Tive o prazer sincero de ouvir a Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da igualdade na primeira comissão.
Conheci-a de longe, quando aos 18 anos começava a ouvir as minhas primeiras aulas de história do direito. Não era minha assistente, mas era de muitos colegas meus. Depois, fomos assistentes num mesmo período histórico.
Isto para dizer que ouvi a SEI, que ali estava para falar nessa vertente (a da igualdade), num clima formalmente simpático.
Feita a introdução, ficou claro para mim que as questões LGBT não preocupam quem faz uma introdução de meia hora exclusivamente dedicada aos problemas clássicos, e muito importantes, de discriminação das mulheres.
Esperava, sobretudo de quem, em resposta a uma pergunta acerca das suas posições contrárias à IVG ou ao CPMS, afirmou saber distinguir aquelas da obrigação de cumprir a lei, uma palavrinha que fosse acerca do previsto em matéria de discriminação de pessoas LGBT.
Esperava essa palavrinha com mais esperança ainda, quando a SEI já recebeu a ILGA, que a terá posto ao corrente dos problemas reais de discriminação no emprego, no acesso a cuidados de saúde, ou do que já está previsto implementar nos plano 2010-2013.
Graças à ILGA, depois de várias horas de inexistência da questão, pude questionar a SEI acerca de uma pergunta escrita que lhe havia feito relatando um caso de omissão de deveres de cuidados e informação médicos a uma lésbica com base em homofobia pura.
Não estava em causa arrancar um dente, mas uma doença incapacitante, que podendo implicar uma cirurgia complicada, um médico e uma enfermeira, perante a legítima pergunta acerca das consequências na fertilidade da A. responderam sequencialmente que A. não tinha que fazer essa pergunta, já que as lésbicas não têm filhos.
Esta A., que não identifico, perdeu confiança, claro, na equipa médica e ao que sei está posta em casa com dores insuportáveis sem nova consulta.
É um exemplo. E deve ter consequências. Mas os estudos mostram, logo aqui na área da saúde, uma diferença considerável entre homossexuais e heterossexuais no acesso à saúde, sobretudo quando consideramos as lésbias, mais discriminadas.
O fundo europeu para as questões da igualdade está em (re)negociação, pelo que terminei todas estas questões perguntando qual a percentagem que estava a ser negociadas para as questões LGBT.
A SEI considerou o caso da A., em abstracto, ilegal, mas não o quis comentar
em concreto
Quanto ao resto nada de concreto.
Só posso concluir que temos uma secretaria de estado dos assuntos parlamentares e da igualdade sem qualquer atitude positiva em relação às questões LGBT.
Quanto a isso, são um departamento governamental reactivo: recebem a ILGA; dão uma opinião perante um caso concreto/abstracto; acenam com a cabeça como que concordando quando ouvem os estudos e depois… depois nada.
As lésbicas também podem ter filhos, qualquer idiota sabe isso. Mas não percebi a maior parte deste post, a não ser que a secretária de estado Teresa Morais continua a ser contra a interrupção da gravidez e o casamento de pessoas do mesmo sexo, coisa que sempre foi, embora afirme que vai cumprir as leis. Surpreendente seria o contrário de qualquer dessas coisdas. Interessante seria pergunrtar-lhe, na primeira ocasião, se acha necessário mudar as leis, já que têm maioria a absoluta.
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supostamente quando sao eleitos, sao para tentar resolver os problemas dos cidadaos, independentemente da sua ideologia, ou não é assim?
é suposto eu dizer, onde quer que seja à excepção de doar sangue, que sou heterossexual? de onde surgem esses pressupostos-certeza relativos à opção sexual visto que, neste caso, os médicos devem proceder ao sigilo e ética profissional?
podes explicar-me, que fiquei confusa, Isabel?
Percebi mal ou há males piores? A história da mulher que foi agarrada por uma ex-aluna na corrida do escadote da docência universitária e resolve pôr quase todos os ressentimentos leves em pratos limpos e secundar isso com um ataque pelo sistema do enviezamento para não derramar sangue. Alguns lances dramático-policiais, contudo, como o de não revelar o mistério da identidade da senhora A. à mercê de mãos de gente cruel e homofóbica. Mas por favor não saiam a meio do filme porque a intervenção cirurgica também não tem nome e só será revelada no fim, a bem da Medicina e em homenagem a Sir Alfred.
A lamúria do costume, seja, brioche do fofo para não partir dente como o casqueiro. Perfeitamente na tradição bouleversantista deste blogue que é a de atacar pessoas em vez das instituições.
Sabendo ao certo que a SEI é uma pessoa que define políticas duma instituição, fico mais descansado para “bouleverser” um pouco.
Dando de barato que não estando a SEI de acordo com a lei que pot onde a sua secretaria tem de se orientar é-me quase impossível acreditar que a sua independência é tal que se esforçará em cumprir e fazer cumprir como denodado entusiasmo as leis que lhe mexem com as convicções.
Posto isto, e porque não vejo qual será o interesse em nomear para secretário da cultura um analfabeto, ou para ministro da justiça um foragido, do mesmo modo me interrogo porque é que nomeiam para secretaria da igualdade quem tem na cabeça só diferenças.
Isabel Moreira no seu melhor: a mulher devia especializar-se em direito de LGBTQ (falta o Q, moreirinha, falta o Q!!!).
Mas eu gosto dela: quem fala assim, merece ser respeitado. E mesmo que não mereça, aos ignorantes não deixa ela remédio.
É gira, rica, e tem amigos gay… I’m in love!…
bom , o que vale é que não há discriminação mo aceesso às várias profissões ligadas à saúde : no meu centro de saúde há pelo menos 2 tipos da secretaria gays , no hospital distrital uma data de enfermeiras , radioligistas e médicas lésbicas , suponho que tb haverá um outro médico e enfermeiro gay. ao certo , certo , o que é que quer dizer com este confuso post ? a seguir ao casamento a adopção ? pois , o mal da humanidade tem sido sempre este , nunca saber quando parar e pim , lá estraga o bom do príncipio.