Aviso aos pacientes: este blogue é antianalgésico, pirético e inflamatório. Em caso de agravamento dos sintomas, escreva aos enfermeiros de plantão.
Apenas para administração interna; o fabricante não se responsabiliza por usos incorrectos deste fármaco.

Cofinados – IV

Se José Sócrates cometeu crimes de corrupção, como primeiro-ministro, onde estão as provas? Onde estão nas 4000 páginas de despacho acusatório, 53 000 de investigação, 77 000 de documentação anexa, 8 000 de transcrições de escutas telefónicas, 13,5 milhões de ficheiros informáticos, 103 horas de vídeos de interrogatórios e 322 de depoimentos áudio de testemunhas? E se isto parece muito, se parece bastante, acrescentemos ainda esse pormenor de, como primeiro-ministro, Sócrates já ter os seus dias intensamente expostos às mais variadas testemunhas dos próximos no Governo e no partido, mais os ocasionais na sua preenchidíssima agenda, mais os jornalistas, mais os populares. Donde, a tal corrupção no valor de 30 milhões, com a sua extraordinária logística executiva e bancária, talvez tenha sido organizada por ele e cúmplices com recurso exclusivo à telepatia. Sem o perigo de gerar registos para autoridade ver, ainda por cima à borla e não carecendo de bateria.

É uma hipótese. A de não existir sequer uma singular prova de corrupção. A ser assim, tal não faria prova de não ter realmente existido corrupção, óbvio, pois sabe-se lá. Até Deus se desiludiu, não só com Adão mas também com um terço de todos os anjos que existiam quando Lúcifer teve o seu amok, palavra da Bíblia. O que leva a pensar que Deus não é grande espingarda como criador, por um lado, e que algo parecido nos pode acontecer a todos, por outro. Contudo, a não existência de provas teria uma interessante consequência: o tribunal ficaria tentado a inocentar Sócrates ou, ao invés, a inventar uma condenação. Que também o pode fazer, querendo.

A condenação do jornal Correio da Manhã e cinco jornalistas pelo Tribunal da Relação de Lisboa a indemnizar a jornalista Fernanda Câncio num montante agregado a rondar os 25 mil euros, por danos causados pela publicação de notícias que atentaram contra o seu bom nome e honra, alimenta a suspeita de não se encontrar no processo matéria para satisfazer a máquina sensacionalista insaciável da Cofina. Porque é simples. Na noite da detenção de Sócrates no aeroporto, talvez até bem antes, algum criminoso no Ministério Público entregou a jornalistas a primeira versão do que viria a ser a acusação. Em Novembro de 2014, apostavam tudo no Grupo Lena, pelo que saiu essa versão na imprensa logo no dia seguinte. Depois essa historieta caiu e vieram outras, e outras. Se alguma delas se aguentasse, porventura a Cofina precisaria de publicar mentiras, inventar à descarada?

Os factos suscitam várias conjecturas. Talvez a Cofina quisesse perseguir Fernanda Câncio por ódio, inveja, vingança de algum dos seus chefes, e bute com calúnias para cima dela. Talvez a Cofina quisesse atacar Fernanda Câncio por ela ser um alvo político disponível dado a sua relação pessoal com Sócrates ao tempo, e bute com calúnias para cima dela. Ou talvez a estratégia e cultura da Cofina seja a de explorar a ignorância, misoginia e miséria moral da sua audiência sempre que pode, e a jornalista surgia como presa indefesa, donde bute com calúnias para cima dela. Vou gastar os 10 euros que tenho no bolso para marcar uma tripla nisto.

Neste caso, provou-se a ausência de escrúpulos, decência, respeito pelos privilégios constitucionais dados ao jornalismo para o ser. Trata-se de um caso isolado, um insólito pedaço de merda nos anais da Cofina, um azar do caraças a envolver cinco abnegados jornalistas, mandados e mandantes? Pois, pá.

