Vinte Linhas 478

A festa de despedida de Iordanov

Ele terá sido o mais português dos búlgaros que passaram pelo futebol português. Ontem à noite também lá estive em Alvalade para a festa de despedida. Foi engraçado ver algumas «barriguitas» de jogadores que ainda sabem colocar a bola a 40 metros quando é preciso. Viram-se golos para todos os gostos – até um auto-golo de André Cruz, coisa rara num predestinado, ele que foi o melhor jogador do Torneio de Futebol dos Jogos Olímpicos de Seoul em 1988. Não sei porquê (não li jornais) a verdade é que não vi em campo o Balakov, o responsável pelo único atrito que envolveu o Iordanov. Muita gente lá dentro do Sporting achava (e com razão) que Balakov prejudicou muito o Juskowiak, ignorando-o muitas vezes para passar a bola ao seu compatriota Iordanov.

Ora o Juskowiak tinha sido apenas o melhor jogador do Torneio de Futebol dos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992. Mas tinha o azar de ser polaco, André de seu nome próprio, coisa que o prejudicava grandemente perante Balakov, o maestro que eu vi estrear-se num jogo da Taça de Portugal contra o Desportivo de Peniche.

Foi uma festa cheia de nostalgia. A festa em si só aconteceu porque um Tribunal deu razão ao jogador. Por vontade dos «responsáveis» leoninos a festa não teria acontecido. Mesmo estando prevista no contrato celebrado entre as duas partes. Depois foi a questão dos ausentes: pelo Balakov lembrei-me do Juskowiak, o elegante jogador que foi prejudicado pela aliança entre búlgaros. Na altura ninguém se chegou à frente para defender os interesses do Sporting. Um dia Sousa Cintra desabafou para mim e para Carlos Pinhão – «o Sporting não é uma família, é um grupo de famílias…»

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