galeria da Junta de Freguesia das Mercês, Nagashima tem 8 peças no quiosque-esplanada do senhor Oliveira. Está hoje dia 26 de Maio e segunda-feira próximo dia 28 pois existe uma feira de velharias e novidades neste espaço no último sábado e na última segunda-feira de cada mês. Nagashima foi turista mas converteu-se em pintor amador da nossa Cidade. Tanto pinta o Príncipe Real como o Largo de Camões ou São Tomé. Tanto regista o elevador da Glória como Alfama ou São Pedro de Alcântara. Demora-se no elevador da Bica, no Rossio e na Rua da Palmeira. Viaja pelas Portas do Sol, pelo Largo do Carmo ou pela Rua dos Jasmim. Passa tardes de trabalho na Rua D. Pedro V, no Campo Pequeno ou nas Escadinhas do Duque.

Nas cores vivas dos quadros de Nagashima passa uma cidade que é também uma memória de cidade – eléctricos como o 29 e o 30 que já não passam aqui, pregões como a fava-rica, os figuinhos de capa rôta ou o ferro velho que já não há, o som das marchas de Lisboa no desfile da Avenida que só existe uma vez por ano mas parece diário, o homem dos jornais quando havia os vespertinos e os matutinos, enfim um tempo de lentidão onde parece que há tempo para tudo. Em Nagashima as cores sugerem cheiros: o pão dos padeiros ladinos e apressados, o peixe das varinas de voz estridente, o cloreto da roupa lavada de Caneças e da Malveira.

6 thoughts on “Vinte Linhas 791”

  1. Oh xico Francisco! Esse tal Minoru Nagashima de que falas pode ser um ganda pintor maior que tu mas, de certeza absoluta, que não pinta melhor que o Chico Pintor.
    E vou-te provar isso. Olha que o Chico pintou nossa Senhora tão bem, tão bem, com tanta perfeição, tão real, tão real, que a santa até falava. Olha que um dia ia a santa, pintada pelo Chico, na procissão da senhora da Saúde e vendo o Chico no passeio virou-se para ele e disse:
    -Oh Chico! Vai pintar pró caralho!
    Aliás essa cena está plasmada para o futuro nesta poesia que deverias conhecer porque se trata dum clássico da minha autoria:

    O CHICO PINTOR

    O Chico que é pintor
    diz que ele é o maior,
    qu’isso não é garganta,
    e se alguém o chateia,
    se não meter tareia
    o Chico até pinta a manta!

    Num dia de muita sorte
    esteve perto da morte,
    quando pintava um hotel.
    Ele caiu das alturas,
    quando andava nas pinturas,
    mas agarrou-se ao pincel!

    S’alguém lhe tira valor
    o Chico muda de cor,
    fica com bastante mágoa.
    Ele pinta em todo o lado
    seja parede ou telhado,
    pinta até debaixo d’água!

    Disse-lhe outro pintor,
    que pintava com amor
    e uma santa pintou.
    Quando acabou a função,
    era tal a perfeição
    qu’a santa até chorou!

    Ora isso não é nada
    disse o Chico ao camarada,
    muito melhor ele pintava.
    Também pintou uma santa,
    a perfeição era tanta
    qu’a santa até falava!

    Conta o Chico com paixão,
    num dia de procissão,
    ia ele mais o Vilaças.
    Ela viu o mafarrico,
    olhou e disse: – Oh! Chico,
    vai pintar par’o caraças!!!

  2. tás a fazer pugressos como crítico d’arte pintada em piqueno, médio e ganda formato, agora só te falta perceber qualquer coisa de pintura para seres gerente duma loja dyrup e o teu amigo promovido a pantone residente até descobrirem que a luz de lisboa não tem puto a ver com a venda da edp aos amarelos, ou será que o gajo pinta de raybans? tamém se pode dar o caso do fuckshima estar a ver a coisa com filtros troika tintas. de qualquer maneira 1.000 quadros em 10 anos é obra de guiness e sameira no dia da carraça luso/japoca.
    http://luzdelisboa.site50.net/nagashima.html
    http://luzdelisboa.site50.net/galeria.html

  3. tás desculpado do lápis no nascimento, mas devias agradecer ao je, na versão de moi-même, o facto de disponibilizar o link para a biografia do minoru. o resto não deves ter percebido porque só deves estar habilitado para conferir numeros, oh manga de alpercatas!

  4. «Está hoje dia 26 de Maio e segunda-feira próximo dia 28 pois existe uma feira de velharias e novidades neste espaço no último sábado e na última segunda-feira de cada mês. »

    pois, ó quico du carmo, debias pedir desculpa pelas calinadas da composição, onde as birgulas e cumpanhia são de um silêncio cunstrangedor pela sua ausência.
    ó pazinhu, ganhastes algum quadro do pintore, meu? hei-de passare lá pra lhe dizer «rápáz toma cudádo» que o franciscu num é flor que se cheire. se lhe dizes algo que parece mal, o gajo manda-te pró lagar e ainda te chama amerelo e xinoca.

    Ao chefe do plantão, que tem beneficiado de alguns ilustres por aqui, comentando de forma ispecial, páh, as patacoadas do bartolo da benedita, num seria melhore pensare num espaço para analisar a poesia do POETA DA TRETA? Cum catano, páh, o homem escrebe vem e soa-me a António Aleixo, com uns trejeitos à la bocage. hein?

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