Revolution through evolution

Researchers find betrayal doesn’t necessarily make someone less trustworthy if we benefit
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Walking just 5 minutes a day makes a difference
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Feeding your good gut bacteria through fiber in diet may boost body against infections
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Is there really a mid-career crisis? Job satisfaction follows a U-shaped curve only among highly skilled workers, according to new study
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Using robots in nursing homes linked to higher employee retention, better patient care
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Electrohydraulic wearable devices create unprecedented haptic sensations
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Words activate hidden brain processes that shape emotions, decisions, and behavior
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Dominguice

O funeral de Carter originou uma situação fascinante, cuja causa principal radica na ausência de Michelle Obama. Como ela não esteve presente na Catedral Nacional de Washington, o protocolo sentou Trump e Obama ombro com ombro. De imediato, Trump começou a conversar com o tal fulano que espalhou não ter nascido nos EUA. As imagens mostram um Trump inclinado para Obama, e um Obama exemplarmente composto, respondendo sem olhar para Trump nem ter a mínima inclinação do tronco na sua direcção. Mas o que surpreendeu tudo e todos foi o registo descontraído, sorridente, risonho que o diálogo ia gerando. Um outro elemento de surpresa fascinante veio através de Harris, que não resistiu a olhar para os dois na palheta atrás de si (portanto, ouvia-os) e que perdeu as defesas emocionais ao se deixar apanhar com um esgar de profunda aversão na sequência — o qual, na minha interpretação, veio de ela achar indecente a falta de decoro que os dois estavam a manifestar, comportando-se como se estivessem num café. Também parte saborosa desta incrível reunião de soberanos norte-americanos foi a pancada na barriga que Bush dá a Obama quando foi sentar-se, sinal de intimidade, e o olhar esgazeado de Trump para Harris quando esta chegou. Ele estava desesperado por um olhar dela, o qual não obteve para seu visível desgosto. Após a cerimónia, respondendo a jornalistas, Trump exibiu-se como o narcisista megalómano que é. Parecia feliz da vida por Obama ter dado sinais de que gostava dele. Estava-lhe tão penhorado que até largou um alucinado “We have a little different philosophies”, de repente fantasiando que eram politicamente parecidos. É esta a insaciável carência de um ego frágil, sempre à procura de atenção e validação, condenado à maldição de Tântalo. Obama não disse nada publicamente sobre a conversa entre os dois.

O fascínio deste momento veio de estas pessoas se terem comportado como pessoas que são, não como actores nos palcos do poder supremo. Precisamos de nos lembrar mais vezes disso, pois tal convida à participação política.

Vamos lá a saber

Quando Trump ameaça anexar o Canadá e tomar pela força militar a Gronelândia e o Canal do Panamá, está apenas na desbunda a captar tempo de antena ou está realmente a testar os limites do que considera ser um segundo mandato com poder absoluto?

Cofinados – III

«Injustice anywhere is a threat to justice everywhere.»


 

Martin Luther King Jr.

 

Uma das perversões de se nascer em liberdade é a de não se saber o que é uma ditadura, uma tirania. Mas pode-se levar a inteligência para uma aproximação ao que está em causa nesses regimes não democráticos expondo a sua conexão com a liberdade de expressão e liberdade de imprensa: não as permitem, são das primeiras liberdades a serem anuladas. Na Rússia, China, Arábia Saudita, Cuba, Irão, Coreia do Norte, por exemplo, são miragens.

Nos países onde o liberalismo filosófico molda as constituições, como Portugal, pressupõe-se que a democracia é o melhor sistema político para o maior número de cidadãos. Por inerência, pretende-se que esses cidadãos exerçam a sua cidadania da melhor forma possível para se cumprir o ideal democrático. Tal implica ter cidadãos educados e informados, de forma a que as suas decisões, da intervenção pública ao voto ou ao exercício de cargos políticos, possam ser autónomas, justas, eficazes, bondosas. Nesta utopia, ao jornalismo é oferecido um papel institucional da maior importância: o de elevar a voz do cidadão comum a um plano de notoriedade que fique ao nível da voz dos poderes máximos, e de ser um espaço de liberdade intelectual e política para indivíduos e organizações, assim fortalecendo e cumprindo a democracia pela veiculação da diversidade de opções políticas, e ainda por se fazer o controlo público do exercício do poder governamental e em demais esferas estatais de soberania e administração. É, portanto, uma bela e difícil missão a do jornalismo. Imprescindível missão em democracias — o reino do primado das leis livres — para estas estarem em perpétua realização. A do jornalismo jornalismo.

O acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa que confirmou a decisão da 1º Instância no processo onde Fernanda Câncio ganhou a causa estabelece algo mais do que o valor da indemnização. Ao condenar o jornal Correio da Manhã e cinco jornalistas, a Justiça está a dar como provada uma situação de difamação sistemática organizada por um grande grupo de comunicação com potenciais consequências devastadoras e duradouras para a vítima, algo congénere a uma prática de violência psicológica e social institucionalizada. Isto porque foram condenados três jornalistas que assinaram notícias intencionalmente falsas, mais o então director-adjunto Eduardo Dâmaso, mais o então director Octávio Ribeiro. É uma responsabilização horizontal e vertical, retrato da cultura da casa e da estratégia da Cofina que transcende os danos individuais causados a Fernanda Câncio, impactando negativamente o ecossistema mediático, a sociedade e o próprio Estado de direito.

O jornalismo que o quer ser não pode violar direitos fundamentais, como o direito ao bom nome, à privacidade e à presunção de inocência. Deve respeitar o rigor, a verdade e a ética profissional, conforme previsto na lei e no Código Deontológico dos Jornalistas. A dimensão do impacto da Cofina na perseguição a Fernanda Câncio ilustra os perigos do uso irresponsável do jornalismo enquanto ferramenta de ataque e manipulação. O peso da Cofina no panorama mediático português amplifica exponencialmente as consequências destas práticas, exigindo uma resposta proporcional de entidades reguladoras, do público e do próprio sistema judicial para restaurar os princípios fundamentais do jornalismo e da democracia. Resposta essa que não veio nem virá, se exceptuarmos o caso judicial na berlinda. Como se viu, como se vê.

A Cofina serve-se das proteções especiais que o Estado de direito, através da Constituição, concede à imprensa livre e responsável para violar repetidamente os seus deveres éticos e deontológicos, e ainda consegue a cumplicidade do sistema político e da sociedade que nem levanta cabelo ou solta um pio. Um sistema político e uma sociedade que, lá no fundo bem escondido, desprezam a liberdade.

Cofinados – II

«A cynical, mercenary, demagogic press will produce in time a people as base as itself.»


 

Joseph Pulitzer

 

Se perguntarmos a alguém da Cofina (sereis sempre a Cofina, seus pulhas, escusado disfarçarem-se com outro nome), eles são os primeiros a proclamar o seu domínio mediático em Portugal. E há suficientes razões para ser credível a pretensão, posto que lideram na imprensa em papel e no Cabo, alcançando a enorme maioria da população directa e indirectamente. O seu registo sensacionalista capta o espaço público no boca-a-boca, sendo pasto irresistível para as iliteracias, défices cognitivos, preconceitos, medos e ressentimentos da turbamulta. Este domínio fica exponenciado ao se dar a amplificação da sua agenda nos outros órgãos de comunicação social onde haja directores, editores e jornalistas que visem atacar os mesmos alvos da Cofina. Que são todos os restantes meios, sem excepção, RTP incluída.

Para uma empresa que quisesse fazer jornalismo, com este enorme poder viria uma ainda maior responsabilização, maior rigor deontológico, maior escrúpulo ético, maior cuidado com a sociedade e as pessoas. Mas é ao contrário, e ao contrário tem de ser, pois a legalidade, a decência e o bem comum não são compatíveis com um modelo de negócio baseado na exploração do pior que a natureza humana tenha oculto, ou às escâncaras, neste e naquela, em ti e em mim. Não há nada de nadinha de nada inovador no que a Cofina faz, nos restantes países onde haja liberdade de imprensa existem análogos e mercado para os seus produtos. A indústria da calúnia é universal e antecede o próprio nascimento da imprensa. Mas, como estamos em Portugal, é destes escroques que temos de falar.

Se não faz jornalismo, que faz a Cofina? Não há mistério, sequer pudor. Os seus donos querem usar o tabloidismo como arma política — no caso, querem a direita a mandar na barraca. Isso, que é desde sempre normalizado por se valorizar superiormente a liberdade que o permite, adquire outra natureza quando os aparelhos mediáticos são manipulados para se pintar de “jornalismo” o que é perseguição fulanizada com o intento de causar violência psicológica, violência social, danos profissionais e perdas financeiras. No caso de Fernanda Câncio, essa opção da Cofina apareceu como oportunismo inserido na estratégia mais vasta do seu conluio com agentes da Justiça dispostos a cometerem crimes por variegadas razões. Nesse ambiente dissoluto onde se sentiam protegidos pela sistemática violação das leis sem qualquer consequência, ousaram inventar à descarada, à maluca, notícias com o exclusivo propósito de infernizar a vida de uma cidadã que nem sequer arguida foi na Operação Marquês.

Pode acontecer na escola, no emprego, na tropa, no local onde se mora. Se formos vítimas de assédio, vítimas de mentiras, vítimas de uma animosidade, até ódio, nascida da alucinação e da imbecilidade, espalhando-se à nossa volta sem podermos reagir nem fugir, vamos sofrer. Sofrer gravemente. Nós e quem nos queira bem. Com sequelas na saúde que, em altíssima probabilidade, poderão ficar para o resto da nossa passagem por este planeta. Não é preciso explicar isto, certo? Então, agora imagina-te a seres tu a vítima do mesmo mas vindo do grupo de comunicação mais poderoso no rectângulo e ilhas. E acrescenta a isso não seres engenheiro ou sapateiro, mas um jornalista que depende da sua reputação para se poder realizar profissionalmente.

Pois, não apanhas meio átomo de jornalismo no pesadelo. Porque o jornalismo não foi inventado para encobrir o crime organizado.

Cofinados – I

«It is difficult to get a man to understand something when his salary depends upon his not understanding it.»


 

Upton Sinclair

 

A 24 de Dezembro, Fernanda Câncio informou numa rede social ter entrado na sua conta o valor de uma indemnização que o esgoto a céu aberto e cinco jornalistas tinham sido condenados a pagar-lhe por actos de difamação e calúnia. No dia seguinte, noutra rede social, repetiu a divulgação. Tratando-se desta jornalista, com a sua notoriedade, tal implica que todos os principais jornalistas e políticos em Portugal — dos patrões e editores da “imprensa de referência” aos dirigentes dos partidos com representação parlamentar e membros do Governo — tivessem nesses dias recebido a informação relativa ao acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa em causa, o qual confirmou a decisão da 1ª Instância. E tratando-se de atentados contra o seu bom nome e honra por mentiras ligadas à Operação Marquês, crucialmente por serem mentiras que inventavam diálogos atribuídos a supostas conversas privadas com Sócrates captadas pelas autoridades, esta confirmação da Relação de Lisboa tem, ou permite tirar, incontornáveis ilações e ponderosas lições para a comunidade jornalística e política. Donde, os ingénuos ficaram à espera que se publicitasse e discutisse com urgência e profundidade na comunicação social as questões suscitadas pela condenação. Esta é a segunda indemnização (!) que os mesmos pulhas lhe pagam por causa da perseguição que fizeram com o objectivo de destruir a sua reputação e prejudicá-la profissional e socialmente com o maior dano possível. Estamos a 7 de Janeiro. Que aconteceu, entretanto, a respeito?

Como qualquer um pode confirmar em segundos por busca no intervalo de tempo, quase nada é a resposta. Saíram duas notícias, duas. Primeiro no JN, dia 27, depois no DN, a 28. Ambas com uma enigmática característica: existem na edição em papel, nunca existiram na edição digital desses jornais. Portanto, não estão acessíveis para memória digital futura, não podem gerar comentários nem partilhas a partir desses órgãos. Porquê? Qual o critério? Não sei, mas sei que o alcance das mesmas ao ficarem presas no papel é o mais baixo possível, é residual, é absolutamente irrelevante.

No mundo da opinião, e que tenha apanhado, apenas Luís Aguiar-Conraria falou no assunto. Esse texto, bem-intencionado, meritório, apresenta também a sua curiosidade. O autor começa por declarar ser amigo de Fernanda Câncio, o que tem como primeira impressão aumentar a sua autoridade moral por via da honestidade exibida antes dos argumentos. Todavia, numa leitura final, após a digressão que em parte é acerca de si próprio, podemos questionar se ele teria tido a mesma atitude de defesa isolada de um alvo de assassinato de carácter da Cofina calhando não existir esse laço relacional e afectivo. Especialmente, quando a vítima foi apanhada no vendaval de calúnias ligadas à Operação Marquês e a Sócrates. Os 10 euros que tenho no bolso vão para a aposta na negativa.

A duplamente indemnizada, há meses, já chicoteou o silêncio cínico, cobarde, moral e politicamente cúmplice dos seus colegas de profissão e respectivos chefes e patrões, a que se junta o prolixo comentariado: Media livre de qualquer jornalismo. Acontece que, repetindo-se o fenómeno, tal sentimento de desilusão, desgosto e nojo deve ser estendido à sociedade inteira. Voltarei a esta miséria.

Revolution through evolution

Reduced risk of certain cancers for coffee and tea drinkers
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Study reveals that sleep prevents unwanted memories from intruding
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Loneliness linked to higher risk of heart disease and stroke and susceptibility to infection
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Study finds physical activity reduces chronic disease risk
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Artificial intelligence: Algorithms improve medical image analysis
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A rising trend of ‘murderous verbs’ in movies over 50 years
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Human composting is rising in popularity as an earth-friendly life after death

Dominguice

A crescente, imparável, digitalização do nosso acesso à realidade provoca o efeito paradoxal de transformar o livro em papel num objecto tecnológico mais poderoso do que os nossos ecrãs ligados à Internet e, agora, à inteligência artificial gratuitamente ao dispor das massas. Em certas circunstâncias, que são estas: quando queremos crescer, e quando queremos ser livres. Não é pouco, certo? O crescimento resulta de se conseguir viajar até ao local onde a nossa consciência está em ligação com o nosso inconsciente. A fragmentação cognitiva que os ecrãs provocam não nos leva até lá — a menos que haja neles uma narrativa que crie um mundo, como numa série televisiva que nos agarre ou numa sala escura de cinema. A liberdade vem de o livro em papel apenas precisar de luz ambiente para funcionar na sua capacidade máxima, assim como de ele não registar a nossa actividade nem a partilhar com terceiros. No mundo digital, somos comercializados pelos operadores, quais animais de pecuária entretidos na mastigação.

Há uma terceira vantagem: quão mais lermos livros em papel, melhor conseguiremos aproveitar as maravilhas (que o são) da realidade digital.

Vai ser o melhor 2025 de sempre

O segredo para fazer de 2025 o melhor 2025 de sempre consiste em ir tomando consciência de que há 2025 piores, e até muito piores, do que o actual. Poder-se-á alegar que se está a nivelar por baixo o 2025 hoje entrado em execução, mas tal remoque peca por ignorar, ou desprezar, um princípio sapiencial arcano: evitar o pior, e especialmente o muito pior, é o fundamento, o começo sempre renovado, para fruir do melhor possível.

Claro, há quem retruque de imediato “Mas como é que se consegue identificar o pior, e depois ainda ser capaz de o distinguir do muito pior?”. Esta é uma questão legítima que ocupa as cachimónias civilizadas desde que nasceu a linguagem verbal. E essa é uma pista para a resolução do imbróglio, perceber que se trata de algo que dá que falar.

Donde, é simples, embora seja difícil. Há que falar sobre isso. É o segredo mais mal guardado da história.

Nada e tudo

Em 2024, descobrimos que na mais importante democracia do Mundo, por causa do poder global dessa nação, os eleitores preferiram ser governados por quem instigou o mais grave ataque às instituições democráticas dos EUA desde a Guerra Civil, alguém que tem um passado profissional (assumido pelo próprio) de megalomania rapace, e que está envolto em vários casos judiciais, tanto civis como penais. Ou seja, a maioria dos eleitores (desta vez, Trump ganhou o voto popular) não se importa de ter um criminoso na Casa Branca. E fica a suspeita de ser essa uma das suas características mais apelativas para quem lhe deu o voto.

Mas pior estão os russos, que aprovam a política imperialista de Putin. No início da segunda invasão da Ucrânia, havia a ténue esperança de que o povo russo se revoltasse contra a insana destruição e carnificina. Tal não aconteceu, até ao contrário a acreditar nas sondagens, talvez ligado ao facto de haver muitos edifícios na Rússia com cinco e mais andares providos de varandas.

Quanto aos portugueses, têm um primeiro-ministro que se passeia sorridente, feliz da sua vida. E com toda a razão, pois ele era apenas mais um líder do PSD a prazo quando Lucília Gago e Marcelo Rebelo de Sousa reduziram uma maioria absoluta a um parágrafo. Agora, diverte-se a imitar o Chega e a comprar votos. Pouco lhe importa quanto tempo a coisa dure, ele já conquistou o título. Continuará a rir-se pelo resto da sua carreira política.

Que podemos fazer? Nada, óbvio. E tudo. Tudo o que quisermos.

Revolution through evolution

Singles Differ in Personality Traits and Life Satisfaction Compared to Partnered People
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11- to 12-year-olds use smartphones mainly to talk to family and friends
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Her surprise bestseller offers a holiday message Americans need to hear
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Unraveling the Power and Influence of Language
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Dr. Timo Vuori – Elon Musk and Emotional Decisions
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How can you make 2025 a healthy new year? Health experts offer tips
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Short-term cognitive boost from exercise may last for 24 hours